Dia da Liberdade de Cultos

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“A FTU pauta-se na ideia de aproximação do saber religioso com o saber acadêmico fazendo com que as religiões afro-brasileiras saiam da marginalidade social, a qual foram imputadas desde sempre pelo preconceito e poder de outras denominações religiosas”, diz coordenadora pedagógica da Faculdade de Teologia Umbandista

As universidades católicas são diversas pelo país, mas incomum mesmo é encontrar uma universidade que aborde religiões afro-brasileiras. No Dia da Liberdade de Cultos, 7 de janeiro, a ANPG traz uma entrevista com Érica Jorge, coordenadora pedagógica da Faculdade de Teologia Umbandista de São Paulo, para falar mais sobre essa iniciativa. Criada em 2004, a FTU possui unidades em outras cidades brasileiras, oferece curso de pós-graduação presencial e na modalidade EaD, todos reconhecidos pelo MEC. Leia a entrevista na íntegra!

ANPG: De quem foi a inciativa de criar a Universidade?
Érica Jorge: A iniciativa de fundar a FTU foi do Sacerdote Pai Rivas, que possui vivência nas religiões afro-brasileiras há mais de cinquenta anos. A partir de seu olhar sacerdotal e como pesquisador do campo religioso afro-brasileiro, ele formulou um projeto da FTU que visasse maior isonomia das religiões afro-brasileiras em nossa sociedade pela via educacional. A FTU pauta-se na ideia de aproximação do saber religioso com o saber acadêmico fazendo com que as religiões afro-brasileiras saiam da marginalidade social, a qual foram imputadas desde sempre pelo preconceito e poder de outras denominações religiosas. A FTU entende que o senso de pertencimento e de identidade religiosos afro-brasileiros, em sua ampla diversidade devem ser preservados e valorados, sobretudo, porque as religiões afro-brasileiras fazem parte do acervo cultural e religioso do Brasil. A FTU é a primeira e única faculdade de teologia com ênfase afro-brasileira.

ANPG: Quais são os cursos de pós-graduação oferecidos pela Universidade? Quais são presenciais e quais EAD?
E.J.: Há apenas um curso de pós-graduação (especialização) intitulado Teologia das Religiões Afro-brasileiras. O curso é ofertado presencialmente em várias regiões do país como: São Paulo, Brasília, Curitiba e Itanhaém. Na modalidade EaD, há vários outros, como: “Exu e a diversidade de interpretações”, “Umbanda Esotérica”, “Poder das Ervas nos terreiros”, entre outros. Para saber mais sobre os cursos, clique aqui.

ANPG: O que esses cursos abordam? Qual a grade curricular?
E.J.: O curso tem por objetivo formar um especialista em teologia afro-brasileira. A grade curricular atual é composta por cinco módulos: Escolas das Religiões Afro-brasileiras, Cultura, Identidade e Música nos terreiros, Sociedade, Poder e Gênero, Etnobotânica nas religiões afro-brasileiras e Metodologia de Pesquisa para Ensino Superior.
Um dos trabalhos defendidos no TCC da nossa pós-graduação foi inclusive aceito e já publicado pela editora Vozes dada a qualidade acadêmica destacada. O livro chama-se “Religiões Afro-brasileiras: uma construção teológica”, de João Luiz Carneiro, especialista em teologia pela FTU.

ANPG: Todos cursos são credenciados pelo MEC?
E.J.: Todos os cursos da FTU são credenciados pelo MEC. A FTU é reconhecida desde 2013 com nota de excelência pelo MEC (nota 4, sendo a máxima 5)

ANPG: Em quais cidades há unidades da FTU?
E.J.: Atualmente a sede da FTU é em São Paulo e conseguimos, por meio de parcerias, abrir polos em outras cidades.

ANPG: Quando foi criado o primeiro curso de pós-graduação da FTU?
E.J.: O primeiro curso de pós-graduação foi criado em 2012 e contou com a participação de docentes da FTU, USP, PUC-SP, PUC-GO.

ANPG: De quando foi criada para agora, quantos pós-graduandos passaram pela universidade?
E.J.: Desde a primeira turma, mais de 80 alunos pós-graduandos passaram pela universidade.

Da redação