Pós-graduandos e pós-graduandas entregam moção de repúdio contra a suspensão do SAC da Capes

carteira de estudante
Leitura da moção durante Aula Magna inaugural
Leitura da moção durante Aula Magna inaugural

Ontem (07), durante Aula Magna Inaugural Conjunta dos Programas de Pós-Graduação em Educação de Belo Horizonte (UFMG, UEMG, PUC MINAS e CEFET), pós-graduandos entregaram Moção de Repúdio à suspensão do SAC da Capes ao Prof. Dr. Romualdo Portela (Professor da Faculdade de Educação da USP e coordenador da área de Educação da CAPES).

Segue a moção abaixo na íntegra:

MOÇÃO DE REPÚDIO AO RECOLHIMENTO DE BOLSAS DE PESQUISA DE PÓS-GRADUAÇÃO PELA CAPES

Nós, pesquisadoras e pesquisadores dos Programas de pós-graduação em Educação de Belo Horizonte, Minas Gerais, manifestamos repúdio às ações que ferem à democracia e enfraquecem a Educação brasileira. Vivenciamos um momento de instabilidade política em que severas restrições e cortes orçamentários são realizados de forma indiscriminada e arbitrária pelo Governo Federal, colocando em risco o desenvolvimento das pesquisas e o funcionamento dos programas de pós-graduação (PPBs) no Brasil. No dia 30 de março, em edição extraordinária do Diário Oficial da União, um novo corte orçamentário na ordem de R$ 21,2 bilhões foi anunciado pelo Governo Federal. O ajuste fiscal totaliza o valor de R$ 44,6 bilhões, objetivando o alcance da meta fiscal de 2016 e a garantia do superavit primário, o que acarreta em mais redução de recursos financeiros ao campo da educação. De acordo com as informações do Ministério do Planejamento, o orçamento financeiro da educação, nos três primeiros meses desse ano, já foi reduzido ao equivalente à R$ 6,4 bilhões. Em meio a esse cenário de cortes, entre outras, uma preocupação atinge aos alunos dos Programas de Pós-Graduação no Brasil. No dia posterior ao anúncio do novo corte orçamentário, 31/03/2016, a CAPES encaminhou aos PPGs um Ofício, remetido pela Diretoria de Programas e Bolsas no País, que informava, sem qualquer consulta prévia, a “suspensão temporária”, durante os meses de abril e maio, do cadastramento de novos bolsistas, em cotas já pertencentes aos Programas, mas não utilizadas, em seus sistema (SAC) Ignorando que os meses de março e abril constituem período de exclusão e inclusão de bolsista, e, portanto de fluxo, na plataforma, a CAPES classificou qualquer bolsa não preenchida nesse período como ‘ociosa’. Tal ação resultou no bloqueio de aproximadamente 7 mil bolsas que já estavam concedidas aos Programas de Pós-Graduação. Importantes entidades manifestaram-se contra o ofício, como: a Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPED), a Sociedade Brasileira de Imunologia (SBI) e o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES). Tais representações buscam esclarecimentos quanto à concepção de ‘ociosidade’ adotada pela CAPES e à relação existente entre o “congelamento” das bolsas e as atuais crises política e financeira pelas quais o país tem passado. Cabe destacar que o corte dessas 7 mil bolsas afeta diretamente a permanência de vários alunos em seus cursos de mestrado e doutorado e, diante dessa realidade, não podemos nos calar: Bolsa é direito! Nesse sentido, apresentamos e assinamos a presente moção de repúdio manifestando nossa indignação aos ataques à Educação Pública e requerendo providências quanto à devolução das bolsas recolhidas do âmbito dos Programas de Pós-Graduação pela CAPES e à ampliação do orçamento para o funcionamento e manutenção dos PPGs no Brasil.


Da redação

 

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