Mostra de Ciência e Tecnologia tem saldo positivo e trabalhos inovadores

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Erica Pereira de Morais apresentando seu trabalho, na Mostra de Ciência e Tecnologia

Foto: Eduardo Paulanti

Na tarde da última quinta-feira (05), aconteceu a última sessão da Mostra de Ciência e Tecnologia, organizada e coordenada pela ANPG durante a 9ª Bienal da UNE. O evento contou com a apresentação de trabalhos, nos formatos comunicação oral e paineis gráficos, que abordaram diversas áreas da Ciência, e tiveram dentre os autores alunos da graduação e da pós-graduação.

Cem trabalhos foram selecionados para apresentação após apreciação dos resumos, anterior ao evento. Os estudantes se apresentaram na segunda (2), terça (3) e quinta-feira (5), na Fundição Progresso, Lapa, Rio de Janeiro.

Os painéis são apresentados diretamente aos interessados, mas deve independer do interlocutor “quem está lendo deve conseguir entender o trabalho através das informações textuais e gráficas contidas no painel, ou seja, deve ser uma forma de comunicação efetiva per si”. diz Phillipe Pessoa, Diretor de Cultura e Eventos Científicos e coordenador Geral da mostra científica da ANPG.

Nas sessões de comunicação oral, o estudante não apenas traz instrumentos visuais, como apresentações de slide, mas precisa apresentar e explicar o conteúdo e a ideia de sua pesquisa para o público. Além do conteúdo do trabalho, são observados a clareza dos slides, a postura e domínio do objeto de pesquisa. Os avaliadores trocam experiências, dicas e dão sugestões nos trabalhos ao longo da arguição.

Um dos trabalhos de comunicação oral da Mostra foi o de Felipe Almeida, graduando de engenharia civil da Universidade Federal de Uberlândia (MG), com o tema “Viabilidade técnica dos solos das regiões sul e sudeste de Uberlândia para aplicação em pavimentos rodoviários”, uma pesquisa de geotecnia que, segundo o próprio Felipe, tem mais relevância do que ele imaginava. “Eu não sabia que podia ser assim tão importante. Por isso é bom participar desse tipo de evento, pois a partir das críticas dos avaliadores, descobri que posso continuar aprimorando minha pesquisa”, conta o rapaz que, agora, pretende seguir para o mestrado com seu trabalho, que consiste em avaliar como o solo da região reage nos mais diversos testes, como de plasticidade, para possível uso da construção civil de maneira mais barata e com qualidade.

Já o trabalho de Érica Pereira de Morais consistia em uma avaliação do lixo proveniente de áreas ligadas à saúde. Com o tema “Diagnóstico de resíduos de saúde em Barreiras-Bahia”, a graduanda de Engenharia Sanitária Ambiental da Universidade Federal do Oeste da Bahia percorreu 100 estabelecimentos na cidade para descobrir como o lixo tóxico e de saúde estava sendo descartado e quais impactos este poderia ter na população e na vida de quem vive e trabalha a partir do lixão instalado no local.

“A cidade não tem nenhum plano municipal que gerencie os resíduos em geral e nem os de saúde”, diz Erica. Segundo ela, a maior dificuldade para a realização da pesquisa teria sido o fato de que não haveria nenhum tipo de bibliografia sobre o assunto e o local. Apesar disso, a Mostra de Ciência e Tecnologia não foi o primeiro evento no qual o trabalho foi apresentado. “Fomos para o Congresso Baiano de Engenharia Sanitária, em Feira de Santana e em outras cidades. É trabalhoso, mas vale a pena ”, afirma.

A pesquisa do doutorando em Geotecnia e Recursos Naturais, Pedro Luis Teixeira de Camargo, da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), teve como tema “A Utilização do Mapeamento Pedológico e do Banco de Sementes na área da Região de Proteção Ambiental do Rio Pandeiros, no Vale do Jequitinhonha”; e como intuito gerar mapas de futuro para projetos de preservação ambiental que poderiam identificar o banco de sementes do bioma proposto, além do zoneamento socioeconômico da região. Segundo Camargo, que é formado em Biologia, o tema foi escolhido pois ele acredita que a ciência deve ter não somente uma contribuição acadêmica, mas também social.

“Essa é uma das regiões mais pobres do Brasil e os financiamentos para áreas como essa são menores, tendo em vista a falta de políticas públicas em Minas Gerais ao longo dos últimos doze anos”, completa o doutorando. Segundo ele, esse trabalho poderia contribuir para a preservação de um bioma e ajudaria na melhora de vida das pessoas residentes na área.

Finalizando a Mostra de Ciência e Tecnologia, que homenageou, na terça-feira, um dos grandes nomes da ciência nacional, o físico e professor Ildeu de Castro Moreira, o evento contou com cerca de 20 apresentações em painel e cerca de 10 comunicações orais por dia, trazendo uma maior aproximação dos pesquisadores com o público estudantil. “Sempre é muito produtivo acompanhar os trabalhos dos estudantes. A mostra científica cumpre esse papel de permitir a interação entre esses jovens pesquisadores e o intercâmbio de diferentes experiências cientificas. Em suma, é um evento que contribui para o avanço científico e tecnológico, incentivando a jornada de novos cientistas”, finaliza o coordenador geral, Phillipe Pessoa.

Por Magdalena Bertola, do Rio de Janeiro