Encontro de pós-graduandos quer manter subsídio no R.U e fim do assédio moral

Foi realizado nesta terça-feira, 9/4, na UFAM, em Manaus, o primeiro encontro de pós-graduandos e pós-graduandas do Amazonas. O evento reuniu mais de 100 estudantes e contou com as presenças dos presidentes de APGs Cristiano da Silva Paiva (UFAM) e Paulo César Marques (UEA), do reitor da universidade federal, Professor Sylvio Mário Puga Ferreira, e da pró-reitora de pesquisa e pós-graduação, Professora Selma Suely Oliveira. Nos debates, foram abordados os desafios nacionais da ciência e tecnologia e as também lutas locais contra a perda de conquistas. Um tema que hoje mobiliza a Universidade Federal do Amazonas é a luta contra o fim do subsídio no restaurante universitário (R.U) para os estudantes da pós-graduação, que está sob ameaça de corte. A atuação da APG já obteve uma primeira conquista com a prorrogação do subsídio, que, conforme informou a reitoria no dia do encontro, irá até o dia 31 de julho. Tempo para novas ações para garantir a permanência do direito. “Nossa ideia é trabalhar pela construção de um edital que atenda critérios justos para que, após o fim do prazo, os estudantes possam continuar utilizando o R.U. Outra questão que estamos propondo é a busca de uma emenda parlamentar que mantenha o subsídio do R.U a todos os pós-graduandos”, afirma Cristiano. Além dessa questão, também foi incorporada às reivindicações do encontro a assistência psicológica aos estudantes, uma vez que têm crescido os casos de adoecimento por assédio moral entre os pós-graduandos. A ANPG tem contribuído nessa luta ao disponibilizar o atendimento da Ouvidoria para que os estudantes possam endereçar suas queixas. Por mais investimentos, contra os cortes na Ciência e na Educação Karen Castelli, tesoureira da ANPG, expôs os desafios dos pós-graduandos no país e criticou os profundos cortes orçamentários que afetaram diretamente os ministérios de Ciência e Tecnologia e da Educação. Atualmente, o MCTIC tem seu pior orçamento dos últimos anos e teve 43% de contingenciamento; na Educação, os cortes chegam a R$ 6 bilhões. Órgãos fundamentais para a pesquisa científica, como o CNPQ, já admitem que só devem ter recursos para pagar os bolsistas até setembro. A diretora apresentou as campanhas nacionais da ANPG pela valorização da ciência e dos pesquisadores, através do imediato reajuste das bolsas de estudo, congeladas desde 2013, e da destinação de recursos oriundos do fundo do pré-sal para a ciência e tecnologia. “O papel do conjunto dos pós-graduandos e da organização estudantil dentro das universidades é alavancar essas lutas para que possamos ter nossos direitos preservados, que a pesquisa e os pesquisadores sejam valorizados”, destacou Karen. O encontro aprovou uma moção em defesa da soberania brasileira sobre a Amazônia e contra a exploração das riquezas locais pelos Estados Unidos, acordo que tem sido aventado pelo governo Bolsonaro.