MANIFESTO DO MOVIMENTO NACIONAL DE PÓS-GRADUANDOS SOBRE O REAJUSTE DAS BOLSAS DE PESQUISA

carteira de estudante

 

 O movimento nacional de pós-graduandos vem por meio deste, expressar seu profundo descontentamento com o que considera uma falta de compromisso do governo federal para com aqueles que são peça fundamental no desenvolvimento da pesquisa nacional. Não bastasse estarmos longe da meta estipulada pelo próprio governo no Plano Nacional de Pós-Graduação (PNPG) 2005-2010 que pretendia elevar o valor das bolsas em 50%, não há nenhuma proposta por parte do governo que busque suprir essa defasagem e congelamentos históricos.

É imprescindível reforçar o quão importante é a pauta do reajuste, tendo em vista que as bolsas de pesquisa acabam sendo, na maioria das vezes, a única fonte de renda do pós-graduando para necessidades básicas de vida e estudo, como alimentação, moradia, transporte, deslocamento para a realização da pesquisa de campo, aquisição de livros, de materiais, participação em eventos, etc.

 Na tentativa de responder às mobilizações feitas em diversas universidades no início do ano passado, e depois de quatro anos sem reajuste das bolsas de pesquisa e com o movimento de pós-graduandos exigindo 40%, os presidentes das agências de fomento federal anunciaram, durante o 23° Congresso da Associação Nacional de Pós Graduandos, um reajuste de 10% em julho de 2012 e mais 10% para o início de 2013. O primeiro reajuste foi realizado e, em agosto do ano passado, durante a caravana à Brasília com pós-graduandos de todo país, o ministro da educação Aloizio Mercadante reafirmou o compromisso com a segunda parcela do reajuste prometido.

Contudo, já estamos no terceiro mês de 2013 e até agora não tivemos sinalização de nenhuma data por parte do governo para o cumprimento do que foi acordado na reunião com os pós-graduandos. Pelo contrário, o que temos sentido no cotidiano da nossa formação é atraso no pagamento das mensalidades e silêncio sobre nossas reivindicações. Portanto, não podemos aceitar descaso e posturas incompatíveis com um país que é a sexta economia mundial e pretende se tornar referência em ciência, tecnologia e inovação.

Consideramos que para o Brasil desenvolver-se plenamente, em seus aspectos econômicos e sociais, a valorização da pesquisa e do pesquisador é elemento fundamental para essa conquista. Mas para que isso ocorra, é preciso fortalecer a pós-graduação e oferecer uma formação digna a quem tanto se dedica para contribuir na melhoria da vida do povo e no desenvolvimento científico, cultural, artístico e social do país.

Neste sentido a ANPG e as APG’s mobilizam-se no mês de março e seguirão mobilizadas em sua campanha por mais financiamento para a ciência e tecnologia, a manutenção do compromisso de reajuste firmado conosco por este governo e por uma política de valorização permanente das bolsas de pesquisa que consiga suprir a defasagem histórica que elas vêm tendo. 

 

14 de Março de 2013

Associação Nacional de Pós-Graduandos