“Nossos políticos ainda não perceberam que o mundo está na economia do conhecimento”, diz presidente da SBPC

carteira de estudante

helena
Crédito: Jornal da Ciência – SBPC

O Jornal da Ciência, publicação gerida pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), publicou uma reportagem sobre a palestra de sua presidenta Helena Nader sobre o tema “Fatos e Desafios da Ciência, Tecnologia e Inovação no Brasil”, realizada no Fórum RNP 2016, que aconteceu na semana passada.
De acordo com a publicação, em sua apresentação, Nader discordou de críticas que considera tendenciosas publicadas na imprensa segundo as quais “a nossa ciência” é periférica, que não tem impacto e nem citação. “A nossa ciência é boa, queremos ser melhor. E pela quantidade do financiamento é fantástico o que já conseguimos”, disse ela, destacando, por exemplo, o ineditismo no mundo das publicações brasileiras associando o vírus Zika à microcefalia.
Nader apresentou dados do Índice Global de Inovação 2016 que ilustram o avanço da ciência brasileira em vários pontos. Lançado em agosto pela Organização Mundial de Propriedade Intelectual, o índice avaliou 128 países, com base em 82 indicadores e se concentrou no impacto das políticas de inovação para as estratégias de crescimento econômico e desenvolvimento.
O índice leva em consideração a educação, pesquisa e desenvolvimento. Em número de citações por documento (em ordem decrescente), a cientista chamou a atenção para a participação dos Estados Unidos (EUA), em 94 (cites per document). “Por que ninguém fala sobre isso no Brasil?”. No ranking de citações, Israel figura com 78, a Suíça 38, o Brasil com 186 e a China, com 160.
A cientista entende que o crescimento da amostra de citação influencia na classificação dos resultados. Dessa forma, acrescentou que se levada em consideração o limite de 10 mil artigos publicados no ano, a posição dos EUA pula para 5º lugar, o Canadá para 10º, Alemanha, 13º, Japão, 27º, Brasil 52º, com mais de 30 mil citações, e Argentina, 34º.
“Se eu tenho um país que publicou muito pouco e teve muita citação é o campeão de audiência. Não é justo comparar coisas distintas. Esse é outro mantra que temos que começar a repercutir.”
Para ler a matéria na integra: http://www.sbpcnet.org.br/site/noticias/materias/detalhe.php?id=5661