Reunião do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia traça rumos para a política de C,T&I nacional

carteira de estudante
clique na imagem para ampliar. Crédito: Giba/Ascom MCTI 

Dilma Roussef participa do encontro pela primeira vez em seu governo, e propõe a criação de um programa destinado a incentivar pesquisa e produção na área de biotecnologia.

"Nós, ao mesmo tempo em que temos de enfrentar a extrema pobreza, temos de nos dedicar a dar toda a nossa prioridade também à questão do desenvolvimento, da ciência, da tecnologia e da inovação em nosso país. Nós sabemos também que um país como o nosso precisa de um salto, um necessário salto em ciência e tecnologia". A afirmação foi feita pela presidente Dilma Roussef na abertura da Reunião do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT) realizada na quarta-feira, 6 de fevereiro, no Palácio do Planalto, em Brasília.
 
Ao concentrar a pauta em setores importantes para o desenvolvimento da tecnologia e da indústria, Dilma propôs a criação de um programa destinado a incentivar pesquisa e produção na área de biotecnologia. O programa será organizado pelos ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação e da Educação, que também devem desenvolver um projeto de laboratórios de uso aberto. "Ela se mostrou muito interessada em fazer mais pela área de biotecnologia, e atribuiu ao  conselho a iniciativa de fazer propostas com esse foco" disse Marco Antonio Raupp, Ministro da Ciência Tecnologia e Inovação.
 
Para ele, a reunião foi extremamente positiva, principalmente porque foi a primeira com a participação da presidente Dilma. "Apresentamos um relatório do MCTI caracterizando bem nossas linhas de atuação, explicando os dados sobre os recursos destinados aos projetos. Ao final da apresentação, a presidenta discutiu alguns pontos conosco e essa interação com os conselheiros foi muito importante, avaliou.
 
A presença de Dilma Roussef pela primeira vez em seu governo também foi apontada como um dos pontos positivos da reunião pela presidente da SBPC, Helena Nader. "Nas outras ocasiões, por impossibilidades, ela não pôde comparecer. E dessa vez ela ficou do começo ao fim", disse.  Helena considerou fundamental a atenção de Dilma às posições apresentadas pelos membros do CCT.  "A presidenta Dilma tanto ouviu como prestou muita atenção nas posições apresentadas pelos membros, acrescentou.
 
Helena Nader ressaltou a importância do discurso final de Dilma Roussef. "Ela falou de improviso, ao invés de colocar um discurso preparado. Essa fala foi fundamental porque ela mostrou claramente para todos da reunião que ciência é importante e que quer projetos. Ela ouviu todas as críticas, anotou e vai atrás de como poder melhorar os entraves e gargalos para o desenvolvimento da ciência", disse.
 
Durante a reunião, foram apresentados relatórios das quatro comissões do conselho. Helena Nader, falou pela Comissão de Fortalecimento da Pesquisa e Infraestrutura Científica e Tecnológica.  Enio Candotti, vice-presidente da SBPC, fez uma apresentação sobre os trabalhos da Comissão de Tecnologias Sociais e Divulgação da Ciência. O empresário Carlos Sanches falou pela Comissão de Promoção da Inovação. A Comissão de Novo Padrão de Financiamento para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico foi representada por Mario Neto Borges, presidente do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap).
 
A reunião traçou ainda as linhas gerais do modelo institucional da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), uma nova estatal que nascerá com a missão de fomentar a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico nas indústrias. O anúncio de sua criação deve ocorrer já no próximo dia 1º de março. Apelidada de "Embrapa da indústria", a empresa inicia com capital de até R$ 800 milhões.
 
Fonte: Jornal da Ciência