Caravanas de vários estados chegam a BH para Salão da ANPG

carteira de estudante

Pós-graduandos de todas as regiões do Brasil e estrangeiros de países como Argentina e até o Paquistão estiveram presentes na Universidade Federal de Minas Gerais nesta segunda-feira, nas atividades da 69ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. Dentro da programação do evento, a Associação Nacional de Pós-Graduandos realiza, de terça a sexta-feira (dias 18 a 21), seu 5º Salão Nacional de Divulgação Científica.
Presente na mesa Os Desafios da Pós Graduação – em que palestraram o presidente da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), Abilio Baeta Neves, e a presidente da SBPC, Helena B. Nader –, a paquistanesa Naheed Bibi, de 28 anos, disse que quer acompanhar as discussões sobre a democratização da universidade brasileira.
Na
“Eu entendo que a luta por educação e pesquisa de qualidade, pela manutenção das bolsas, a luta pelos direitos da população negra e pelo seu espaço na academia, são todas muito importantes”, afirmou a doutoranda em Química Inorgânica da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Vinda da capital federal, a paulista Luciana M. Nolli, de 35 anos, mestranda em Neurofármacos na UNB e pesquisadora do Laboratório de Toxicologia da Universidade, disse que vai assistir a um debate sobre o uso medicinal de cannabis e que também pretende acompanhar as atividades da ANPG na UFMG.
luciana
Para ela, a ciência pode ajudar o Brasil a sair da crise. “Na área da Saúde, o primeiro passo é colocar em prática o que é pesquisado. Implementando políticas públicas, testando novos tratamentos e medicamentos. E claro, precisamos de estrutura para produzir ciência”, sustenta.
A estudante em Licenciatura Intercultural Indígena da UFMG, Suyhê Pataxó, de 21 anos, aproveitou o encontro no campus aonde estuda e pretende estar presente todos os dias. “A discussão sobre o lugar dos afrodescendentes e indígenas na universidade é fundamental. Há um certo tabu sobre ela. Muitas vezes vemos o branco falando sobre a história dos índios, há pouco espaço para o indígena dizer o que pensa.”
Suyhe
Rômulo Silva, 34, mestrando em Educação da UFMG, também passeou pelas instalações no gramado da reitoria. Ele quer aproveitar o espaço para fazer novos contatos e buscar novas perspectivas para seu trabalho de pesquisa. “Acredito que o esforço para descolonizar o conhecimento no Brasil é central para o desenvolvimento do país”, avaliou.
romulo
TEXTO: Felipe Canêdo