Atenção total para a área de pesquisa no Rio de Janeiro

carteira de estudante

 

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A Folha de São Paulo divulgou hoje, 19 de setembro, que a Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ, está em primeiro lugar no ranking da RUF (Ranking Universitário Folha 2016). De acordo com a publicação os motivos da boa qualificação estão o crescimento da área de petróleo na última década e a diversificação do perfil do aluno.
A nota da Universidade pulou de 96,74 em 2015 para 97,46 este ano. O reitor da UFRJ, Roberto Leher, disse à Folha que a Universidade está pulsando, ativa na produção do conhecimento, mas que existem muitas preocupações com o orçamento que criam um ponto de interrogação angustiante.
E apesar da boa notícia, Leher tem que estar angustiado mesmo, há dois dias, 17 de setembro, o Jornal O GLOBO, publicou uma matéria em que afirma que a falta de dinheiro para as pesquisas essenciais está paralisando a ciência no Rio de Janeiro.
Escrita pela jornalista Ana Luiza Azevedo, a reportagem mostra que o Estado do Rio de Janeiro está mergulhado em uma crise financeira abissal. Segundo o texto: “Não há dinheiro para manter os animais essenciais a pesquisas de doenças neurodegenerativas, como mal de Alzheimer. Tampouco há um tostão para o tratamento experimental com células-tronco de pacientes com asma e enfisema sem opção de terapia”.
Ainda de acordo com o que foi publicado no GLOBO, a consequência dessa paralisação será sentida por anos. Tanto que na semana passada a ABC e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) alertaram o governador em exercício Francisco Dornelles sobre os danos. A reportagem também ressalta que este ano, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio (Faperj), que custeia a manutenção da maioria dos laboratórios do estado, não pagou um centavo aos projetos. Além disso, outro exemplo da emergência são os servidores e o sistema de fibra ótica da RedeRio, que fornece internet a todas as universidades públicas e à PUC, ao Museu do Amanhã, ao Hospital do Cérebro e a todos os centros de pesquisa. Dependem da RedeRio o armazenamento de dados e numerosos estudos feitos em colaboração nacional e internacional que estão a beira de um colapso.
Sobre a colocação da UFRJ: “A ANPG acredita que a avaliação da pesquisa brasileira precisa ser alavancada a partir dos investimentos em pesquisa básica, mas também em setores estratégicos. A UFRJ vem fazendo esses investimentos, principalmente na década dos governos Lula e Dilma”, explicou a presidenta da entidade Tamara Naiz.
Já sobre a situação da pesquisa no Rio de Janeiro “Os governos deveriam entender que os investimentos em educação e ciência e tecnologia não são meros gastos. Eles são essenciais para o desenvolvimento do próprio estado e não deveriam ter as verbas cortadas indiscriminadamente, principalmente no Rio de Janeiro, que tem a pesquisa mais avançada na área de saúde”, afirma Naiz.
Entenda mais:
http://ruf.folha.uol.com.br/noticias/2016/09/1813970-petroleo-e-ensino-levam-ufrj-ao-primeiro-lugar.shtml
http://oglobo.globo.com/sociedade/ciencia/falta-de-dinheiro-para-pesquisas-essenciais-paralisa-ciencia-no-rio-20128823?