Nota sobre a educação paranaense

Por Rafaela M. Rocha*

A educação paranaense passa por um período de muitos protestos e de resistência nesse início de 2015. Desde o dia 9 de fevereiro, os e as professore/as da rede estadual de ensino estão em greve para barrar uma série de medidas formuladas pelo governador Beto Richa (PSDB). Medidas estas que tem a intensão de retirar direitos dos trabalhadores da educação – como a não contratação de aprovados em concurso, o atraso de pagamento de subsídios aos professores e a superlotação de salas de aula – além de prejudicar diversos trabalhadores temporários em regime de PSS (Processo Seletivo Simplificado) e ainda negligenciar a situação dos estudantes em sala de aula.

Os movimentos sociais da educação paranaense se unificaram em favor da qualidade do ensino no estado e por melhorias nas condições de trabalho dos professores, e na tarde do dia 10/ocuparam a Assembleia Legislativa para pressionar os deputados estaduais a votarem contra essa medida antipopular. Dois dias depois, o pacote de medidas criado por Richa teve sua votação retirada de pauta pela Casa Civil do Estado do Paraná,devido a grande mobilização popular promovida pelo sindicato dos trabalhadores estaduais da educação (APP-Sindicato) e por todos os setores do movimento estudantil.

Os e as trabalhadores/as da educação estadual seguem acampados em frente à Assembleia Legislativa e ao Palácio Iguaçu (sede do governo paranaense) desde o dia 10 de fevereiro. Em reunião na tarde deste sábado (21/2), os trabalhadores da educação decidiram permanecer em greve e promover uma grande mobilização para segunda-feira, dia 23/2, que tem como objetivo pressionar novamente os parlamentares para que reprovem as medidas que prejudicam a educação; além de lançar pautas que tirem este setor da precariedade em que se encontra atualmente – salários de férias atrasados; superlotação das salas de aula; defasagem na contratação dos aprovados em concurso – e recupere a boa qualidade do ensino, marca que o estado já teve e que se destruiu devido aos governos neoliberais no Paraná.

(*) Rafaela M. Rocha é cientista social pela UFPR, mestranda em Sociologia pela mesma instituição e Vice-Presidente Sul da ANPG.

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