Núcleo de Consciência Negra é institucionalizado pela USP

carteira de estudante

O Núcleo de Consciência Negra (NCN), entidade engajada no movimento pela igualdade étnica e racial, finalmente conquistou status de instituição, por meio da aprovação – pela Comissão de Cultura e Extensão da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH-USP) – do Núcleo de Apoio à Cultura e Extensão Universitária (NACE). Por ser uma entidade autônoma, anteriormente, o NCN não era considerado parte integrante da USP. Agora, o conselho poderá promover suas políticas de inclusão social e educacional com o apoio da universidade. 

A aprovação do núcleo ocorreu, justamente, em maio, o Mês da Abolição Interrogada II – reconhecendo que o fim da escravidão marcou, meramente, o fim da utilização da mão de obra negra forçada, e abandonou a população liberta em condições de exclusão e desigualdade.

Como podem ser observados, os dados também revelam que a abolição da escravidão está inconclusa. O ingresso dos estudantes negros na USP está muito aquém do percentual desta população na sociedade, sobretudo, nos cursos de maior demanda social. Apesar de o Censo apontar a existência de 34,6% da população de São Paulo é composta por pretos e pardos, em 2013, houve apenas um calouro preto nos cinco cursos mais disputados da USP.

Este braço institucional do NCN é resultado da luta do movimento estudantil e negro, organizado por meio de seminários, saraus e mostras de arte este mês por toda USP. Dentre outras coisas, o núcleo promove, por meio de cursos gratuitos, educação e formação com o foco voltado paras as questões étnicas.

As reinvindicações do NCN não terminam por aqui.  Conforme explica o coordenador do núcleo, Leandro Salvatico, o movimento ainda precisa conquistar espaço na USP. “A USP quer demolir o barracão do Núcleo de Consciência Negra”, diz o coordenador, “por isso estamos na luta pela Casa de Cultura Negra.” Salvatico conta que esse espaço servirá para o estudo e entendimento acadêmico e cultural da população negra brasileira, e futura sede do Núcleo de Consciência Negra na USP.  Para aderir à campanha, clique aqui.