Educação à distância é um dos temas polêmicos discutidos na SBPC

carteira de estudante

A ANPG se fez presente na mesa-redonda com o tema “O que a Educação à Distância pode fazer hoje para a Educação”, com a participação do Secretário Geral Rodrigo Cavalcanti e do diretor de Tecnologias da Informação e da Comunicação, Thiago Custódio. A mesa aconteceu na segunda-feira,26, como parte da programação da 62ª Reunião Anual da SBPC, em Natal.

Fredric Litto, presidente da Associação Brasileira de Educação a Distância, explicou a diferença entre educação formal (institucionalmente regrada e de rígido currículo disciplinar), educação informal (aquela sem fixo formato, retirada do dia a dia, das experiências e do aprendizado diário) e educação não-formal (em que se inclui a educação continuada, com regramento acadêmico mais flexível). Também falou do termo andregogia, relativo à educação de adultos, e do termo heutgogia, que diz respeito à autoaprendizagem, tão em voga hoje, tendo em vista, entre outros, o crescimento da internet e suas infinitas possibilidades.

Tema considerado de grande importância pelos membros da mesa, destacado pelo representante da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Professor Marcos Formiga, foi a Educação Aberta, movimento iniciado em 1969 na Inglaterra, sobre a educação de baixo custo focada principalmente naqueles cuja faixa etária não se encontra na média dos que normalmente frequentam determinado grau de ensino.

Mauro Pequeno Cavalcante, da Universidade Federal do Ceará(UFC), abriu sua fala contando sobre a experiência que teve na Amazônia, no que diz respeito à precariedade do ensino formal em diversas localidades e à possibilidade do ensino à distância como garantidor da educação da sociedade em amplo espectro, podendo esta dialogar com educadores e conteúdos de múltiplos âmbitos da ciência.

Wilson Correa, da Universidade Católica de Pelotas(UCPEL), definiu a vida contemporânea como “semi-presencial”, à medida que as relações virtuais adquirem importância ímpar, tornando-se um elemento adicional de interação interpessoal, ao promover o encontro e o desenvolvimento da autonomia e do contato humano para além do presencial. Correa entende que a Educação à Distancia tem grande valia ao possibilitar e agregar à realidade atual da internet e da virtualidade o processo educacional, exaltando qualidades do aluno que este não poderia desenvolver se não fosse por esse caminho, como o autoaprendizado exaltado por Fredric Litto.

Houve consenso na mesa no que diz respeito à importância do EAD para o desenvolvimento da educação e também no que diz respeito ao problema da regulação externa, pelo poder público, de tal vertente de ensino, já que formatar um ensino que diverge da formatação que é atrelada ao ensino formal é uma contradição que deve ser evitada, trazendo a mesa, como solução, a possibilidade da autorregulação pelo próprio sistema de ensino.

A ANPG se fez presente neste debate, sempre preocupada com as diversas formas de difusão do conhecimento que surgem constantemente com a renovação tecnológica da comunicação, fato este que pode e muito favorecer a plena universalização do ensino em todos os níveis, e para todos.

Os diretores da ANPG Rodrigo Cavalcanti e Thiago Custódio viram o debate e as questões levantadas como extremamente salutares, no sentido de que se direcionaram para alguns pontos que entendemos primordiais ao avanço da Ciência e da Tecnologia no país: para a autonomia do Ensino à Distância mediante a autorregulação; para a adequação do ensino às novas formas de comunicação que se configuram na sociedade atual; para a atenção especial à autoaprendizagem, como paradigma que enfrentamos hodiernamente, na diferença e necessária conciliação entre a educação convencional e seus métodos contemporâneos; e para a exponencial possibilidade atual de universalidade do ensino, colocando-o como o aspecto referencial para o desenvolvimento do ser humano e de toda a sociedade.

De Natal, Rodrigo Cavalcanti e Thiago Custódio.