APG-UFG lança Campanha de Combate ao Assédio Moral e Sexual na Universidade

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Reunião de organização do debate “Assédio moral, sexual e outros tipos de opressão”, com a UFG, ADUFG e SINT-IFESgo

A APG UFG está realizando uma campanha de combate ao assédio moral e sexual na universidade, com foco na pós-graduação. Essa ação faz parte dos motes da atual gestão da APG, eleita em setembro de 2015.

“Nós organizamos as informações para a campanha, conscientizando sobre o que é assédio moral e o que é assédio sexual e quais são as práticas mais comuns. No material também apresentamos nossa proposta da criação de uma comissão da UFG específica para apurar e punir esses casos, composta paritariamente por estudantes, docentes e técnicos”, explica Raísa Vieira, membro da APG.

Confira a entrevista completa com Raísa, Vieira, da APG – UFG.

ANPG: O que é essa Campanha de Combate ao Assédio da Apg UFG?
Raísa: A nossa atual gestão da APG foi eleita em setembro de 2015. Um dos nossos motes de campanha era o combate ao assédio moral e sexual na universidade, com foco na pós-graduação. Nós organizamos as informações para a campanha, conscientizando sobre o que é assédio moral e o que é assédio sexual e quais são as práticas mais comuns. No material também apresentamos nossa proposta da criação de uma comissão da UFG específica para apurar e punir esses casos, composta paritariamente por estudantes, docentes e técnicos. Mandamos o material para a Assessoria de Comunicação (ASCOM) da UFG para fazerem a arte para nós e quando viram o conteúdo se interessaram em participar. Apesar de ano passado já termos apresentado ao reitor da UFG nossos planos e nossa proposta, apenas agora a universidade deu destaque para o tema porque recentemente houve dois casos de assedio na UFG que foram amplamente divulgados. Recentemente nos reunimos com a ASCOM, com a Associação dos Docentes da Universidade Federal de Goiás (ADUFG) e com o Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação das Instituições Federais de Ensino Superior de Goiás (SINT-IFESgo) e faremos uma campanha maior e mais ampla de combate ao assédio dentro da universidade. No dia 01/06 faremos um debate sobre o tema e a partir das discussões elaboraremos uma cartilha sobre assédio e como combater.

ANPG: Há muitos casos de assédios moral e sexual na universidade? 
Raísa: Os casos de assédio são muito comuns na universidade, mas ainda achamos que os números são subestimados. Muitas pessoas sofrem assedio, mas não tem consciência disso. Às vezes, nos procuram para perguntar se determinada situação é normal na pós-graduação e dizemos “Não, isso é assedio”. No começo do ano lançamos um questionário para avaliar a situação da pós-graduação na UFG e divulgamos pelo mailing da universidade. Um dos temas do questionário era o assédio. Na pesquisa 30% disseram já ter sofrido assédio moral e 2% assedio sexual. 50% tem conhecimento de casos de assédio, 40,4% acha que é comum a prática de assédio na pós, 90% diz que o assunto não é tratado nos PPG e nunca foi orientado sobre isso; 70% acreditam que políticas de prevenção ao assédio teriam alguma eficácia no combate à prática. Julgamos que a pesquisa ainda subestima os reais valores. Como algumas pessoas apontaram no questionário, não se sentiam confortáveis em responder essas questões sem ter um rosto em sua frente.

ANPG: Como a APG tem feito para dar um suporte às vítimas de assédio na UFG?
Raísa: Até então temos orientado as pessoas a procurarem os atuais órgãos da universidade que tratam sobre isso e também a polícia no caso de assédio sexual. Mas, nosso maior esforço tem sido na criação da comissão, pois achamos que os atuais mecanismos da universidade não são eficientes e pouco capacitados para esses casos.

ANPG: Como vai atuar essa Comissão específica para apurar e julgar esses casos de assédio?
Raísa: A ideia da comissão surgiu depois que fizemos uma pesquisa sobre ações de combate ao assédio em outras universidades e também entramos em contato com outras APGs. Nos inspiramos na Comissão de Direitos Humanos da USP, que recebeu a missão de apurar as denúncias de abusos dentro da universidade. Queremos implementar na UFG algo parecido, mas queremos que a comissão seja paritária entre as três categorias da universidade.

ANPG: Quais as primeiras ações programadas? Quando será a criação dessa Comissão?
Raísa: Semana passada, nos reunimos para organizar um debate na universidade com o tema “Assédio moral, sexual e outros tipos de opressão”. O debate fará parte de uma atividade chamada Ciclo de Debates, organizada em parceria entre a APG, ADUFG e SINT, mas agora a UFG irá se somar a nós na organização desse debate. Esperamos que seja uma grande atividade na universidade. Iremos apresentar mais uma vez a proposta da Comissão no debate, mas a ADUFG e o SINT já nos apoiaram nessa proposta. Esperamos agora que a reitoria também apoie para acelerar a criação da comissão, mas pretendemos apresentá-la também no Conselho Universitário (Consuni).

Da redação