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Jornalista ANPG

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Nesse mês de agosto, as entidades estudantis convocam a todos os estudantes em unidade a lutar pela educação para reconstrução do país. E a defesa de uma educação de qualidade passa também pela valorização dos jovens cientistas. Por isso, convocamos a todos os pós-graduandos brasileiros pela luta em defesa da contagem dos anos que passamos no mestrado e doutorado para o cálculo da previdência.

Essa é uma pauta que tem urgência! Ainda mais no cenário em que a produção científica nacional é majoritariamente produzida pelas mãos de milhares de mestrandos e doutorandos, que dedicam seu tempo, muitas vezes em exclusividade. A ausência de direitos como aposentadoria contribuem para o cenário de desvalorização da condição laboral daquelas e daqueles que se dedicam em prol do desenvolvimento nacional.

Por isso, a ANPG, junto à UNE e à UBES, convoca os pós-graduandos brasileiros para lutar pelo orçamento da educação, revogação do Ensino Médio e o direito à previdência social e toda sua seguridade como parte da reconstrução de um Brasil que gere oportunidades e valorize seus jovens pesquisadores.

Nesta terça-feira (8), em reunião do Conselho Nacional de Educação, realizada em Brasília, a ANPG cobrou que o tempo que o período dedicado ao mestrado e doutorado seja computado para fins previdenciários dos pós-graduandos. A fala aconteceu na presença do ministro Camilo Santana, que considerou justa a demanda.

A reivindicação de direitos trabalhistas e previdenciários tem sido a principal pauta da ANPG, após a conquista do reajuste das bolsas de estudos. Em seu 18º Encontro Nacional de Jovens Cientistas, ocorrido durante a 75ª Reunião Anual da SBPC, a entidade lançou o dossiê Florestan Fernandes, estudo que revelou a condição dos pós-graduandos no mundo do trabalho atual. Ontem, um exemplar foi entregue ao ministro.

Para Vinicius Soares, criar políticas públicas que contemplem a situação híbrida desses estudantes-profissionais é urgente e fundamental para o desenvolvimento do país. “Trazemos aqui a reivindicação de que os anos dedicados ao mestrado e ao doutorado sejam contabilizados para fins previdenciários, porque, em média, são pelo menos 6 anos que o pós-graduandos trabalha pela ciência em seu projeto de pesquisa, mas fica prejudicado quanto aos direitos. Essa e outras políticas de valorização não são corporativas, são investimentos na ciência e no futuro do país”, afirmou.

Em tom de otimismo, Vinicius disse acreditar em um futuro positivo para o país. “Quero saudar esse espaço, porque em poucos meses percebemos uma união para a reconstrução do país valorizando a educação. Aqui está representado o futuro, na escola e na universidade. Sempre ouvimos que o Brasil tem muitas riquezas naturais, minérios, mas acreditamos que a principal riqueza é o povo brasileiro”, apontou.

Nesta Semana do Estudante, em Brasília, a ANPG participou de audiências com o presidente da Câmara Federal, deputado Arthur Lira, e o Líder do Governo, deputado José Guimarães, para debater as condições dos pós-graduandos no mundo do trabalho e pedir apoio para que o tempo dedicado ao mestrado e doutorado seja computado para fins previdenciários. Também participou das conversas a deputada Alice Portugal, que solicitou as reuniões.

As agendas, que fazem parte de uma série de atividades vinculadas à Jornada de Lutas dos Estudantes, resultaram no compromisso, assumido tanto presidente da Casa quanto pelo líder do governo, de ajudar na sensibilização dos líderes partidários para apoiarem o regime de urgência para a tramitação tão logo o Projeto de Lei seja protocolado. Na prática, a urgência possibilita que o projeto seja apreciado diretamente no plenário, tornando muito mais célere sua aprovação.

Vinicius Soares entregou o dossiê Florestan Fernandes ao deputado Arthur Lira e explicou que ele é o estudo mais pormenorizado a tratar do papel do pós-graduando no desenvolvimento e suas reais condições frente ao mercado de trabalho hoje. “A argumentação que baseia o PL está nesse dossiê, que fala do nosso lugar no mundo da formação e do trabalho. E trazemos experiências do mundo [sobre o tratamento dos pós-graduandos], como na Alemanha, Estados Unidos, China, Argentina, que já têm perspectivas de direitos para o pós-graduando”, demonstrou.

Lira questionou qual entrave justifica que a proposta não tenha sido aprovada em mais de 3 décadas. O presidente da ANPG explicou que havia um impasse conceitual sobre a condição híbrida do pós-graduando e ressaltou que agora há unidade favorável à pauta. “Já tem consenso na comunidade acadêmica e científica, acabamos que aprovar uma moção na SBPC que deve chegar à sua, com apoio de todos os cientistas ao projeto, porque de fato é uma necessidade histórica”, afirmou, mencionando ainda que o próprio governo se manifesta positivamente através de nota técnica do INSS e da Capes.

Na conversa com o líder do governo, a deputada Alice Portugal fez um paralelo com o que já acontece com os médicos-residentes, que já tem um mecanismo próprio de contribuição previdenciária. “Tinha uma divergência conceitual entre as sociedades científicas se os pós-graduandos são ou não trabalhadores, se configura ou não vínculo. Nesse tempo, os médicos-residentes passaram na frente e já estão pagando a contribuição há anos”, lembrou.

Vinicius pontuou que o projeto original de direitos para os pós-graduandos, protocolado por Florestan Fernandes, chegou a passar na Câmara na época, mas caiu no Senado, durante as discussões da LDB. Finalizou reafirmando que se trata de uma pauta do país e não corporativa. “Nós estamos tratando de desenvolvimento nacional, porque a evasão que está ocorrendo na graduação também está ocorrendo na pós-graduação e a gente tem o diagnóstico que vamos viver uma crise de formação de quadros técnicos e precisamos mitigar esses danos”, alertou.

SERVIÇO: No próximo dia 14/09, a Comissão de Educação da Câmara realizará uma audiência pública para debater o acesso dos pós-graduandos a direitos previdenciários.

No segundo dia do 18º Encontro Nacional de Jovens Cientistas da ANPG, realizado no âmbito da Reunião Anual SBPC, uma mesa foi dedicada a debater “A condição política e jurídica do pós-graduando no Brasil”.

A mesa foi dirigida por Vinicius Soares e Ana Priscila, presidente e vice da entidade; e teve como participantes a professora da UERJ Manu Mathias; Fernando Peregrino, chefe de gabinete da presidência da Finep; Jaqueline Goés, pesquisadora responsável pelo sequenciamento do genoma do coronavírus; Luiza Rangel, chefe de gabinete da secretária executiva do MCTI; Danilo Arnaut, prefessor de Direito e pesquisador; e Polyanna Morgana, professora da Unespar e representante do Andes.

A condição híbrida do pós-graduando, caracterizada por ser um profissional já formado, mas em aprimoramento através de seu projeto de pesquisa, foi um dos grandes temas trazidos pelo Dossiê Florestan Fernandes.

O pleito da ANPG é que, reconhecida tal condição, o poder público trate o pós-graduando como sujeito de direitos que precisa ter acesso à previdência social, licença-médica, política de reajuste permanente das bolsas e outros direitos, mesmo não tendo relação empregatícia formal.

Para o especialista no tema, Danilo Arnaut, a situação de muitos pós-graduandos se assemelha a um contrato de trabalho camuflado, ao lembrar o disposto nos artigos 2, 3 e 6 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que definem os pressupostos da relação de emprego. Segundo o professor Arnaut, “pesquisa é trabalho, trabalho não remunerado. Pecúnia é dinheiro e dinheiro pode ser tributado para fins previdenciários, bastando que se lance de modo técnico”, diz, ao defender a criação de alíquotas diferenciadas para o pós-graduando.

Fernando Peregrino lembrou que, nos últimos anos, cerca de 90% dos recursos da FINEP foram contingenciados, realidade alterada agora e destacou a importância das universidades e dos pós-graduandos para o desenvolvimento, como responsáveis por 95% da pesquisa científica do país. “A Finep já liberou mais de R$ 3 bilhões este ano, um valor que irriga as universidades, institutos e a pesquisa brasileira”, afirmou.

18° ENJC termina com êxito

O 18° Encontro Nacional de Jovens Cientistas da ANPG concluiu seus trabalhos comemorando a participação de mais de 200 estudantes e 17 Associações de Pós-Graduandos de todo o país.

Está dada a largada para a mobilização do 45° CONAP, de 17 a 19 de novembro, em Recife (PE).

Nesta tarde de segunda-feira (24), no Centro de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Paraná, aconteceu a abertura do 18º Encontro Nacional de Jovens Cientistas da ANPG. Na ocasião, em ato que superlotou o auditório, foi lançado publicamente o “Dossiê Florestan Fernandes”, documento que traça um amplo panorama sobre a condição dos pós-graduandos na formação e no mercado de trabalho no Brasil.

As pesquisadoras do Centro de Estudos e Memória da Juventude (CEMJ) que compuseram o grupo de trabalho que construiu o dossiê, explicaram o método e os objetivos do estudo. Elisângela Lizardo, doutora em Educação, manifestou que o dossiê visa caracterizar e sistematizar a condição híbrida dos pós-graduandos, que é um profissional formado que estende seu período de formação para obtenção da titulação.

Luana Bonone, doutora em comunicação, disse que o dossiê apresenta uma formulação que diferencia o pesquisador por consequência e pesquisador por excelência. “O pós-graduando é um pesquisador por consequência, já que ele precisa desempenhar o trabalho de pesquisa para dar consequência à sua formação e titulação, enquanto o pesquisador sênior, que o faz por excelência, tem a pesquisa como atividade laboral plena”, caracterizou.

Entre as diversas consequências para o pós-graduando está a ausência de seguridade social. Luana levantou que existem exemplos que poderiam ser observados para buscar um caminho para inserir os pós-graduandos, como ocorre no caso dos médicos-residentes, que têm uma alíquota especial de contribuição previdenciária, ou os militares, que já têm seu tempo contato desde a escola militar.

Cristiane Fayrbanks, doutora em Educação, apresentou informações sobre a situação de pós-graduandos em outros países do mundo. Ainda que sejam realidades díspares, há uma defasagem do Brasil quanto à remuneração dos pós-graduandos. “Na Alemanha, por exemplo, o pesquisador é contratado pela universidade e possui um salário vinculado ao salário nacional. Na França, o mestrado é comparável a uma especialização, mas no caso do doutorado também há contrato e vinculação de reajuste de valores”, apontou.
Segundo Fayrbanks, há 11 projetos de lei em tramitação relativos a direitos dos pós-graduandos no Congresso, sendo o mais antigo deles de 1989, de autoria de Florestan Fernandes. Desde essa época, os principais direitos buscados são critérios para uma política de reajuste permanente, acesso a direitos previdenciários e políticas de assistência estudantil.

Dan Olorruama, apresentou o retrato da amostra que compôs a pesquisa, sendo um questionário com 29 perguntas aplicado para um público de 65% composto por mulheres, 58% de pessoas brancas e 42% que não são, com predominância de pessoas da região sudeste. Dan ressaltou que, sendo uma pesquisa de adesão voluntária, a amostra se aproximou do retrato que se conhece empiricamente da pós-graduação.

As necessidades detectadas no dossiê Florestan Fernandes precisam embasar políticas públicas que criem uma cesta de direitos aos pós-graduandos, com valorização da atividade de pesquisa, através de política de reajuste permanente do valor da bolsa, taxa de bancada e auxílio tese; seguridade social com garantia de acesso à previdência, atendimento à saúde, cuidados com a saúde mental, licença-saúde remunerada e direitos de parentalidade; e Assistência Estudantil, com iniciativas que garantam a permanência e as políticas afirmativas.

Elisângela Lizardo finalizou a apresentação do dossiê relatando que a conquista dessa cesta de direitos não pode ser vista como gasto, mas sim como investimento em ciência e tecnologia, sem o que a ciência não será atrativa. “Há muitos mestres e doutores trabalhando como motoristas de aplicativo ou em outras atividades não ligadas à sua atividade de pesquisa. Isso está ligado ao aumento da evasão e ao aumento do desinteresse pela juventude ao mestrado e doutorado”, frisou a pesquisadora.

Autoridades recebem e repercutem o dossiê Florestan Fernandes

Após a apresentação dos fundamentos e conclusões da pesquisa, formou-se um ato político para dar início ao 18º Encontro Nacional de Jovens Cientistas e repercutir a apresentação do dossiê. Prestigiaram o evento na mesa dirigida por Vinícius Soares, presidente da ANPG, a professora Mercedes Bustamante, presidenta da Capes, Inácio Arruda, ex-senador e representante do MCTI, Ricardo Fonseca, reitor da UFPR e atual presidente da Andifes, professor Aldo Nelson, Secretário de C&T do Paraná, Yann Evanovick, representante do MEC, professor Francisco de Assis, representante da FOPROP, professora Maria Rita, pró-reitora de Assuntos Estudantis da UFPR, e Fábio Guedes, representante da Iniciativa para a Ciência e Tecnologia no Parlamento.

Primeiro a saudar o debate, o reitor Ricardo Fonseca fez referência a uma pesquisa feita pela Andifes sobre o perfil da universidade brasileira na qual se constatou que 70% dos estudantes de graduação têm renda familiar inferior a 1,5 salário-mínimo per capita. “As universidades federais brasileiras não são mais um lugar da elite. O povo entrou na universidade. Se isso ocorreu na graduação, obviamente ia acontecer na pós-graduação. Nós precisamos de políticas públicas que atinjam a pós-graduação. O PNAES precisa se abrir para a pós-graduação”, defendeu.

Mercedes Bustamante, presidenta da Capes, manifestou concordância com as pautas apresentadas e relatou que a agência tem buscado atender as demandas, mas que há entraves legais que precisam ser superados. “Sobre os direitos trabalhistas, temos a preocupação de criar uma solução que atinja a todos os estudantes de pós-graduação e não apenas os bolsistas. É preciso ter mais flexibilidade nos mecanismos de contratação de pesquisadores, porque o atual sistema de gerenciamento de recursos humanos não possibilita fazer muitas coisas. Mas a MP dos direitos de parentalidade também já está pronta para ser enviada ao Congresso”, se comprometeu.

Inácio Arruda, do MCTI, lembrou as grandes dificuldades políticas enfrentadas na época da aprovação do REUNI, que ampliou as vagas nas universidades federais, para incentivar que a ANPG amplie a mobilização para conquistar direitos. “Vencemos essa etapa porque teve decisão política para convencer as direções das universidades e até uma parcela dos estudantes. Foi uma grande vitória! Nós ampliamos e levamos a população pobre para dentro das universidades”.

Representando o MEC, Yann Evanovick falou que é preciso que o movimento estudantil tenha liberdade para pressionar o governo por suas pautas, mas que também possa celebrar as conquistas já obtidas e lembrou a mudança de postura do Executivo frentes às demandas sociais. “Foram quatro anos de retrocessos. Quatro anos sem que o Ministério da Educação recebesse os estudantes. Agora, o presidente Lula e o ministro Camilo já disseram: aqui no MEC, estudante entra pela porta da frente”.

Finalizando o ato, Vinicius Soares apontou como momento histórico o ato de apresentação do Dossiê Florestan Fernandes e que, apesar das grandes defasagens acumuladas, já existem conquistas importantes desse novo ciclo. “Já conseguimos avançar muito! A mudança de regulamento sobre a necessidade de residência na cidade do curso foi uma conquista. A portaria que flexibiliza a exclusividade de vínculo dos pós-graduandos foi outra grande vitória, porque permite o acúmulo de bolsas com as de assistência estudantil e regulariza a situação de muitos pesquisadores que já trabalham e estavam em insegurança jurídica”, celebrou.

O segundo dia de reunião da diretoria da ANPG começou, após a goleada da seleção brasileira na Copa do Mundo de futebol feminino, com apresentações de relatórios dos Grupos de Trabalho sobre Assistência Estudantil e Ações Afirmativas. Esses GTs foram criados para levantar dados e elaborar propostas dos pós-graduandos para essas temáticas.

Após os debates, foi apresentada e aprovada a convocação do 45º Conselho Nacional de Associações de Pós-Graduandos (CONAP), segundo maior e mais representativo fórum da ANPG. O encontro será realizado entre os dias 17 e 19 de novembro, na cidade do Recife, em Pernambuco.

De acordo com o regimento do 45º CONAP, as APGs ou Comissões Pró-APGs terão de 28 de agosto a 31 de outubro de 2023 para pedir filiação à ANPG e cada entidade credenciada terá direito a indicar 1 delegado (a) e 2 suplentes ao encontro.

Além dos debates políticos sobre a conjuntura do país e das demandas dos pós-graduandos, o Conselho irá promover alterações estatutárias e convocar o 28º Congresso Nacional da Associação Nacional de Pós-Graduandos.

Sob o lema “Ciência e Democracia para um Brasil justo e desenvolvido”, aconteceu na noite deste domingo (23), a abertura da 75ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, no histórico Teatro Guaíra, em Curitiba.

Estavam presentes à mesa Renato Janine Ribeiro, presidente da SBPC; o prefeito de Curitiba, Rafael Greca; o reitor da UFPR e presidente da Andifes, Ricardo Marcelo Fonseca; a ministra de Ciência e Tecnologia, Luciana Santos; a presidenta da Capes, Mercedes Bustamante; o presidente da Finep, Celso Pansera; a presidenta da ABC, professora Helena Nader, entre outras autoridades.

Durante o início dos trabalhos e composição da mesa, a plateia entoou gritos de “Fora Campos Neto”, em protesto contra os altos juros praticados pelo Banco Central, e de “Inelegível”, lembrando o recente julgamento que cassou os direitos políticos de Bolsonaro.

Vinicius Soares, presidente da ANPG, fez um efusivo discurso em defesa da ciência como dínamo para o projeto de reconstrução nacional e defendeu a continuidade da atual gestão no MCTI, diante de pressões de grupos por espaços no governo.

“A ciência voltou. Mas precisaremos estar vigilantes nesse período. A ciência não pode ser objeto de disputas. Precisaremos estar a atentos para defender que o MCTI continue no caminho certo de resgatar o tempo perdido. Continue a ser liderado por uma mulher negra e nordestina, símbolo da resistência do povo brasileiro”, defendeu. A plateia se levantou para aplaudir e demonstrar apoio à ministra aos gritos de “Fica Luciana”.

Foto: Patricia Santos

Lembrando Florestan Fernandes, que teria completado 102 anos ontem, e sua célebre defesa da “força das ideias” para combater as “ideias da força”, Vinicius enalteceu a realização da Reunião Anual da SBPC, maior encontro científico da América Latina, após a vitória democrática contra o autoritarismo nas últimas eleições.

“É isso que temos aqui hoje, simbolizado nessa reunião anual. A força de uma ideia, coadnunada em dois pilares: Ciência e Democracia. Uma ideia que resistiu bravamente a essa noite longa de quase 6 anos. Foram duros golpes, mas com o exemplo dos que nos antecederam e a força dos que aqui estão, sobrevivemos”, afirmou.

O presidente da ANPG agradeceu a participação da comunidade científica na campanha pelo reajuste das bolsas de estudos e ressaltou que esse foi o primeiro passo, mas que é imprescindível avançar em uma cesta de direitos para os pós-graduandos. “É imediato garantir uma cesta de direitos básicos para os jovens cientistas, de forma que o tempo de mestrado e doutorado seja contado para o tempo de previdência, que tenhamos a garantia de alguns dos direitos trabalhistas”, finalizou.

Neste dia 23/07, na cidade de Curitiba, teve início a reunião da diretoria plena da Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG). Durante os próximos dias, no campus central da Universidade Federal do Paraná (UFPR), a entidade realizará o 18º Encontro Nacional de Jovens Cientistas e participará de diversas atividades no âmbito da 75ª Reunião Anual da SBPC.

O presidente da ANPG, Vinicius Soares, abriu a reunião lembrando que a atual gestão completa um ano de intensas lutas políticas. “Há um ano, éramos eleitos para a direção da ANPG com o desafio central de derrotar Bolsonaro, que era o inimigo principal da ciência. Com menos de 100 dias do novo governo, conseguimos conquistar o histórico reajuste das bolsas de estudos. Chegamos a julho de 2023 com um governo de frente ampla e nós, como movimento social, precisamos disputar os rumos do governo para conquistar nossas pautas”, afirmou.

Além da vitoriosa campanha do reajuste, Vinicius apresentou outras melhorias obtidas para os pós-graduandos através de novas portarias da Capes. A Portaria 79/2023, que trata das bolsas do Programa de Demanda Social, revogou a exigência de que os beneficiários fixassem residência nas cidades em que fazem o curso. Já a Portaria Conjunta Capes e CNPq, editada em 10/07, acabou com a exigência de vínculo exclusivo para os bolsistas, o que possibilita que estes desempenhem outros trabalhos para complementação de renda.

Alterações na diretoria

Ainda no início da reunião, a mesa apresentou e submeteu à aprovação do plenário três alterações na diretoria da entidade. Leonardo Silva, que era diretor de combate às opressões, agora assume a secretaria-geral da entidade. Carolina Gonçalves Birrer assume a pasta de combate às opressões e Giovanny Kley foi indicado novo diretor de movimentos sociais da ANPG.

Deixaram a diretoria os pós-graduandos Raquel Luxemburgo, secretária-geral anterior, e Victor Ferreira, então diretor de movimentos sociais.

Dossiê Florestan Fernandes

Uma parte da reunião foi dedicada ao debate do dossiê Florestan Fernandes, que foi apresentado aos dirigentes da entidade e de diversas APGs que compareceram ao encontro. As pesquisadoras e ex-presidentas da ANPG, Elisângela Lizardo e Luana Bonone, e Cristiane Fairbanks, doutora e ex-presidenta da APG da PUC/SP, foram as coordenadoras do estudo, que será lançado publicamente amanhã.

Elisângela, que atualmente é assessora do Ministério de Ciência e Tecnologia, falou que um dos traços mais marcantes da pesquisa é a dificuldade de absorção da mão de obra qualificada de mestres e doutores no mercado de trabalho. O dossiê revela o fenômeno da “trituração de diplomas”, que é a necessidade de aceitar funções aquém de sua formação para obter trabalho e renda.

Fairbanks fez uma análise comparada entre a situação dos pós-graduandos no Brasil e em outros países de maiores índices de desenvolvimento. Embora ressalte as dificuldades de traçar comparações, dadas as diferenças econômicas e culturais dos países, é uma realidade a defasagem dos valores das bolsas. “A bolsa paga no Brasil está muito abaixo dos valores. Na Alemanha, um doutorando recebe o equivalente a 30 mil reais. Nos EUA, algo próximo a 18 mil”, pontuou.

Luana Bonone considera que há uma necessidade urgente de debater o desenvolvimento do país como a única possibilidade de reverter o problema de empregabilidade dos pós-graduandos. “Tem a questão da ampliação das bolsas, mas também é fundamental olhar o país. Ou o Brasil volta a ter um ciclo de desenvolvimento, ou haverá sempre essa situação de involução de carreira: mestrado, doutorado, desempregado”, problematizou.

A reunião continua nesta segunda-feira pela manhã, quando será convocado o 45º Conselho Nacional de Associações de Pós-Graduandos da ANPG.

São Paulo, 19 de julho de 2023.

Pós-graduandos em defesa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação a serviço da Reconstrução do Brasil e do seu povo
A Associação Nacional de Pós-Graduandos vem por meio deste externar sua preocupação a respeito das especulações sobre mudança no comando do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Nos últimos seis anos, o setor passou por diversas turbulências, incluindo uma sistemática negação científica, orçamentária e ideológica, que afetaram diretamente o sistema nacional de C, T & I. Esse cenário teve consequências graves para a retomada do desenvolvimento nacional, justamente por não ter tido uma conduta comprometida e responsável para colocar a ciência como vértice de impulsão para crescimento econômico e desenvolvimento social do país.
Entendemos a necessidade de sustentação do governo de frente ampla eleito em 2022, inclusive para execução do programa escolhido pelo povo brasileiro. Entretanto e, por isso, entendemos que o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação não pode ficar à mercê das variabilidades políticas. Ainda mais quando se trata de, pela primeira vez na história, termos uma mulher negra no comando desta pasta de tamanha importância. Cabe lembrar que a maioria da produção científica é realizada pelas mãos de mulheres cientistas. Diante disso tudo, uma mudança de comando e direcionamento pode arriscar e ameaçar os projetos já em andamentos e que tem colocado a ciência nacional como uma das principais prioridades. Em pouco tempo, tivemos executadas medidas importantes: reajuste das bolsas de estudos, liberação do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), reinstalação do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT), convocação da 5ª Conferência Nacional de Ciência e Tecnologia, a retomada de programas e projetos estratégicos, dentre outros.
Se o futuro do Brasil depende da reconstrução de políticas públicas, é certo que essas políticas perpassam pelo compromisso do Governo Federal com a gestão dos seus principais Ministérios conduzidas por pessoas comprometidas com projeto de reconstrução nacional que priorize o povo brasileiro. Nesse sentido, extremamente preocupados, convocamos os pós-graduandos(as), toda comunidade acadêmica, científica e a sociedade civil a estarem vigilantes na defesa deste Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação à serviço do povo brasileiro e das pautas políticas eleitas junto à figura de Lula, no pleito de 2022.
A Ciência, um substantivo feminino, precisa ser o esteio de todas as transformações necessárias para elevarmos a condição e vida do povo brasileiro.

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓS-GRADUANDOS

Uma iniciativa conjunta da Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG) e da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPEd) quer levar a proposta do mecanismo de reajuste permanente das bolsas de estudos para o Plano Plurianual Participativo do governo federal.

A campanha visa mobilizar a comunidade acadêmica e científica, bem como a sociedade em geral, a votarem pela internet para incluir o reajuste anual das bolsas entre as prioridades do orçamento federal no quadriênio de 2024-2027, período abrangido pelo PPA.

O Plano Plurianual (PPA) é a principal política de planejamento de médio prazo da Administração Pública, traçando metas e objetivos e serem perseguidos no prazo de quatro anos do governo. Nessa edição, o PPA ganhou o modelo participativo, com plenárias estaduais para ouvir a populações sobre as prioridades locais e também uma plataforma digital, através da qual os cidadãos podem opinar sobre o que consideram mais importante para o próximo período.

Para Vinicius Soares, presidente da ANPG, trazer a previsão do mecanismo de reajuste anual das bolsas no PPA é o primeiro passo para sua efetiva implementação. “A gestão pública é composta de várias fases. O PPA funciona como se fosse uma linha do tempo para implementação das políticas que foram eleitas pelo povo no processo eleitoral. Por isso, incluir o reajuste anual das bolsas é fazer valer a prioridade para a ciência, um dos grandes compromissos assumidos por Lula e Alckmin com o país durante a campanha. Então, agora é mobilizar e votar!”.

ATÉ DIA 14/07: VOTE na PROPOSTA da ANPEd e da ANPG no PPA PARTICIPATIVO

📍 Reajuste de Bolsas de Estudos, Pesquisa e Pós-graduação
Assegurar um mecanismo anual de reajuste das bolsas de estudo, pesquisa e pós-graduação no país e no exterior, usando como referência indicadores que possibilitem a recuperação do valor frente a inflação e com ganhos reais ao longo do período 2024-2027.

🗳 A votação vai até 14 de julho

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