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Na tarde desse primeiro dia do já exitoso 45º CONAP, os debates se voltaram para o desafio de reindustrialização do país e o papel da pós-graduação nesse processo. O painel foi mediado por Vinícius Soares e teve como debatedores o ex-senador a atual Secretário de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social do MCTI, a presidenta da Capes, Mercedes Bustamante, e o deputado federal Renildo Calheiros.

Inácio Arruda falou sobre a importância de transferir a tecnologia para a apropriação por grandes parcelas do povo, envolvendo milhões de brasileiros no processo de desenvolvimento. “É preciso confiar na sabedoria do nosso povo, transferir tecnologia através de tecnologias sociais. Como o povo vive nas favelas desse país? Já existe muita pesquisa sobre isso, mas a verdade é que ele resolve problemas concretos, objetivos, para conseguir sobreviver nessas comunidades. Então, é preciso construir ciência para resolver esses problemas concretos”, disse.

O secretário frisou que aposta na pressão popular para que o governo consiga reunir forçar para fazer as transformações necessárias ao país e conclamou uma grande mobilização no processo de conferências que será realizado. “Lula venceu com mais de 50% dos votos, mas não conseguimos eleger sequer 1/3 do Congresso Nacional. Por isso, o presidente tem dito que precisa da pressão popular para ajudar o governo. Os movimentos têm suas próprias agendas, mas teremos as conferências. Tivemos um grande Conferência de Saúde e vamos ter outras conferências, vamos ter a Conferência de Educação e a Conferência de Ciência e Tecnologia, que serão espaços institucionais para a pressão popular ser canalizada por esses caminhos que fortalecem as políticas públicas”, afirmou.

Para Inácio, políticas como o déficit zero dificultam criam amarras ao desenvolvimento, mas são fruto de pressão das elites, portanto, é preciso contrapressão para balizar as decisões políticas mais importantes. “Essas decisões fundamentais para os destinos do país não vêm num raio em céu azul. É preciso debate e discussão e, sobretudo, decisão política! Ao invés de formar técnicos capacitados aqui e exportar para outros países, vamos fazer ao contrário: vamos convidar esses jovens para voltarem ao Brasil, vamos oferecer oportunidades aqui”, concluiu.

A presidenta da Capes, Mercedes Bustamante, rememorou o período coincidente de fundação da Capes (1951), CNPq (1951) e BNDES (1952) como a demonstração de um Estado que se equipava para dar um salto de desenvolvimento. “A Capes tem 76 anos, nasceu junto com o CNPq e o BNDES. Via-se que o Brasil apostava em um ciclo de industrialização”.

Bustamante relatou as dificuldades herdadas do governo anterior como um grande entrave e que tem exigido um esforço de reconstrução de políticas, desde a própria formulação do orçamento. “No orçamento do mandato anterior, só havia recursos para a Capes funcionar até setembro. A PEC da Transição possibilitou que tivéssemos recursos para funcionar, que pudéssemos fazer o reajuste das bolsas, mas não permitiu ainda que retomássemos o programa de pós-doutorado, que permitirá essa fixação dos cientistas aqui”, disse.

A professora também reforçou a necessidade de maior interação entre a academia e a indústria para que a mão de obra especializada possa encontrar caminhos no mercado. Precisamos pensar na empregabilidade. Por que nossas empresas absorvem pouco esses recursos humanos? Esse é um debate que temos que fazer junto com a ciência e tecnologia”. “As balizas do trabalho da Capes têm sido diálogo, transparência e estabilidade, previsibilidade para que o estudante saiba que ele vai iniciar e terminar com a bolsa dele garantida. Esse Brasil do século XXI é de vocês e cabe a nós apoiar”, finalizou.

“Aqui no Brasil está presente 20% de toda a água doce do mundo. Somos o segundo mais rico do mundo em minérios. Temos a fauna e a flora mais ricas do mundo. Somos um país muito grande, com mais de 200 milhões de pessoas, e falamos uma única língua. Não temos lutas separatistas ou por fronteiras. Essas são riquezas que nem se consegue dimensionar”, iniciou o deputado federal pernambucano Renildo Calheiros, abordando as imensas potencialidades do país.

Para o parlamentar, não faz sentido que o país subaproveite tamanhas riquezas e mantenha contido seu potencial de desenvolvimento. “O Brasil já chegou ao ponto de ser um país de produção importante de petróleo, mas nós exportamos o petróleo e importamos gasolina e óleo diesel. Precisamos investir em pesquisa e investir na transformação dessa pesquisa em bens, produtos e serviços, porque isso é o que eleva a qualidade de vida da população”, afirmou.

Na opinião do deputado, por trás dessas opções que mantém o país subalterno está um projeto das elites que se voltam para fora. “Mesmo com toda essa riqueza, sustentamos a vergonhosa condição de maior desigualdade do mundo. Somos os maiores produtores de grãos e temos parte da nossa população passando fome. Isso porque nossas elites econômicas sempre governaram o país de costas para o povo e sempre se deu pouca atenção a sua industrialização”.

Renildo frisou que Lula assumiu o país em uma situação muito difícil e esse não é um problema só do governo, mas da sociedade brasileira, porque as políticas públicas precisam de recursos para serem feitas. “Temos que ter voz ativa, brigar por isso, pressionar por isso. Precisamos transformar esse país maravilhoso, com todo esse potencial, num lugar cada vez melhor para se viver, trabalhar e prosperar”, finalizou.

Na manhã desta sexta-feira, 17, foram abertos os trabalhos do 45º Conselho Nacional de Associações de Pós-Graduandos da ANPG, no Centro de Convenções da Universidade Federal de Pernambuco, em Recife. Nesta edição, foram credenciadas 98 APGs, que devem compor uma delegação de mais de 250 presentes.

Com o tema “Pós-Graduandos: uma resposta para o Brasil do século XXI, a mesa inaugural, conduzida pelo presidente Vinicius Soares, e a vice Ana Priscila, teve participações do deputado federal Pedro Campos; senadora Teresa Leitão; Inácio Arruda, do Ministério de Ciência e Tecnologia; Mercedes Bustamante, presidenta da Capes; Yann Evanovick, do Ministério da Educação; os reitores Alfredo Macedo (UFPE), professora Madalena (pró-reitora da UFRPE), Socorro Cavalcanti (UPE), Maria Leopoldina (IF-Sertão), além de Robério Rodrigues, presidente da Foprop; Carlos Alberto Aragão, diretor da Finep; Fernanda Pimentel, presidenta da Facepe; Anderson Gomes, presidente da Associação Pernambucana de Ciência; Clara Maria, diretora de Universidades Públicas da UNE, e João Marcelo, presidente da APG da UFPE.

Primeiro orador, o deputado Pedro Campos destacou que a educação, a ciência e a tecnologia são caminhos para a libertação das pessoas. Segundo o parlamentar, a grande vitória do ano foi a aprovação de lei de cotas e firmou compromisso de lutar por mais recursos para o Fundo de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). “A luta por ampliar os recursos não-reembolsáveis do FNDCT é fundamental. A pessoa que está fazendo pesquisa precisa de recurso não-reembolsável para a pesquisa básica. Vamos lutar para chegar a um ponto de 75% de não-reembolsáveis e 25% de reembolsáveis, porque se o FNDCT não investir, ninguém mais o fará”.

Mercedes Bustamante, presidenta da Capes, lembrou e agradeceu os estudantes e as APGs pela resistência empreendida nos últimos 6 anos e apontou para novos rumos na pós-graduação. “O primeiro ato que pude assinar como presidente da Capes foi o reajuste das bolsas. A Capes coordena o sistema de pós-graduação, mas os protagonistas são os dissentes. A vocês e as instituições, devemos a modernização da pós-graduação, democratizando mais e agora ampliando as ações afirmativas”.

A senadora Teresa Leitão também falou sobre o desafio de recompor as políticas públicas e exaltou a aprovação da nova lei de cotas, que agora abrange a pós-graduação. “Hoje a gente comemora, graças à luta de todos nós, um outro ambiente. O espaço da produção do conhecimento é fundamental para o projeto de reconstrução do Brasil. A lei de cotas é uma vitória dessa instituição (ANPG), porque vocês estavam lá para lutar por ela, inclusive, derrotando uma emenda do “filho do inelegível”, que não era uma emenda, mas a destruição do projeto. E nós vencemos!”

Inácio Arruda, secretário de Ciência e Tecnologia para o desenvolvimento social do MCTI, lembrou que para o governo avançar é necessário que o movimento popular exerça seu justo papel de reivindicar e pressionar pelas pautas. “Déficit zero pressiona o orçamento público para baixo. Por que ele está lá? Alguém pressionou. Aí vem Lula e diz: se organizem, me pressionem! É preciso aumentar a verba da Capes e do CNPq para popularizar a ciência. Projeto nacional é ciência com o povo! Por isso, vamos arrombar as portas da Conferência Nacional de Ciência e Tecnologia e dizer que vai ser a mais popular de todos os tempos no Brasil”, conclamou.

Diretor da Finep, Carlos Aragão fez um resgate histórico sobre a fundação da Capes e CNPq, em 1951, como o marco inaugural da constituição do sistema nacional de ciência e tecnologia no país. “Foi graças à pós-graduação que o Brasil conseguiu constituir um sistema nacional de ciência, tecnologia e inovação invejável, o mais importante da América Latina. Por isso, em nome da Finep, quero agradecer a ANPG pelos anos de luta que conseguiram aprimorar o nosso sistema”.

Para Alfredo Macedo, Reitor da UFPE, a democratização da universidade é um caminho sem volta e vai garantir, no futuro, uma sociedade com menos opressões. “Demos posse ao Centro Acadêmico da Vitória [campus UFPE de Vitória de Santo Antão]. O presidente atual é filho de cortador de cana e só conseguiu chegar pela popularização e interiorização da ciência. Qual é a meta? Nós queremos uma sociedade que seja espelho de uma universidade democrática, plural, antirracista e anticapacitista”, exaltou.

Para Yann Evanovick, representante do MEC, o país está em uma etapa de reconstrução das políticas de educação do país e das políticas de participação, um reencontro com a democracia. Lembrou o episódio do incêndio provocado pela ditadura na sede da UNE para afirmar que o Estado brasileiro deve um pedido de desculpas aos estudantes. “Quando a sede das entidades foi incendida, na ditadura, eles achavam que estariam destruindo os sonhos dos estudantes brasileiros. Esse Conap mostra que isso não aconteceu. O estado brasileiro já pediu desculpas pelos crimes da ditadura. Mas os estudantes da UNE, UBES e ANPG foram espancados na porta do MEC, no governo anterior. O MEC, como instituição, tem a obrigação de pedir desculpas a vocês e dizer que nunca mais estará de portas fechadas”.

Para encerrar o ato, Vinícius Soares, presidente da ANPG, falou das conquistas obtidas pelos pós-graduandos no último período, mas lembrou que há um longo caminho para a valorização da ciência e dos jovens pesquisadores. “Somos uma geração que conquistou o aumento das bolsas depois de uma década de congelamento. Está muito aquém do que deve ser feito, mas é um passo na valorização dos jovens cientistas. Em maio, fizemos uma reunião com a Capes e apresentamos 12 pontos de reivindicação. Em menos de 6 meses, conseguimos garantir pelo menos 4 desses pontos. Aprovamos em lei as cotas e vamos garantir em lei, através do PNAES, assistência estudantil para os pós-graduandos”, afirmou.

Vinícius falou sobre a condição híbrida do pós-graduando e colocou como centro da luta da ANPG no próximo período “a conquista de uma cesta de direitos básicos, porque o Estado não nos reconhece como trabalhadores e as universidades não nos reconhecem como estudantes”.

A primeira etapa dessa “cesta de direitos” é aprovar no Congresso Nacional a lei dos direitos previdenciários para os pós-graduandos. Para tanto, a ANPG construiu um abaixo-assinado que já conta com 25 mil assinaturas e tem a perspectiva de chegar a 100 mil no início do ano que vem para entregá-lo aos presidentes da Câmara e do Senado. Finalizando o ato, a ANPG entregou cópias do abaixo-assinado para Mercedes Bustamante (Capes), Inácio Arruda (MCTI) e Yann Evanovick (MEC).


Chegou a hora de apresentar seu trabalho na Mostra Científica do 45º CONAP da ANPG.
Constatamos a necessidade dessa reinvenção ser ainda mais abrangente, a partir de uma
leitura de mundo multipolar, uma sociedade plural e de uma educação transdisciplinar, que
possibilidade múltiplas formas de ensino-aprendizagem, impossibilitando que um único
formato continue sendo eleito para mediar o conhecimento científico com a sociedade.
A Mostra do 45° CONAP propõe 2 (duas) modalidades de apresentação: visual e material:
1- Na modalidade visual os trabalhos deverão ser apresentados no formato de Pitch
(apresentação de alto impacto), com vídeos de até 1′ 30′ (um minuto e trinta segundos)’ e
suporte de banner.
2- Na modalidade material os trabalhos selecionados serão apresentados em estandes, deverá ser exposto um produto palpável e/ou interativo.
Os trabalhos a serem submetidos deverão desenvolver temáticas que possuam inserção
direta na realidade da sociedade, enquanto melhorias, inovação, soluções, mudanças e
transformações, caracterizando-se como uma resposta para os desafios do Brasil no século XXI, relacionando-se com 01 (uma) área de conhecimento: Ciências Biológicas e da Saúde;
Ciências Exatas, Tecnologias e Engenharias; Ciências Humanas e Sociais Aplicadas; Educação;
Geociências, Agrárias e Ambientais; Linguística, Letras e Artes.
Serão selecionados para apresentação 24 (vinte e quatro) trabalhos, sendo 2 (dois) de cada área, para cada uma das 2 (duas) modalidades de apresentação.

PRAZOS:
Inscrição: 11/11 até 14/11
Resultado de trabalhos selecionados: 16/11

ORIENTAÇÕES DE SUBMISSÃO:
Enviar para e-mail da mostra :

  • Foto de rosto do/da estudante
  • Minibio (32 Palavras)
  • Título do projeto
  • Breve apresentação do trabalho (91 palavras)
  • Vídeo da apresentação do seu trabalho de até 1 minuto e 30 segundos
  • Enviar foto do seu produto, caso seja um trabalho interativo
    Instruções de envio:
  • Anexar tudo em uma pasta do drive, com visualização aberta
  • Enviar a pasta para o e-mail: [email protected]
    LINK DE INSCRIÇÃO

Nos próximos dias 17 a 19 de novembro, Recife sediará o 45º Conselho Nacional de Associações de Pós-Graduandos (CONAP), que contará com a participação de centenas de mestrandos, doutorandos e residentes em saúde representando universidades de todo o país. Os trabalhos do evento, que serão abertos ao público, acontecerão no Centro de Convenções da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Segundo maior fórum deliberativo da Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), esta edição do CONAP tem como lema “Pós-Graduandos: uma resposta para o Brasil do século XXI – Direitos, Acesso, Permanência e Absorção”, centrando seus debates na condição híbrida de estudantes-pesquisadores e as dificuldades de acesso às políticas públicas decorrentes e o papel que esses recursos humanos especializados podem jogar no desenvolvimento do país.

Na sexta-feira (17) pela manhã, ocorrerá a abertura do evento, contando com a presença de deputados e senadores do estado. Às 14h, terá vez o painel “Educação & Ciência para construção de um projeto de país – da reindustrialização nacional e expansão do sistema nacional de C&T ao complexo industrial da saúde”, para a qual foram convidados os ministérios de Ciência e Tecnologia e da Educação.

A presidenta da Capes, doutora Mercedes Bustamante, já confirmou participação no encontro, assim como o reitor da Universidade Federal Rural de Pernambuco, professor Marcelo Carneiro. Também são esperadas as presenças dos reitores da UFPE, da UPE, da Unicap, do IFSertão, dentre outros intelectuais e acadêmicos.

No sábado pela manhã, a mesa será “Absorção de recursos de alto nível no Brasil: a situação da formação, empregabilidade e da evasão de mestres e doutores”, voltada para a discussão sobre a interface entre a pesquisa na universidade e os segmentos produtivos da economia para gerar crescimento e empregos e combater a fuga de cérebros.

O encontro também debaterá o Plano Nacional de Pós-Graduação 2021-203, as iniciativas legislativas voltadas a conquistar direitos para os pós-graduandos e contará com diversos grupos temáticos sobre especificidades que afetam os estudantes. No início do noite de sábado, terá início a plenária final que aprovará as propostas e encaminhamentos do Conselho.

Confira a programação completa e sinta-se convidado a participar do 45º CONAP da ANPG.

A ANPG, em conjunto com a Sociedade Brasileira pelo Progresso da Ciência (SBPC) e a Academia Brasileira de Ciências (ABC), nesta terça-feira (07/11), ajuizou ação anulatória de ato administrativo contra o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, em virtude do Decreto Executivo nº 48.715/2023, que, ilegalmente, altera o estatuto da Fapemig, violando a autonomia e a democracia interna da Fundação.

O decreto em questão, na prática, torna a Fapemig uma mera extensão dos interesses políticos do Executivo estadual ao acabar com a lista tríplice, hoje elaborada pelo Conselho Curador, e dar poderes exclusivos ao governador para indicar o presidente e o diretor de ciência e tecnologia da instituição, além de extinguir o tempo de mandato dos dirigentes.

O ato arbitrário também vincula totalmente o Conselho ao governo quando obriga que seu presidente seja, necessariamente, um servidor da Secretaria de Ciência e Tecnologia, que também não terá prazo de mandato assegurado.

A tentativa ilegal de intervenção ocorre após verdadeira sabotagem orçamentária do governo Zema contra a Fundação em seu primeiro mandato. Em 2020, por exemplo, o valor repassado à entidade foi de apenas R$ 96 milhões, apenas 28% dos R$ 347 milhões que fazia jus, já que a verba a ser destinada é de 1% da receita orçamentária ordinária.

Ao apontar riscos iminentes de desvirtuamento da Fapemig, a ação pede que o decreto tenha seus efeitos sustados liminarmente, já que o mandato do atual presidente expira no próximo dia 14 de novembro. “Logo, evidente que a manutenção do Decreto Executivo, o qual usurpa a autonomia da FAPEMIG e concede poderes de administração e gestão ao Governador e seu grupo político, trará ainda mais impactos negativos no fomento à pesquisa no Estado”, argumentam as entidades proponentes.

Para Vinicius Soares, presidente da ANPG, o decreto do governador é um ataque injustificável à ciência e à comunidade científica mineira, que visa submeter a Fapemig aos desígnios do Executivo. “É uma afronta à Constituição Federal e à própria autonomia da ciência, porque esse decreto, na prática, faz uma intervenção política na Fundação, tornando-a um fantoche dos interesses políticos, muita vezes negacionistas, do governador Zema. É uma ilegalidade que derrotaremos na justiça!”, afirmou.

Aconteceu, no último dia 04 de novembro, na sede das entidades estudantis em São Paulo, o credenciamento para o 45º Conselho Nacional de Associações de Pós-Graduandos da ANPG (CONAP).

Noventa e oito APGs e comissões pró APGs, representando pós-graduandos de universidades de todas as regiões do país, estão aptas a participar como delegadas ao segundo maior e mais representativo fórum da ANPG. Conheça a lista de APGs credenciadas:

Foi divulgada, nesta terça-feira (31), a programação do 45° Conselho Nacional de Associações de Pós-Graduandos, o segundo maior fórum de debates e deliberação da ANPG, a ser realizado entre 17 e 19 de novembro, na cidade do Recife (PE).

Com o lema “Pós-Graduandos: uma resposta para o Brasil do século XXI – Direitos, Acesso, Permanência e Absorção”, o encontro terá diversas mesas de painéis sobre os desafios da ciência e tecnologia no país, a empregabilidade de mestres e doutores, saúde mental, ações afirmativas, acesso e permanência na pós-graduação, além das propostas legislativas em tramitação no Congresso Nacional para a conquista de direitos para os pós-graduandos.

Veja a programação abaixo, acompanhe as atualizações no site e nas redes da ANPG e, principalmente, mobilize-se para participar!

PROGRAMAÇÃO DO 45° CONAP DA ANPG

Na noite de 24 de outubro, após meses de intensa mobilização, os estudantes puderam celebrar uma grande conquista: a Lei de Cotas, que renovou a política afirmativa de acesso às universidades federais pelos próximos 10 anos, foi aprovada no Senado Federal. Como já havia sido votada na Câmara, agora a matéria será sancionada pelo presidente Lula para virar lei.

O embate travado no Senado foi para que o texto da Câmara não sofresse emendas, o que obrigaria sua reapreciação pela casa propositora e atrasaria a tramitação. Depois de muita pressão dos líderes estudantis, foi rejeitada, por 46 a 24 votos, uma emenda de plenário que desfigurava o projeto, feita pela bancada bolsonarista, abrindo caminho para a aprovação da proposta original.

O projeto de lei 5.384/2020 inclui a reserva de vagas também nos cursos de pós-graduação das universidades federais, bandeira defendida pela ANPG há anos, e acrescenta a população quilombola como beneficiária das políticas afirmativas.

Presente no plenário para conquistar votos de senadores a favor da proposta, Vinicius Soares, presidente da ANPG, destacou que é a primeira vez que as cotas na pós terão força de lei e não apenas decisões de cada curso. “É a primeira vez que conseguimos garantir em lei que as ações afirmativas abranjam também a pós-graduação. É uma conquista histórica do movimento nacional de pós-graduandos e da ANPG. A universidade vai avançar, precisamos popularizar cada vez mais a pós-graduação. Seguimos na luta para garantir agora os direitos previdenciários e o reajuste das bolsas que ainda não foram contempladas. Vamos juntos que a luta vale a pena!”, comemorou Vinicius.

Diante da trágica situação humanitária que afeta a população civil em Gaza, decorrente da escalada da guerra entre Israel e Hamas, e o veto dos Estados Unidos da América à proposta brasileira de estabelecer um corredor humanitário na região, feita no Conselho de Segurança das Nações Unidas, a Associação Nacional de Pós-Graduandos manifesta:

1) O seu mais veemente repúdio e condenação ao terrorismo, à guerra, ao uso desproporcional da força e aos covardes ataques à população civil e a hospitais e escolas, que atentam contra o Direito Internacional, a Convenção de Genebra e os mais básicos princípios de direitos humanos.

2) Apoio e reconhecimento aos esforços do governo brasileiro em atuar nos organismos multilaterais, em especial a ONU e seu Conselho de Segurança, do qual exerce a presidência rotativa, na busca de saídas negociadas e que possam salvar as vidas de civis inocentes.

3) Repúdio ao veto unilateral dos EUA, que impossibilitaram a aprovação da resolução proposta pelo Brasil, que abriria portas à criação de um corredor humanitário em Gaza e, consequentemente, pouparia vidas e criaria um ambiente mais propício às negociações.

4) Repúdio também a todas perseguições e ameaças que professores e pesquisadores tem sofrido por apenas propor debates ou expor suas reflexões academica-científicas acerca da Palestina. A garantia da liberdade de pensamento e de expressão, respeitando os valores dos direitos humanos, nas Universidades e na arena pública é fundamental para que consigamos estabelecer diálogos sobre os processos de paz.

5) Por fim, o chamamento de todos os países e povos a se manifestarem pelo imediato cessar-fogo e a busca pela paz duradoura na região, o que, em nosso entendimento, só será possível com cumprimento dos acordos e as resoluções da ONU, da desocupação da Cisjordânia, Jerusalém Oriental, do desbloqueio a Faixa de Gaza, do fim do regime de Apartheid israelense e com a criação do Estado Palestino livre, com total respeito à sua autodeterminação.

A Associação Nacional de Pós-Graduandos vem por meio desta externar sua preocupação diante dos cortes e do contingenciamento no orçamento de 2023 e a projeção orçamentária para 2024 da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoa de Nível Superior (CAPES). Segundo o Fórum de Pró-reitores de Pós-graduação (FOPROP), já foram realizados bloqueios de R$ 66 milhões e, mais recentemente, um corte de R$ 50 milhões na dotação orçamentária deste ano, que irão impactar diretamente a Diretoria de Programas e Bolsas, além de outras ações na CAPES.

É preciso destacar que o Brasil ainda está enfrentando as consequências do estrangulamento financeiro ocorrido nos últimos seis anos por governos de caráter golpista e negacionista. O orçamento da CAPES para 2023 é equivalente ao de 2022; a proporção de bolsistas/matriculados no stricto sensu (apenas 40% são bolsistas) decresceu e programas importantes para o desenvolvimento do país, como Programa Nacional de Pós-Doutorado, foram extintos. É preocupante a situação da pós-graduação brasileira, com tendência de queda na titulação de doutores (o país já deixou de titular 4 mil doutorandos de 2019 para 2020) e de aumento na perda de talentos com o agravamento da fuga de cérebros.
Neste cenário aflitivo, o governo atual, apoiador da Ciência, acertou ao acatar a demanda da comunidade científica e reajustou a maioria dos tipos de bolsas de estudos e pesquisa, aumentando também a quantidade disponível. Logo, a recomposição do orçamento da CAPES para 2023 é imperiosa e urgente, a fim de que não haja interrupções nos programas e projetos em andamento.
Além disso, é preciso atenção à proposta orçamentária para 2024, que está no Congresso Nacional, e é menor do que o orçamento referente a 2023. Sem uma proposta orçamentária que compreenda o aumento do valor e da quantidade das bolsas de estudos realizado em 2023, que contemple os reajustes ainda não realizados, como as bolsas do exterior, e um novo reajuste das bolsas de pós-graduação que reponha a defasagem inflacionária que ainda resta (um novo reajuste de 40%), Brasil poderá entrar em uma grande crise de formação de quadros técnicos de alto nível, justamente por seguir no caminho da renúncia de mais investimentos para capacitação dos seus recursos humanos. Isso terá impacto direto na produção cientifica do país, elemento fundamental para qualquer projeto de reconstrução nacional.
Não se pode falar em processo de reindustrialização nacional, com retomada econômica e do desenvolvimento sem elencarmos a pós-graduação como prioridade para os investimentos presentes e futuros. Ou seja, não há como o país entrar no século XXI indo na contramão dos necessários investimentos em educação e ciência.
Diante disso, é imperativo que haja a recomposição do orçamento cortado para 2023, assim como aumento robusto do orçamento previsto para 2024. Para isso, convocamos o movimento nacional de pós-graduandos e toda comunidade acadêmica e científica a se mobilizar em defesa do orçamento da CAPES. Como primeira medida, convocamos um tuitaço para o dia 19 de outubro, às 10hs, #CAPESsemCortes. Apenas com condições financeiras adequadas será possível que a CAPES retome projetos importantes para expansão e consolidação dos programas de pós-graduação, assim como para o desenvolvimento das políticas públicas para atração e formação de novos talentos.