Diretoras de entidades estudantis convocam todas as mulheres a se somarem em atos do dia 29 em todo Brasil

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Ana Clara Franco, Diretora de Mulheres da UNE, Maria Clara Arruda, Diretora de Mulheres da UBES e Stella Ferreira, Diretora de Mulheres da ANPG

A eleição de 2018 tem, como uma de suas principais tarefas, a retomada da democracia no nosso país, após o Golpe de 2016 contra a presidenta Dilma. Ao se colocar contra os avanços conquistados nos 12 anos de governo do PT, o Golpe inaugurou uma agenda conservadora no Brasil, agenda essa que incide, principalmente, na vida das mulheres, das negras/os e da população LGBT. A Reforma Trabalhista, a Reforma da Previdência, os cortes em saúde e educação, a ameaça à programas sociais como o Bolsa Família, colocam em xeque a autonomia das mulheres e ameaça o espaço conquistado no último período. Além disso, o discurso conservador vem para controlar ainda mais os nossos corpos e nossas vidas, impondo uma política pública ainda mais patriarcal, misógina, racista, classista e contra os interesses do povo. Nosso país vive hoje um cenário não só eleitoral, mas também social, de polarização. A extrema direita avança na medida em que se estrutura por discursos de ódio, com um teor classista, racista e lgbtfobico. É neste cenário que a disputa eleitoral deste ano se insere, ela está diretamente relacionada em barrar o golpe de 2016 por meio da participação popular nas urnas, mas também de se colocar na contramão de um processo fascista que ganha força por todo país.
O principal representante do discurso conservador é o candidato à presidência Jair Bolsonaro, com o lema “ Brasil acima de tudo e Deus acima de todos”, que ameaça diretamente as conquistas sociais que tivemos nos últimos períodos. O Brasil é hoje um país que assassina violentamente corpos negros, LGBTs e as taxas de feminicídio são alarmantes. Não queremos, como dirigente do nosso país, alguém que não se preocupa com a situação social desses grupos, e que além de tudo dissemina o ódio e a violência.
É também neste cenário que a população se levanta diante das injustiças. As mulheres que denunciaram Cunha, Feliciano e gritaram nas ruas contra o golpe, agora se colocam como linha de frente à Jair Bolsonaro e sua agenda ultra-conservadora! São as mulheres que estão mobilizando através das redes, com a criação de grupos e por meio da hashtag #elenao, fazendo das redes uma ferramenta de organização para as ruas e urnas.
As mobilizações em todo o país neste dia 29 de Setembro, organizado por mulheres de norte a sul, colocam que uma vitória nas urnas contra o fascismo só será construída através da mobilização e da organização popular. Nós denunciamos Jair Bolsonaro, pois não toleraremos nenhum retrocesso sobre nossos corpos e vidas, não teremos como representante do povo brasileiro alguém que não respeita as mulheres. Somos nós mulheres, ameaçadas diariamente, que vamos mostrar nossa força, nas ruas e nas urnas, para barrar qualquer ameaça às nossas vidas!
Desta forma se faz importante que todas as mulheres estudantes das nossas entidades, de representação municipal, estadual e nacional, estejam organizadas para se somarem nos atos das suas cidades. Nesse 28 de setembro, Dia Latino-americano e Caribenho pela Legalização do Aborto, a UNE, UBES e ANPG reforçam não só a importância deste ato, mas também a importância de derrotar Bolsonaro nestas eleições.
Nenhum direito a menos! É pela vida das mulheres! Até que todas sejamos livres! #ELENÃO #ELENUNCA

Ana Clara Franco, Diretora de Mulheres da UNE
Maria Clara Arruda, Diretora de Mulheres da UBES
Stella Ferreira, Diretora de Mulheres da ANPG