Instituto da Unicamp aprova cota racial na pós-graduação

carteira de estudante

A Universidade Estadual de Campinas – Unicamp, está para adotar um sistema de cotas étnico-raciais para os cursos de pós-graduação do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, mas ainda precisa da aprovação da reitoria, que diz não ter recebido a proposta, aprovada dia 11 pela congregação do instituto.

A professora da Faculdade de Educação da Unicamp, Ângela Soligo, defende as cotas na pós-graduação, e diz que elas corrigem a situação de racismo no país. “Precisamos ter vagas garantidas para alunos com características étnico-raciais, porque são poucos os que chegam nessa situação. A maioria tem que trabalhar”, afirmou, em entrevista Folha.

 Já o ex-integrante do conselho de vestibular da Unicamp, Leandro Tessler, acredita que as cotas não são a melhor saída. “A universidade precisa de talentos. Se o aluno tem essa característica, ele tem estar na faculdade”, disse.

A Universidade de São Paulo – USP – ampliou o alcance das cotas na pós-graduação e o programa de antropologia agora é um dos que abrangem tal política, que precisa, também, ser avaliada pela reitoria.

Tanto na Unicamp quanto na USP, ainda não foi definido o número de vagas para cotistas e nem o prazo para que isso ocorra.

Quanto à graduação, nenhuma das universidades estaduais de São Paulo tem reserva de vaga, mas, sim, políticas de ação afirmativa, como bônus na pontuação do vestibular para candidatos negros e vindos de escolas públicas. No caso da Unicamp, existe o Paais (Programa de Ação Afirmativa e Inclusão Social), que soma pontos para quem estudou na rede pública e quem se declara preto, pardo ou indígena recebe bonificação extra. Segundo a universidade, esses grupos representam 10,9% dos estudantes aprovados no vestibular pelo programa em 2014. Outro programa seleciona alunos de Campinas pelas notas do Enem.

A USP possui o Programa de Inclusão Social (Inclusp), que bonifica estudantes da rede pública que, segundo a instituição, somaram 32,3% dos egressos de 2014, sendo que, desses, 30,3% se declararam como pretos, pardos ou indígenas.

Da Redação, com informações da Folha