Seminário Educação e Ciência: Conhecimento como um bem público social

A terceira mesa do Seminário Educação e Ciência, realizada na tarde deste sábado, 02.07, foi marcada por importantes contribuições de reitores experientes, que acompanharam os recentes períodos da educação e da ciência brasileira e suas transformações dentro das instituições.

Com o tema “Os desafios para construção da Universidade: um olhar inter e multidisciplinar sobre o futuro”, dialogou com os desafios mundiais e brasileiros atuais.

Ana Lúcia Almeida Gazzola, professora da UFMG ( Universidade Federal de Minas Gerais) e ex -diretora do  Instituto Internacional de Educação Superior para a América Latina e o Caribe – IESALC da UNESCO, avalia que a atual conjuntura é de Rupturas.

“Estamos em meio da Revolução 4.0, que impõe uma aceleração no campo tecnológico e de conhecimento e assim, repensar atitudes e comportamentos, e a pandemia da Covid-19, que ainda não passou, e a universidade deve se abrir para responder a esses anseios que surgem”.

Para a professora, os desafios impostos com essas mudanças intensas devem ser pensados com destrezas, e relembrando que o Brasil não superou desigualdades históricas.

“É preciso pensar em uma ciência, dentro de um mundo globalizado, mas situada territorialmente, para responder aos anseios e necessidades da nossa população”, acrescenta.

E ainda, refletindo sobre as rápidas transformações que o modelo industrial e econômico 4.0 impõe, Ana Lucia aposta em um modelo de educação para ao longo da vida.

“Com as mudanças constantes, muitas profissões deixarão de existir, e devemos ter em mente projetos de ‘reprofissionalização’, com atualização tecnológica, para garantir emprego decente à população”, conclui.

 

Naomar de Almeida Filho, ex-reitor da UFSB (Universidade Federal do Sul da Bahia) e professor aposentado de epidemiologia no Instituto de Saúde Coletiva da UFBA, o tema da universidade alinhada com o futuro impõe uma agenda, inserida em uma sociedade democrática, em um mundo globalizado. 

“A democracia é o que garante uma educação emancipatória e nessa agenda para a universidade brasileira, o domínio da tecnologia, com conhecimento dos seus princípios e efeitos e a sensibilidade eco-social, com proteção ao meio ambiente, devem ser pilares. O desenvolvimento predatório não pode ser privilegiado”.

 Além disso é preciso reposicionar a extensão universitária. “A instituição não precisa se ‘estender,’ ela já está a serviço da sociedade, seu conhecimentos produzidos inseridos nesse contexto”.