Vencedores do Prêmio Mercosul de Ciência e Tecnologia recebem premiação

carteira de estudante

mercosul-3
Crédito: CNPq

Este prêmio é uma parceria da Unesco e o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e executado pelo CNPq, com apoio do Movimento Brasil Competitivo (MBC). Voltado para pesquisadores dos países membros do Mercosul, a iniciativa busca potencializar a disseminar o desenvolvimento científico e tecnológico e a inovação na região, além de promover a integração e cooperação entre estudantes e pesquisadores.
São premiados dois trabalhos – vencedor e menção honrosa – de cada categoria: Iniciação Científica, Estudante Universitário, Jovem Pesquisador, Pesquisador Sênior e Integração. Os trabalhos inscritos concorreram a premiações que vão de US$ 2 mil a US$ 10 mil.
Presidente do CNPq fala em cerimonia de premiação
Presente na cerimônia de premiação, o presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Mario Neto Borges destacou o tema como estratégico. “Empreendedorismo e inovação é o que estamos precisando no Brasil e na América Latina. Somos grandes produtores de conhecimento, mas ainda falta a capacidade de inovar. O Brasil só será grande no sentido mais amplo, quando tivermos desenvolvimento completo, incluindo científico e tecnológico, para a melhor distribuição do conhecimento”, completou Mario Neto.
Para o Secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do MCTIC, Álvaro Prata, o Prêmio é uma importantes ferramenta para reforçar o Mercosul. “É fundamental que exista mecanismos de apoio a múltiplas ações voltadas à construção de agendas integradoras de nosso bloco e a ênfase nas políticas de ciência, tecnologia e inovação torna-se um dos principais pilares dessa integração”, apontou.
De norte a sul
Uma das pesquisas premiadas nesta edição propõe a criação de uma prótese robótica de baixo custo produzida por impressora 3D. O projeto foi vencedor na categoria “Estudante Universitário” e é realizado pelo mestrando da Universidade Federal do Piauí (UFPI),Caio Caio Araújo Damasceno. “O cenário do país é de cerca de 7 mil amputados e um alto custo das próteses robóticas, que chegam a R$ 150 mil”, explica Caio. O protótipo proposto pela pesquisa, segundo o estudante, é altamente funcional e tem um valor de menos de R$ 500. “Com isso, podemos dar acesso, para a população em geral, de um item que promove qualidade de vida, bem estar e auto-estima”, enumera, afirmando que assim que estiver totalmente funcional, será testado em pessoas para, então, avaliar a possibilidade de comercialização. “A grande importância desse prêmio é ver que a gente é capaz de tirar nosso trabalho científico do papel e fazer algo que possa ajudar as pessoas”, finalizou.
O aproveitamento de águas residuais dessalinizadas para a produção de algas é tema de outro projeto premiado. O responsável pelo trabalho é o estudante de doutorado da Universidade Federal de Santa Catarina, Angelo Paggi Matos, menção honrosa na categoria Jovem Pesquisador. O projeto levou a produção de algas a partir de águas residuais, antes cultivadas em laboratório, para o semiárido nordestino, local com grande quantidade de resíduos resultantes aos processos de dessalinização da água, muito comum na região, que sofre com a falta de água por grandes períodos, mas que possui muita água salobra subterrânea. Angelo explica a importância da pesquisa: “As microalgas produzem muitos compostos  para a indústria química, farmacêutica e de alimentos. Além disso, seu óleo produzir biodiesel”. Segundo Angelo, o semiárido nordestino possui as condições climáticas ideais para essa produção, que também pode ser usada para cultivar peixes e verduras. “Os principais cultivos no mundo são em regiões desérticas como Arizona, Austrália  e Israel. Portanto, o Brasil tem um grande potencial com o semiárido”, aponta.
Esses dois projetos demonstram a diversidade dos temas das pesquisas agraciadas, que também contam com assuntos como o desenvolvimento de um revestimento comestível como contribuição para facilitação do transporte do morango entre o Brasil e os demais países do Mercosul, o desenvolvimento de um produto para uso agrícola, a partir da reciclagem de um rejeito da indústria de fosfatos, inovações para prevenção do câncer de colo de útero, entre outros.
“Precisamos nos apoiar no Brasil que dá certo, e o Brasil que dá certo é este representado por esses ganhadores”, finalizou o secretário Álvaro Prata.
O Prêmio
Instituído em 1998 pela Reunião Especializada em Ciência e Tecnologia do MERCOSUL (RECyT) com a denominação Prêmio Mercosul para Jovens Pesquisadores,  passou a ser denominado Prêmio Mercosul para Ciência e Tecnologia a partir da edição de 2004.
Todos os candidatos ao Prêmio devem estar vinculados ao Mercosul, seja pela nacionalidade, pela naturalidade ou pela residência nos países membros e associados ao Mercosul.
A cada edição é indicado um tema importante para o desenvolvimento científico e tecnológico que atenda às políticas públicas governamentais e que seja de relevância para os países membros e associados ao Mercosul.
Veja a lista completa dos premiados: http://cnpq.br/documents/10157/5558812/Premio+Mercosul+vencedores.pdf/6c1737f9-ac9c-4dd3-8f03-f0d9a71258ec
Fonte: Coordenação de Comunicação Social do CNPq