Academia Brasileira de Ciências realiza Reunião Magna

carteira de estudante

Além das conferências dos convidados estrangeiros, integram o evento a cerimônia de posse dos novos acadêmicos, palestras e debates com destacados cientistas brasileiros, a diplomação dos membros afiliados da ABC do Rio de Janeiro (para o período 2013-2017) e uma apresentação de pôsteres de jovens cientistas da Academia de Ciências do Mundo em Desenvolvimento, especificamente da região da América Latina e Caribe (TWAS-ROLAC). 

Para o presidente da ABC, Jacob Palis, a expectativa quanto à realização da reunião é excelente e a escolha do tema deste ano foi apropriada. "Escolhemos um tema que aponta para o futuro de maneira positiva, pois temos que atingir novos patamares na C&T brasileira e buscar cada vez mais o entrosamento com a indústria e a inovação", avaliou. 

Segundo os organizadores, a reunião foi pensada originalmente para ser um momento de confraternização entre os acadêmicos, de celebração do ingresso de novos cientistas à ABC e de recepção de diversas autoridades relacionadas à Ciência, Tecnologia e Inovação. 

Nos últimos anos, também se tornou uma ocasião de debates abrangentes e multidisciplinares, combinando palestras de pesquisadores seniores com apresentações de jovens pesquisadores que vêm se destacando nas diversas áreas da ciência. Em 2007, o tema da reunião foi Novos desafios; em 2008, Da vinda da Corte aos desafios presentes na ciência no Brasil; em 2009, Galileu e Darwin: luzes da ciência sobre onde estamos e o que somos; em 2010, Ciência, Saúde e Sociedade; em 2011, A ABC a caminho do seu centenário; e em 2012, Ciência para o Desenvolvimento Sustentável. 

O tema de 2013 – 
O Brasil, em virtude do momento histórico que vive, das características de seu território, de sua matriz energética, de sua diversidade regional e cultural, do tamanho de sua população e do patamar científico que já alcançou, tem uma oportunidade única de construir um novo modelo de desenvolvimento sustentável, que respeite a natureza e os seres humanos. Este modelo deverá se apoiar na ciência, na tecnologia e na educação de qualidade para todos os brasileiros. 

De acordo com Jacob Palis é fundamental, de tempos em tempos, discutir os patamares da ciência brasileira. "Já evoluímos muito, mas temos que evoluir ainda mais. É importante que o Brasil tenha investimentos em laboratórios maiores e grandes projetos, sem isso não atingiremos o crescimento ideal", afirmou o presidente da ABC. Ainda segundo ele, o evento contará com a presença forte da comunidade científica e também de representantes da área governamental. "O programa está bonito e impactante", resumiu. 

No sentido de contribuir para que o país atinja novos patamares no seu desenvolvimento científico e tecnológico, foram selecionados alguns temas prioritários para serem discutidos na reunião. São eles: grandes projetos promovidos através de políticas científicas, melhoria do ensino de ciência e da estrutura de ensino superior, estímulo à pesquisa e desenvolvimento nas empresas e o investimento na ciência, tecnologia e inovação na área da saúde. 

Além de divulgar os principais esforços em andamento, a reunião pretende propor medidas complementares que, na visão da comunidade científica, possam aprimorá-los, em benefício da sociedade. 

Prêmios Nobel
 – A Reunião Magna da ABC contará esse ano com a presença de três Prêmios Nobel recentes (2012, 2011 e 2002) e um ganhador da Medalha Fields (2006), considerada o Nobel da Matemática. Wendelin Werner, Serge Haroche, Dan Shechtman e Kurt Wüthrich apresentarão conferências nos três dias do evento. 
"Eles irão abrilhantar ainda mais o evento. Dificilmente se reúne uma plêiade dessa categoria numa mesma reunião. Todos eles obtendo suas distinções em tempo muito recente. Estamos orgulhosos com esse evento e de termos conseguido esses convidados", ressaltou Jacob Palis. 

Confira o perfil dos convidados: 

Wendelin Werner
 – Vencedor da Medalha Fields 2006 – 6 de maio, 2ª feira, 16h

Nascido na Alemanha, Wendelin Werner é cidadão francês. Possui doutorado em matemática pela Universidade Pierre-et-Marie-Curie (Universidade Paris VI) e graduação em matemática pela Escola Normal Superior, ambas na França, onde lecionou na Universidade de Paris-Sud, foi pesquisador do Centro Nacional da Pesquisa Científica e membro do Instituto Universitário da França. Atualmente, leciona na Escola Normal Superior. Em 2006, Werner recebeu a Medalha Fields – considerada o Nobel da matemática – "por suas contribuições para o desenvolvimento da evolução estocástica Loewner, a geometria bidimensional do movimento Browniano e teoria do campo conformal." 

Serge Haroche – 
Prêmio Nobel de Física 2012 – 7 de maio, 3ª feira, 16h

Francês, possui pós-doutorado pela Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, doutorado pela Universidade Pierre and Marie Curie e graduação pela Escola Normal Superior, ambas na França, onde também foi pesquisador do Centro Nacional de Pesquisa Científica, professor na Universidade de Paris VI, na Escola Politécnica, além de ter sido chefe do Departamento de Física da Escola Normal Superior. Nos Estados Unidos, lecionou na Universidade de Harvard e Yale. Atualmente, leciona e é administrador do Collége de France. Em 2012, foi agraciado com o Prêmio Nobel em Física junto com o norte-americano David Wineland, devido aos "métodos experimentais inovadores que permitem medição e manipulação de sistemas quânticos individuais". 

Dan Shechtman – 
Prêmio Nobel de Química 2011 – 8 de maio, 4ª feira, 13h

Israelense, possui pós-doutorado pelo Laboratório de Pesquisa Aeroespecial, Base da Força Área Wright Patterson dos Estados Unidos e pelo Instituto Tecnológico de Israel (Technion), com doutorado e mestrado em engenharia de materiais e graduação em engenharia mecânica. Em 1990, o Prêmio Rothschild em Engenharia; em 1993, o Prêmio Weizmann de Ciência; em 1998, o Prêmio em Física de Israel; em 1999, o Prêmio Wolf em Física; em 2000, o Prêmio Aminoff da Academia Real de Ciências da Suécia e o Prêmio Muriel & David Jacknow para Excelência no Ensino da Technion. Em 2011, recebeu o Prêmio Nobel de Química pela descoberta de quasicristais, segundo os organizadores. 

Kurt Wüthrich 
– Prêmio Nobel de Química 2002 – 8 de maio, 4ª feira, 15h

Nascido na Suíça, possui pós-doutorado pela Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, doutorado em química orgânica pela Universidade de Basel, na Alemanha, além de ter estudado química, física e matemática na Universidade de Bern, na Suíça. Foi pesquisador na Bell Telephone Laboratorie (EUA). Atualmente leciona biologia estrutural no Instituto de Pesquisa The Scripps nos Estados Unidos e biofísica na ETH Zurich, na Suíça. Em 2001, a Medalha de Honra da Sociedade para o Progresso da Ciência da França e, em 2011, a Medalha de Ouro do Presidente do Governo da Índia. Em 2002, recebeu o Prêmio Nobel de Química "pelo seu desenvolvimento de espectroscopia de ressonância magnética nuclear para a determinação da estrutura tridimensional de macromoléculas biológicas em solução." 

(Edna Ferreira / Jornal da Ciência)


 

Detalhes sobre a inscrição 

LOCAL: sede da Academia Brasileira de Ciências, na rua Anfilófio de Carvalho, 29, 3º andar, Centro, Rio de Janeiro – próximo ao metrô Cinelândia.

INSCRIÇÕES: São gratuitas e abertas ao público, mediante inscrição prévia por e-mail para [email protected].

Pedimos que o interessado coloque seu nome, instituição a que está ligado, dias em que pretende participar. No assunto, coloque INSCRIÇÃO.