O Debate Educacional foi tema central no segundo dia de sessão da reunião do Secretariado Geral da OCLAE

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Tamara Naiz, presidenta da ANPG

A ANPG participa, entre os dias 9 e 12 de março da reunião do Secretariado Geral da Organização Continental Latino-Americana e Caribenha de Estudantes (OCLAE), na cidade de Buenos Aires, Argentina.
O segundo dia de sessão da reunião do secretariado geral da OCLAE, 10 de março, ocorreu na Faculdade de Direito da Universidade de Buenos Aires e foi centrado em debates sobre a educação. Neste bloco foi discutido o panorama da educação no contexto da América Latina e Caribe, além de um manifesto contra PISA e a caravana educacional da OCLAE, na qual foi definido seus eixos centrais, formato e algumas datas.
Para Tamara Naiz, presidenta da ANPG, o debate educacional acontece num momento fundamental para se pensar nos desafios educacionais neste momento pré-CRES 2018. “Devemos aproveitar esse momento para pensar o papel da universidade na sociedade, assim como refletir sobre qual tipo de contribuição a Universidade deve dar para a formulação de projetos para o desenvolvimento da sociedade e das pessoas, além de combater o processo de mercantilização da educação superior que cresce fortemente em nosso continente e no mundo”.
Em sua intervenção Tamara destacou ainda que a universidade é por excelência um espaço de produção do conhecimento, de vanguarda, é uma instituição construída a partir do compromisso de alavancar o desenvolvimento humano e social por meio da formação de pessoas, do caráter científico e da promoção de ações voltadas para a sociedade, expressando assim seu compromisso social e conectando-se com a vida das pessoas. “A Unesco já classificou, em 2009, a educação superior como patrimônio público, com o dever de responder às necessidades sociais por meio da pesquisa comprometida e do ensino de qualidade, acredito que é dessa forma a universidade contribui para o desenvolvimento do país. Para tal torna-se importante a participação de estudantes, professores e pesquisadores na definição das prioridades sociais no campo da educação, da ciência e da tecnologia. Dessa forma a Universidade contribuirá para a promoção da transformação social, do desenvolvimento sustentável e da inserção soberana e competente do país no cenário internacional”, disse.
SAIBA MAIS SOBRE O PISA:
O Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) foi criado em 2000 pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e tem como objetivo realizar uma comparação entre o desempenho de alunos na educação básica em 65 países. Acontece a cada três anos e abrange três áreas do conhecimento: leitura, matemática e ciências. As entidades estudantis secundaristas da América Latina e Caribe, como a UBES, tem duras criticas ao exame, pois o veem apenas como um ranking, sem o compromisso dos governos em melhorar a educação básica e provocar uma educação mais emancipadora e transformar a vida das pessoas.
“La campaña internacional contra la lógica de la estandarizacion en la educacion pública, mediante el manifiesto contra la prueba PISA, busca generar el debate y combate a este tipo de pruebas que buscan la homogenidad en los sistemas educativos, eliminando la diversidad de modelos y contenidos en la educacion. Como evaluacion estas pruebas tienen efectos punitivos para el magisterio y para el estudiantado ya que condiciona presupuestos a la educacion publica.
Demandamos la cancelacion de los contratos con la OCDE por parte de nuestros gobiernos quien administra la aplicacion de PISA y que para 2018 ha sedido a la trasnacional pearson la aplicacion de esta”, Veronica Teneria, RED SEPA e UNAM, México.
DEBATE SOBRE EDUCAÇÃO SUPERIOR
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Ainda no segundo dia de atividades, aconteceu o painel “ENLACES y Conferencia Regional de Educación (CRES) – Camino al Centenário de la Reforma de Córdoba”. Estiveram presentes o conselho interuniversitário da argentina e da coordenação da CRES 2018 com Hugo Juri Reitor da Universidade Nacional de Córdoba (UNC) e Guillermo Tamarit Reitor da  Universidad Nacional del Noroeste de la Provincia de Buenos Aires (UNNOBA) e Presidente do Comitê Interuniversitário Nacional da Argentina (CIN)
CRES 2018
O Instituto Internacional para a Educação na América Latina e Caribe, ligado a Unesco, escolhei Córdoba como a sede da Conferência Regional da Educação Superior 2018. Todo o sistema de educação apoiou, pois reconhece e homenageia a Reforma Universitária de 1918, em seu centenário.
A CRES acontecerá em Córdoba dentro de dois anos e é uma reunião preparatóriqa para a Conferência Mundial da Educação Superior que acontecerá em Paris em 2019. Na ocasião, cada continente levará suas propostas para a educação do ensino superior. Todas as conferencias, tanto regionais como a mundial, são organizadas pela Unesco.
A organização do CRES 2018 estará a cargo, conjuntamente, a Iesalc e UNC, com respaldo da CIN e da Secretária de Políticas Universitárias das Nações.
A ANPG participará da construção da participação estudantil para a CRES 2018. Em setembro de 2016 a entidade participou do I Foro Averto de Ciências da América Latina e Caribe em Montevideo, organizado pela Unesco e AUGM, onde propôs a inclusão de um eixo sobre CTI na CRES 2018, com a justificativa de que as universidade não são mais apenas formadoras de recursos humanos, mas instituições fundamentais para o desenvolvimento cientifico na região. Em janeiro, durante o II seminário sobre a internacionalização da ciência brasileira (veja aqui), a entidade realizou a mesa “A CRI na Conferencia Regional de Educação Superior (CRES 2018)”, com a presença do presidente da Comissão organizadora da CRES, professor Francisco Tamarit, da universidade de Córdoba.
A entidade também conseguiu aprovar na CRES a inclusão do eixo “La investigación científica y tecnológica y,  la innovación como motor del desarrollo humano, social y económico de América Latina y el Caribe”. Uma vitória que precisa ser comemorada!