Formação de Doutores no Brasil cresce a uma taxa média de 11,9% ao ano

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O Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) promoveu nesta quarta-feira (11), o seminário Doutores 2010: Estudos sobre demografia da base técnico-científica brasileira e Descentralização do Fomento à C,T&I no Brasil.

Um dos autores do estudo do CGEE, o consultor legislativo do Senado Federal licenciado Eduardo Baumgratz Viotti, professor adjunto da School of International and Public Affairs, da Universidade de Columbia (Estados Unidos), mostrou as características demográficas dos doutores no país.

Em 2008, o número de doutores correspondia a apenas 0,07% da população. De acordo com Viotti, apesar de constituírem uma pequena parcela da população, os doutores têm importância estratégica. "Eles compõem a parcela dos recursos humanos treinada para gerar novos conhecimentos e tecnologias", disse.

O estudo mostra que o número de doutores cresceu 278% entre 1996 e 2008, o que corresponde a uma taxa média de 11,9% de crescimento ao ano. Cerca de 87 mil pessoas obtiveram títulos de doutorado no país nesse período. Por área de conhecimento, a multidisciplinar, línguas, letras e artes foram as que tiveram maior incidência. A área de ciências exatas e da terra foi a que apresentou menor taxa de crescimento.

O levantamento revela ainda que a quantidade de doutores titulados em instituições públicas estaduais cresceu 170% entre 1996 e 2008, enquanto que os de instituições particulares, 396%. E os das públicas federais 416%.

Outra observação de Viotti foi sobre a distribuição dos doutores por sexo. A partir de 2004, as mulheres deixaram de ser a minoria, quando 4.085 delas concluíram o doutorado contra 3.991 homens. Segundo ele, o Brasil é pioneiro da igualdade de gênero no nível mais elevado da formação educacional. Em 2008, 51,2% dos doutores titulados eram mulheres, enquanto 48,2% eram homens (sobre 0,6% dos titulados, não havia informação).

O ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, destacou a necessidade de desconcentrar a formação de mestres e doutores, aumentando o número de cursos de pós-graduação em regiões menos desenvolvidas. O ministro disse que é necessário criar mecanismos para estimular a formação de mestres e doutores nas áreas de engenharia nuclear e espacial, ciências do mar e Amazônia. "O Brasil está formando um percentual relativamente pequeno, em vista das nossas necessidades nessas áreas", frisou Rezende.

Da redação com informações do Jornal da Ciência

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Os dois estudos estão disponíveis no site do CGEE. Para as versões impressas, solicitar pelo e-mail [email protected]