500 mil pessoas nas ruas do Brasil pela defesa da Democracia e na luta pela Reforma Política

carteira de estudante
Foto: Tamara Naiz
Foto: Tamara Naiz

ANPG esteve no ato do dia 13, que reuniu 500 mil pessoas nas capitais do Brasil

A sexta-feira (13/03) vai ficar na memória da democracia brasileira. No país todo, mais de 500 mil pessoas marcharam para manifestar-se a favor da Petrobras, da democracia e pela reforma política. Houve atos em todos os estados da federação.

No maior deles, em São Paulo, 100 mil pessoas marcharam da Avenida Paulista à Praça da República, mesmo sob forte chuva. A Associação Nacional de Pós-Graduandos, juntamente com outras entidades estudantis, UNE, UBES, UEE e UPES, integraram a marcha, que contou ainda com membros de diversos movimentos sociais, como CUT, MST, MTST, CTB, UGT, CSB, MMM e FUP.

Dentre as pautas defendidas pelos manifestantes estavam também a defesa dos direitos dos trabalhadores e contra o corte orçamentário, que atingiu o Ministério da Educação e que tem refletido na vida dos pós-graduandos, com no atraso das bolsas de pesquisa.

“Mesmo debaixo de chuva e por um longo trajeto, os movimentos sociais organizados e a população tomaram as ruas de São Paulo, foram mais de cem mil pessoas e o recado foi claro: defesa da democracia, defesa da Petrobrás, pela reforma política e por nenhum direito a menos!”, comenta Tamara Naiz, presidenta da ANPG.

Ato dia 13 2

A concentração aconteceu desde cedo, em frente à Petrobras, no número 901, da Paulista, com a chegada de milhares de trabalhadores do campo e da cidade. Sindicatos, pastorais ligadas à terra e à moradia, movimentos diversos se uniram em clima de confraternização e logo fecharam uma das pistas da avenida.

Assembleia da APEOESP e greve dos professores

Por volta das 14 horas, no vão livre do MASP, o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (APEOESP) realizou assembleia, em que foi deflagrada greve. Entre as demandas do movimento estão reajuste salarial da categoria e dos benefícios e reabertura de salas para acabar com a superlotações. As entidades estudantis estiveram presentes e ofereceram total apoio à categoria. “O professor é meu amigo, mexeu com ele, mexeu comigo” entoaram as entidades.

“Essa luta é para salvar a educação pública no estado de São Paulo, e o mesmo tem acontecido com as universidades e as faculdades de tecnologia. Nós, os estudantes, e professores não podemos pagar pelas crises, e estamos com os professores nessa greve”, disse Carina Vitral, presidenta da UEE-SP, declarando apoio à greve da categoria.

Entidades estudantis e movimentos sociais pela defesa do Brasil

Às 16h, os dois movimentos se encontraram em frente ao MASP e seguiram em grande unidade pela avenida. Líderes das diversas entidades se revezaram no microfone, defendendo as pautas do ato.

A presidenta da ANPG, Tamara Naiz, explicou no carro de som o apoio dos pós-graduandos à Petrobras. “Boa parte dos nossos sonhos para a educação estão na Petrobras, como os recursos do Pré-Sal convertidos em investimentos no setor, seja em formação básica, superior ou ciência e tecnologia. Por isso nunca devemos privatizar nossas estatais. Também afirmamos que não queremos arrocho, corte de verbas para educação e é assim que a gente avança apoiando o que é certo, criticando e nos colocando no rumo para as mudanças que o Brasil ainda precisa”, enfatizou.

Foto: Nelson Antoine
Tamara Naiz, presidenta da ANPG, discursa em carro de som durante o ato do dia 13. Foto: Nelson Antoine

A diretora da UBES, Stephannye Vilela, afirmou a posição dos estudantes secundaristas: “Queria saudar toda a juventude neste ato, que veio dizer que nosso país tem avançado, que nós apoiamos este projeto de democracia brasileira. Viemos dizer que, ano passado, nós conquistamos um marco para a educação brasileira, que foram os recursos do petróleo para a educação. Por isso, estamos aqui para defender o que é nosso”, discursou.

Na Praça da República, onde a marcha terminou, a presidenta da UNE Vic Barros falou para os milhares de manifestantes. Ela defendeu a reforma política e fim do financiamento privado de campanha fundamentalmente para combater a corrupção e afastar o poder econômico das campanhas eleitorais. Além disso, falou sobre a importância de garantir as conquistas na área educacional.

“A manifestação do dia 13 de março foi uma demonstração de que as organizações dos trabalhadores não foram destruídas e que resistirão aos ataques à democracia. Ao mesmo tempo demarcaram claramente que querem que Dilma e o governo federal mude de rumo, a começar por retirar as MPs 664 e 665. Os 100 mil estiveram em São Paulo para dar o recado que querem o seu voto, e o conteúdo do voto popular, respeitado, que passa por defender a Petrobras e realizar uma verdadeira reforma política capaz de barrar a corrupção – cuja origem é o financiamento privado de campanha”, diz Gabriel Mendoza, diretor de Relações Internacionais da ANPG, que também esteve presente no ato.

Da redação com informações da UNE

 

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