Pós-graduando de Maringá indigna-se pelos atrasos da bolsa da Fundação Auracária

carteira de estudante

O mestrando em História pela Universidade Estadual de Maringá (UEM), no Paraná, Rafael Dias da Silva Campos, divulga uma carta denunciando os constantes atrasos da Fundação Auracária em realizar o pagamento das bolsas de pesquisa. Tal situação, relata Rafael, pode levá-lo a perder importantes oportunidades acadêmicas, comprometendo a pesquisa fomentada pela fundação por meio da sua bolsa.

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Confira abaixo a íntegra do documento divulgado pelo estudante.

"CARTA ABERTA

Com mais de um ano completo recebendo bolsa da Fundação Araucária, ainda não obtive o prazer de receber regularmente o auxilio financeiro. Os atrasos foram tantos e tão graves, sempre com a esperança de se regularizarem um dia, que cheguei mesmo a ficar três meses em atraso, justamente no período onde, o exercício de qualquer atividade remunerada ainda era proibido. Tive a sorte de contar com a ajuda financeira de minha mãe e até mesmo de meu orientador, que sempre extrapolou positivamente suas obrigações acadêmicas. 
 
Durante este período, encaminhei à submissão cinco artigos, em conjunto com este mesmo orientador, para revistas qualificadas (Qualis A1 a B2), com alguns inclusive de DATA. Participamos da elaboração de material bibliográfico para o curso de História do NEAD, sob auspícios do Governo Federal e as expectativas e motivações são ainda maiores. Tanto que nos propomos a ir à Portugal para discutir sobre a dissertação e apreender mais sobre minha área de pesquisa (História das Ciências).
 
Todavia, mesmo com as passagens compradas tem me ficado cada vez mais clara a necessidade de desistir desta profícua troca de conhecimentos, que poderia se concretizar durante o Congresso Luso-Brasileiro de História das Ciências em Coimbra (Portugal). O mecenato, mais que essencial em muitos dos meses anteriores, não me será possível aproveitar nesta ocasião graças ao órgão que tantas vezes deixou de observar a simples execução do pagamento mensal. Portanto, para simplesmente comer e dormir em Coimbra, mesmo oficialmente recebendo auxilio da Fundação Araucária, terei de recorrer a amigos e familiares para pagar as custas de tal investimento. Investimento este que prevê a divulgação de uma instituição que, recorrentemente, não tem cumprido sua obrigação primeva de pagar pelo desenvolvimento de meu ofício de pesquisador.
 
Caso o desenvolvimento da pesquisa científica no Estado do Paraná, ainda seja do real interesse da Fundação Araucária, a escolha pelo cumprimento de uma das normas deverá ser tomada, como seja, o real compromisso com o desenvolvimento da pesquisa e pagamento de seus pesquisadores. Seria lamentável, que a instituição promotora de pesquisa do Estado que está entre as cinco maiores arrecadações do país em 2010, com R$ 27.516.204.812 (vinte sete trilhões, quinhentos e dezesseis milhões, duzentos e quatro mil e oitocentos e doze reais) não possa cumprir algo previsto no orçamento anual.
 
Rafael Dias da Silva Campos
Mestrando em História
Universidade Estadual de Maringá"
 
Da redação