"Desafio é conectar a qualificada academia com o setor produtivo", diz secretário de Inovação do MCT

carteira de estudante

Para o secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT), Ronaldo Mota, as empresas que atuam no país ainda são acanhadas no que diz respeito à inovação. Mas tem havido avanços.

 – Quais são os maiores desafios para fazer inovação no país?

 A ciência avançou muito no Brasil. No entanto, a inovação tecnológica em nossas empresas ainda é tímida. Essa situação decorre da carência de cultura de inovação no ambiente empresarial e da insuficiente articulação entre as políticas industrial e de ciência e tecnologia. O maior desafio é estabelecer pontes conectando nossa qualificada academia com o setor produtivo. Até recentemente, o principal instrumento para apoiar inovação era o crédito da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). O quadro tem mudado rapidamente nos últimos anos.

 – O que mudou?

 A Lei do Bem, de 2005, concedeu incentivos fiscais para empresas que realizem atividades de pesquisa tecnológica. Em 2006, 130 empresas declararam investimentos de R$ 2,2 bilhões. Em 2008, o número de empresas saltou para 460 e os investimentos atingiram R$ 8,8 bilhões. Em apenas três anos, o incremento do número de empresas é da ordem de mais de 250% e o aumento dos valores, de 300%. No ano passado, 635 empresas se apresentaram.

– Em que áreas temos inovação relacionada à biodiversidade?

 Temos investido em áreas como fármacos, medicamentos e nanocosméticos dentro da rede Sistema Brasileiro de Tecnologia (Sibratec). E há estudos sobre plásticos de cana-de-açúcar com promissor futuro.

(O Estado de SP, 24/10)