Universidade é espaço para livre debate. #EleNãoVaiNosCalar

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Mídia Ninja

 
Há menos de 3 dias do segundo turno, fiscais de tribunais eleitorais, policiais federais e militares, a mando de juízes, invadiram universidades públicas em todo o país para interrogar, intimidar e apreender materiais, além de ordenar a retirada de comunicados do ar. A prerrogativa usada pelos juízes é a de que os materiais constituem campanha para o candidato Fernando Haddad (PT).
Um desses exemplos aconteceu nesta última quinta-feira (25), quando policiais federais armados adentraram Associação Docente da Universidade Federal de Campina Grande (ADUFCG) obedecendo a um mandado de busca e apreensão, expedido pelo juiz eleitoral Horácio Ferreira de Melo Junior, para recolher o “Manifesto em Defesa da Democracia e da Universidade Pública”, assinado pela entidade sindical e aprovado pela categoria em Assembleia.
Para a presidenta da ANPG, Flávia Calé, este é um duro ataque à democracia que não pode ser admitido no nosso país. “O que temos assistido no Brasil é uma escalada antidemocrática com sentido de censura do pensamento crítico. A candidatura de Jair Bolsonaro, através da disseminação do ódio a tudo e todos que pensam diferentes dele estão sofrendo ataques que só vimos no Brasil no período da ditadura militar”.
“Como estudantes brasileiros, aprendemos a dialogar em uma Universidade livre e aberta. Atos como censura à opinião política das comunidades acadêmicas rememoram os repressivos dias da ditadura militar e ferem frontalmente a autonomia das Universidades”, explicou o Diretor de Direitos dos Pós-Graduandos, Welington Oliveira.
De acordo com o site Brasil de Fato e o Jornal Folha de São Paulo, outros episódios foram relatados. Na terça-feira (23), policiais invadiram a Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói, para remover uma bandeira antifascista, que não continha qualquer menção à nenhum dos candidatos. A Universidade Federal de São João Del Rei (MG) recebeu também nesta quarta-feira um Mandado de Notificação que ordena a retirada do ar da Nota da Universidade Federal de São João del-Rei a favor dos princípios democráticos e contra a violência nas eleições presidenciais de 2018, assinada pela Reitoria da instituição. Eles têm 48h para retirar o conteúdo do ar.
Alguns professores também foram coibidos. Enquanto dava uma aula sobre fake news, na disciplina de Mídias Sociais, do curso de Ciências Sociais da Universidade Estadual do Pará (UEPA), o professor Mário Brasil teve sua aula invadida pela Polícia Militar. Em outra violação da autonomia universitária, o juiz Rubens Witzel Filho emitiu, nesta quinta-feira (25), um mandado de notificação para a Universidade da Grande Dourados (MS) proibindo a realização da aula pública “Esmagar o fascismo”, que seria realizada no mesmo dia, às 10h, nas dependências da universidade.
Para Germando Neto, Diretor de Universidades Públicas da ANPG, esta perseguição política que está acontecendo em diversas univeridades no Brasil nada mais é que um retorno do autoritarismo do passado que ainda permanece latento nas instituições brasileiras. “Se em outro momento nós vimos a Une e outras entidades estudantis serem fechadas e perseguidas, hoje o que acontece é que as Universidades se posicionam em defesa de sua continuidade, gratuidade e democracia contra o fascimo (que não são bandeiras de um candidato e sim históricas) enquando o TRE, polícia e militares as perseguem. Pode até se fazer a analógia que no Brasil tinhamos um mosntro dormindo e que acordou com o advento do fascimo em especial caraterzidado na figura do canditato Jair Bolsonaro”.
#EleNãoVaiNosCalar
A UNE, Jornalistas livres e Midia ninja foram notificados, a partir da solicitação da campanha de Bolsonaro, para retirar conteúdos de suas páginas que criticassem as falas e seu programa neoliberal e fascista. “Agora, vemos as mesmas ações em relação às universidades. O pedido de busca e apreensão do manifesto em defesa da democracia construído pela comunidade acadêmica, fere profundamente a liberdade de pensamento e expressão que nos assegura a constituição de 1988”, explica a presidenda da ANPG.
Para Calé, essas ações autoritárias buscam inibir qualquer resistência ao desmonte que vem sofrendo as Universidade Públicas. “As IFS estão em crescente ameaça pela ivestidas privatizantes, à entrega do patrimônio nacional aos interesses do capital estrangeiro como no caso da Petrobras e da Embraer e a perda de direitos dos trabalhadores e da população brasileira. Essas ações do TRE, polícia e militares escondem a resistência daqueles que lutam para que não se acabe a possibilidade de se fazer ciência no Brasil”.
“A justiça precisa cumprir seu papel constitucional. Essas medidas arbitrárias extrapolam suas atribuições e desvirtuam sua função para uma finalidade de perseguição politica de alunos e professores. ANPG se opõe veementemente ao autoritarismo e a censura das universidades brasileiras pela justiça. Queremos mais debates e não a obstrução da livre circulação de ideias”, finaliza a presidenta.

Fonte: Brasil de Fato e Folha de São Paulo