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Hoje, relembramos os 50 anos do maior golpe político na história do nosso país. A ditadura militar, que durou longos vinte anos (1964-1984), trouxe muito terror para a vida de pessoas que lutavam simplesmente pelo ato de se expressar, pela democracia. Centenas de indivíduos, muitos estudantes e jovens, são lembrados pela ANPG e por suas famílias por terem simplesmente desaparecido enquanto lutavam pela liberdade. Liberdade que nos foi tolhida. Liberdade de falar, de nos manifestar, de participar.

“A história do Brasil é marcada por uma sucessão de diferentes modelos de desenvolvimento, cada um deixando suas chagas e suas contribuições à constituição da nação. Sem dúvida o período de maior chaga é o do Regime Militar, pois além de endividar o Brasil e promover muita corrupção no país, foi responsável pela maior perda que um povo pode sofrer: sua liberdade. O marco dos 50 anos do vergonhoso golpe que assassinou um rico período de mobilizações pelas reformas de base deve ser marcado pela recuperação da memória e a revelação da verdade sobre o paradeiro de todos aqueles que tiveram a coragem de combater tão nefasto regime. A homenagem deve incluir também a luta pelas reformas estruturais que o país necessita para melhorar a qualidade de vida do seu povo. Ou seja, a melhor forma de homenagear aqueles que ajudaram a construir a democracia no Brasil é ter referência no seu exemplo e permanecer lutando”, declara Luana Bonone, Presidenta da ANPG.

Os anos de ditadura deixaram marcas profundas no país e o Brasil ainda tem uma dívida com essas pessoas e com a sociedade. Nossa democracia, ainda jovem, em muito precisa avançar. É preciso que dias como esse sejam lembrados para que nunca mais aconteçam.

E é para “descomemorar” o golpe cometido há 50 anos ao poder democraticamente constituído que mergulhou o país em seus dias de horror e relembrar aqueles que foram vítimas desse regime que a ANPG, juntamente com várias organizações do movimento social brasileiro, irá realizar, amanhã (2), a partir das 18h, no Teatro da PUC-SP, o Ato em Homenagem à Resistência e à Luta pela Democracia (clique no link para mais informações).

Da Redação

50 anos do golpe de 1964

A ANPG se junta às várias organizações do movimento social brasileiro que nessa semana “descomemoram” os 50 anos do Golpe Militar. No dia 2 de abril, quarta-feira, às 18 horas, o teatro da Universidade Católica de São Paulo (TUCA/PUC-SP), incendiado durante o regime militar, será palco de uma das principais homenagens a personalidades que simbolizam a resistência ao Golpe de 1964.

A escolha do local não foi por acaso. A inauguração do Tuca aconteceu em plena ditadura militar, em 1965, com a apresentação da peça “Morte e Vida Severina”, baseada no livro de João Cabral de Melo Neto. Durante a ditadura, o Tuca se tornou referência da produção cultural, abrigou peças e debates e foi centro de resistência intelectual em defesa da democracia.

O ator Sérgio Mamberti conduz as homenagens, com presença do poeta Thiago de Melo e do compositor Sérgio Ricardo, além de lideranças políticas e sociais. Thiago é um dos homenageados e falará de sua vivência durante a ditadura. Sérgio interpretará duas canções: “Perseguição” e “Calabouço”, essa última junto ao Coro Luther King, de São Paulo, que apresentará quatro músicas, entre elas “O bêbado e o equilibrista” (composição de Aldir Blanc e João Bosco que ganhou o mundo na voz de Elis Regina).

Haverá também homenagem a João Goulart, com a participação de Alexandre Goulart, neto do ex-Presidente deposto pelo regime militar. A presidente da UNE, Vic Barros, e um representante da CUT receberão homenagens em nome dos estudantes e dos trabalhadores. Também serão realizadas homenagens a mais de 400 mártires da resistência torturados e assassinados pela ditadura.

Pouco antes do início do ato, será inaugurado o Monumento ao Nunca Mais nas dependências da PUC-SP, um dos 16 inaugurados ao longo do ano em diversas cidades brasileiras pelo Projeto Marcas da Memória, da Comissão de Anistia, em parceria com o Instituto Alice. Os monumentos são como totens situados em espaços simbólicos da resistência à ditadura.

O Ato reafirma o compromisso pela luta pelo direito à memória e à verdade, tanto na busca pelo paradeiro dos corpos de presos pela ditadura, como pela defesa da punição aos torturadores, apoiando todo o trabalho extensivo da Comissão da Verdade, representada na ocasião pela Comissão da Verdade da PUC-SP, pela Comissão da Verdade do Estado de São Paulo Rubens Paiva e por Paulo Abrão, presidente da Comissão Nacional de Anistia.

O Ato é realizado pela Fundação Perseu Abramo, a Fundação Maurício Grabois e a Fundação Leonel Brizola e Alberto Pasqualini, pelo PT e PCdoB, pela CUT e CTB, Comissão da Verdade do Estado de São Paulo Rubens Paiva, Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, pelo MST, UNE, UBES, Conam, UJS, UBM, ANPG e Centro de Estudos de Mídia Alternativa Barão de Itararé. O evento tem o apoio do Conselho Federal da OAB, da Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania da Prefeitura de São Paulo e da Comissão da Verdade da PUC-SP.

50 anos do golpe de 1964: Ato em Homenagem à Resistência e Luta pela Democracia

Quando: dia 2 de abril, quarta-feira.
Programação: 18h, Inauguração do Monumento ao Nunca Mais (PUC-SP) e 19h, Ato em Homenagem à Resistência e Luta pela Democracia (Tuca)
Onde: Tuca/PUC-SP, Rua Monte Alegre, 1024, Perdizes, São Paulo.
Quanto: gratuito

Da redação