Resistir para viver: estudantes pelo fora Bolsonaro e pela sustentabilidade da vida

O 8 de março é uma data que marca a história de luta das mulheres por todo o mundo. Há 111
anos esta data é uma referência para as mulheres em movimento, mulheres que ousam fazer ecoar
suas vozes, resistindo para garantir condições dignas de trabalho, de sustentabilidade da vida e
denunciar violências. É fundamental resgatar nossas origens, para lembrar que somos parte de um
projeto em movimento para mudar a vida das mulheres.
O Brasil hoje enfrenta uma série de crises: humanitária, social, econômica, sanitária e
política. Na nossa diversidade, compreendemos que para construirmos uma pauta unificada e sermos
em defesa da vida da população mais pobre, é preciso exigir o Fora Bolsonaro! Esse governo
genocida e negacionista não nos apresenta soluções válidas e eficientes para atravessarmos todas as
crises. A pandemia mundial do Coronavírus já matou mais de 260 mil brasileiros1, e também causou
um agravamento das desigualdades sociais. Nós mulheres temos a cada dia que passa nos reinventado
nesta sociedade patriarcal, machista, racista e misógina para garantir a nossa sobrevivência.
O Ministério da Educação foi incapaz de garantir a realização do Exame Nacional do Ensino
Médio (Enem) com segurança, a marca do enem deste ano foi abstenção. Dados revelam que houve
55,3% de abstenções2 no exame presencial e 71,3%3 no formato digital. Trazendo o debate da
exclusão digital e da sobrecarga de trabalho doméstico que afeta principalmente as meninas, que
muitas vezes largam a escola para ajudar nas tarefas de cuidado em casa. O governo não debateu
como alcançar essa juventude que não conseguiu acompanhar de forma remota as atividades escolares
e abandonaram esse espaço que é tão importante para a transformação das vidas.
Precisamos pensar no futuro da juventude brasileira, garantir internet, material e merenda
escolar é necessário para que os estudantes não sofram ainda mais com a desigualdade educacional e a
desnutrição, Bolsonaro precisa sancionar urgente a PEC da Conectividade. Nós mulheres estudantes
exigimos Vacina para todas e todos, Auxílio Emergencial já e o fim de todas as formas de violência.
Organizadas nas escolas e universidades de norte a sul do Brasil, pautadas na solidariedade
construímos alternativas a esse modelo. Todas as conquistas só foram alcançadas com muita
organização. Somos mulheres de todos os povos, de diferentes culturas e realidades, e
denunciamos a violência e a opressão que as crises deste modelo capitalista,
heteropatriarcal, racista e destruidor da natureza provoca em nossas vidas.

 

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  1. https://news.google.com/covid19/map?hl=pt-BR mid=%2Fm%2F015fr&gl=BR&ceid=BR%3Apt-419
  2. https://g1.globo.com/educacao/enem/2020/noticia/2021/01/24/abstencao-do-enem-2020-e-de-553percent-24-milhoes-foram-aos-locais-de-prova-neste-domingo.ghtml
  3. https://g1.globo.com/educacao/enem/2020/noticia/2021/02/07/enem-digital-teve-abstencao-de-713percent.ghtml

O dia 8 de março faz parte dos nossos processos coletivos de resistência que enfrentam a
lógica neoliberal de destruição do Estado, privatização, competitividade e individualismo. A urgência
em defender a vida trouxe à tona o que há muito tempo exigimos: a ruptura com este
sistema é urgente! É nos movimentando que mudamos as estruturas, então vem conhecer e construir
essa resistência.

Pâmela Layla – Diretora de mulheres da UBES
Elaine Monteiro – Diretora de mulheres da UNE
Thais Florencio – Diretora de mulheres da ANPG

 

 

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