Ciência e divulgação científica em benefício da coletividade

Marcos Johari Provezani Silva
Diretor de Relações Institucionais da ANPG

Helena Augusta Lisboa de Oliveira
Diretora de Juventude da ANPG

A ciência tem papel fundamental para a soberania e desenvolvimento do país, e deve ser orientada para atender aos interesses do povo, promovendo a dignidade das pessoas e a paz. Assim orientadas, a ciência, a tecnologia e a inovação permitem que sejam encontradas soluções para os diversos problemas que assolam o país, de forma sistemática, fundamentada pela metodologia científica.
Sem a orientação para o bem social, a ciência, a tecnologia e a inovação cometem atrocidades e injustiças. São diversos os casos em que elas são utilizadas para beneficiar pequenos grupos empresariais (pois elas custam muito dinheiro) à custa de prejuízos dos recursos naturais e de populações.
Cada experiência desastrosa dessas reforça a importância do investimento público nessas áreas visando benefício do povo, com apreço ao bem comum, com a valorização da vida e do equilíbrio da humanidade com o planeta. Diante de situações de calamidade como a pandemia, torna-se evidente a importância da ciência e das relações sociais para benefício do povo.
Longe de negar o papel da sabedoria e da cultura popular, a ciência pode auxiliar a compreender e sistematizar conhecimentos humanos que foram adquiridos por meio de diferentes metodologias. Ao contrário dos dogmas que são absolutos, irredutíveis e inquestionáveis, a metodologia científica prevê, na sua essência, a investigação do contraditório, o debate, o questionamento das ideias, a fim de se obter resultados mais robustos e sustentáveis possíveis. Para que isso ocorra é essencial que as pessoas que irão interagir para construir um desenvolvimento científico juntas, de forma saudável, saibam se comunicar de maneira assertiva, avaliadora e respeitosa, prezando pela união de todos pelo cuidado à vida.
Porém, em tempo de fake News, diversas notícias falsas são produzidas com o intuito de convencer leitores a aderirem a determinados posicionamentos, conforme o interesse de quem as produz, que muitas vezes não beneficiam diretamente o povo. Essas notícias se espalham rapidamente e entram no imaginário popular, que as interpreta como verdades inquestionáveis. Seja que o Corona não passa de uma gripezinha, que se faz uma doutrinação nas universidades e escolas ou que a vacina transforma pessoas em jacaré.
O tipo de educação que não estimula a autonomia do pensar, em outras palavras, que perpetua o comportamento do povo como passivo, o eximindo de sua responsabilidade de analisar informações, torna esse povo propício a ser uma grande massa de manobra, que recebe todas as informações sem as questionar.
Nesse contexto, constata-se a importância de se estimular o pensamento crítico na sociedade, que questione, pondere e avalie hipóteses antes de aceita-las como a Verdade.
A divulgação científica é uma forma de se divulgar os conhecimentos produzidos sem o grande rebuscamento de linguagem que é utilizado em contextos adequados, entre pessoas que pesquisam temáticas específicas. Ela é inclusiva, pois facilita o acesso e entendimento dos conceitos para pessoas leigas no assunto. Essa aproximação dos resultados obtidos pela metodologia científica e do próprio método com o povo, estimula uma cultura crítica e o empoderamento do povo, tendo papel social importante para a consolidação e ampliação do saber científico.
Nesse contexto, a Associação Nacional de Pós Graduandos reativa a sua revista e abre chamada para as pesquisadoras do país submeterem artigos de divulgação científica, compartilhando os resultados de suas pesquisas, em linguagem acessível às pessoas sem prévio conhecimento da área. O tema dessa edição é “Mulheres e mães pesquisadoras em tempos de COVID19”. A revista aceita artigos de todas áreas de conhecimento. Para mais informações, acesse www.anpg.org.br

 

 

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