O ministro Marco Antônio Raupp, de Ciência, Tecnologia e Inovação reuniu-se ontem (07/02), em Brasília, com lideranças das entidades estudantis. Daniel Iliescu, presidente da UNE, Manuela Braga, presidente da UBES, Elisangela Lizardo, presidente da ANPG e demais diretores das três entidades também puderam conversar com o Diretor do Departamento de Popularização e Difusão da Ciência, da Secretaria de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social do MCTI, Ildeu de Castro Moreira.
Durante o encontro, o ministro recebeu a pauta de reivindicações do movimento ligadas a C,T, &I. Nela constam reivindicações como valorização da pesquisa: ampliação das bolsas PIBIC e PIBIC Ensino Médio; imediato reajuste das bolsas de mestrado e doutorado; destinação de 50 % do Fundo Social do Pré-sal para a educação, ciência, tecnologia e inovação; mais investimento em ações de popularização da ciência, dentre outras.
A presidente da ANPG, Elisangela Lizardo, aproveitou a ocasião para reforçar "A formação de recursos humanos com vistas ao desenvolvimento econômico e social do país é a pauta que unifica a ANPG, a UNE e a UBES. Sendo assim, o aumento das bolsas de Pibic, mestrado e doutorado é pauta central para as entidades e não descansaremos enquanto isso não acontecer", disse.
De posse dos cálculos do CNPq sobre as bolsas, o ministro demonstrou sensibilidade e vontade de promover, durante a sua gestão, o tão esperado aumento.
Há exatos 1348 dias os valores estão congelados. Em 2005, quando o salário mínimo era de R$ 300, os valores das bolsas de mestrado eram próximos de três salários e os das bolsas de doutorado passavam dos quatro. Já em 2012, com o salário mínimo de R$ 622, as bolsas de mestrado ficaram inferiores a dois mínimos e as de doutorado inferiores a três.
A garantia de 50% do Fundo Social do Pré-Sal para educação, ciência e tecnologia, 10% do PIB para Educação e queda dos juros são bandeiras defendidas pelas entidades que receberam apoio do ministro. Além disso, Raupp ressaltou a importância dos investimentos privados, em especial no desenvolvimento da inovação no país.
Pronatec
O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) também foi assunto destacado na reunião. Este ano o programa vai oferecer quase 1,2 milhão de vagas em cursos de qualificação em áreas como construção civil, informática, mecânica, turismo e enfermagem.
De acordo com Raupp, é necessária a aceleração da formação de profissionais com capacidades tecnológicas para desenvolvimento do Brasil.
Para Manuela Braga, a expansão qualificada do ensino técnico e de projetos como o PRONATEC são muito importantes. “Sempre me incomodei em conhecer estudantes pobres que não assistiam aula por não ter dinheiro para o transporte, sempre me incomodei em conhecer alunos do turno da noite que não possuíam dinheiro para a alimentação. Essa ainda é a realidade de muitos, não somente no nordeste, mas em todo o país”, afirma
No ano de 2011, foram criados quase 2 milhões de empregos com carteira assinada. No setor de serviços, foram 925 mil vagas, no comércio, 452 mil, e na construção civil, foram 223 mil novos empregos. “O jovem que tem a possibilidade de se capacitar torna-se um trabalhador com carteira assinada e tem acesso a benefícios como décimo terceiro salário, férias remuneradas e outros”, finalizou.
CD do CNPq e Congresso da ANPG
Em relação à participação da ANPG no Conselho Deliberativo (CD) do CNPq, a ANPG reforçou a pressão para que a indicação, prometida pelo então ministro Sérgio Rezende aconteça. Raupp se dispôs a conversar com Glaucius Oliva, presidente do CNPq, para reforçar o pleito. Vale ressaltar que no último encontro da ANPG com o CNPq (leia aqui) Glaucius prometeu colocar o assunto na pauta da próxima reunião em março de 2012.
Por fim, o ministro demonstrou a vontade de participar do 23° Congresso da ANPG, previsto para acontecer de 3 a 6 de maio de 2012.
Na avaliação de Elisangela, o encontro foi bastante produtivo, principalmente por conta da sinalização positiva do ministro em relação ao reajuste das bolsas.
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Veja a pauta completa do movimento estudantil em carta entregue ao ministro da Educação, Aloizio Mercadante, no final do mês de janeiro.
Da Redação.