A ANPG participou do 18º Congresso da União Paulista de Estudantes Secundaristas, realizado entre 29 de abril e 1º de abril, na UNIP. Coincidindo com o Dia Internacional dos Trabalhadores, os secundaristas se reuniram em São Paulo com três importantes pautas: a defesa da democracia, o projeto de uma nova escola e a CPI da merenda – que, se aberta, vai investigar o esquema de fraude na compra de produtos agrícolas destinados à merenda escolar.
“Lindo de ver essa moçada cheia de energia para defender a democracia em nosso país e desmascarar os desmandos do governo Alckmin, inimigo dos estudantes”, disse Tamara Naiz, presidenta da ANPG, que participou da mesa de abertura, no sábado (30).
Além dos debates, foi eleita neste Congresso a diretoria para o próximo período. “Saúdo a vitoriosa gestão que se encerra, conduzida por Angela Meyer, que lutou contra a redução da maioridade penal, ocupou as escolas contra o fechamento das mesmas e agora denuncia os desvios de recursos da merenda e transporte escolar do Estado de São Paulo!”, diz Tamara.
Emerson Santos, diretor de políticas educacionais da gestão anterior, foi eleito o presidente da UPES pelo próximo biênio. Emerson acredita que o principal fórum de diálogo são os congressos estudantis. Por isso, o encontro da UPES aproveitou o simbólico 1º de maio para formar uma boa intervenção política junto aos professores e trabalhadores da educação. “Assim podemos apontar o que acontece no estado de São Paulo”, diz Emerson.
Para ele, o adiamento da reorganização escolar e a queda do então secretário de Educação do governo tucano, Herman Voorvald, foram vitórias para o movimento estudantil. No entanto, ele ressalta que a reorganização continua acontecendo, “disfarçada” no fechamento de turmas em vários colégios estaduais.
“Queremos um basta à escola do Alckmin, a esse modelo de escola. Conseguimos um fôlego para debater a reorganização, e é preciso mobilizar a juventude e preparar os estudantes de São Paulo para essa batalha. Precisamos apresentar uma contraproposta da escola que queremos, o tipo de diálogo que queremos”, diz.
Mesa sobre Ensino Técnico
O diretor da ANPG, Philipe Pessoa, participou da mesa “Ensino Técnico: Qualidade e Assistência Estudantil”, no sábado (30), juntamente com Henrique Domingues, presidente do DCE da Fatec, e da Neusa Martins, da Sinteps. Em sua fala, Philipe abordou a escola técnica enquanto projeto de desenvolvimento nacional. “A questão da qualidade tem relação com o que é o ensino técnico: se é um ensino que se vai formar uma pessoa mecânica/operacional, ou se vai formar um profissional que sabe fazer isso, mas mantém o pensamento crítico”, comenta Philipe. Ele defendeu, então, que para esta formação de qualidade, que passa por interesses tanto da indústria quanto do Estado, “nós devemos convergir no sentido de formar técnicos-cientistas”.
“Essas escolas técnicas têm um vício porque elas possuem um vestibulinho, então existe uma exclusão no acesso e, portanto, deve se lutar por acesso e por permanência estudantil”, acrescenta Philipe. Para tanto, o diretor identificou pelo menos 4 metas importantes para a permanência estudantil: o acesso ao transporte público, alimentação, o fornecimento dos materiais técnicos, e a questão de saúde.
Ele abordou também a importância de essas escolas terem cotas para alunos que venham da escola pública. “Uma maneira de garantir a esses programas a permanência estudantil é lutar por um plano estadual de assistência estudantil nos moldes do PNAES mas no âmbito do estado”, conclui Philipe.
Da redação