Na noite desta sexta-feira, de 12 de julho, no auditório central da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), foi realizado o ato de abertura do 29º Congresso da Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG).
A mesa foi composta por Vinícius Soares, presidente da ANPG; Ana Priscila, vice; Leonardo Alves, secretário-geral; a reitora da UFMG, professora Sandra Goulart; Thaís Oliveira, coordenadora-geral da APG da UFMG; Selma Bazan, vice-regional sudeste da ANPG; e Nilson Florentino,
Na saudação inicial, Vinícius lembrou a conjuntura adversa que vivia o país quando a gestão assumiu, ainda sob governo Bolsonaro e com o desmonte da educação e da ciência, e apontou o papel fundamental dos estudantes na vitória de Lula e na reconstrução do país. “Essa gestão foi eleita numa encruzilhada histórica. Não sabíamos se teríamos que resistir ao Brasil da barbárie ou se teríamos o Brasil da redemocratização. Chegar até aqui não foi fácil, pois enfrentamos uma noite longa de quase 6 anos, em que foram atacados os pilares da democracia e da República. Mas, com muita luta, os pós-graduandos tiveram atuação decisiva para derrotar o negacionismo nas urnas”, afirmou, recordando que o movimento estudantil foi responsável por alistar 2 milhões de jovens para votar, a mesma diferença que garantiu a vitória de Lula.
Vinícius também elencou as diversas conquistas da ANPG no último período, como o reajuste de bolsas, a nova lei de cotas e plano nacional de assistência estudantil, ambos com a inclusão da pós-graduação.
A reitora Sandra Goulart saudou as delegações ao 29º Congresso e falou da esperança vivida atualmente nas universidades, após tantos ataques sofridos nos últimos anos. “É um momento de grande esperança, momento de esperançar por dias melhores, de lutar para um país que nós queremos melhor. Temos que estar juntos na defesa da educação que queremos, que seja um bem público, de qualidade, e um dever do Estado”, disse.
Ana Priscila lembrou que o negacionismo científico foi responsável por milhares de mortes na pandemia e o contraponto a ele é a ciência, capaz de produzir saídas para os dilemas dos povos. “Quando falamos da importância dos pesquisadores, estamos falando do Brasil que queremos construir. Quando assumimos, estávamos há mais de 10 anos sem reajuste nas bolsas e, graças a muita mobilização, conseguimos avançar”, apresentou, destacando as diferenças entre os projetos políticos.
O secretário-geral Leonardo Alves celebrou as recentes vitórias eleitorais da esquerda contra a extrema-direita na França e na Inglaterra e disse que a ANPG deve ser afirmativa na luta por direitos e contra o neoliberalismo. “Nós devemos dizer o que defendemos com todas as palavras, porque nós queremos uma vida digna. A ANPG é uma entidade para lutar pelos direitos dos pós-graduandos e não há condições de criar um projeto de ciência e tecnologia, saúde, educação enquanto houver o arrocho fiscal. A ANPG deve dizer em alto e bom som que quer o fim do arrocho fiscal!”.
Nilson Florentino, da Secretaria Nacional de Juventude, falou do compromisso e da parceria que o órgão mantém com a ANPG, através do diálogo democrático com as pautas apresentadas. “Esse evento é muito importante para a formulação das políticas públicas de juventude. A SNJ recebeu a ANPG logo no início do governo e conseguiu avançar junto aos órgãos competentes para debater o reajuste e as demais pautas da ANPG, que agora tem sido entregues pelo governo”.
Selma Bazan, vice regional sudeste, comemorou que sua universidade, a UFMG, sedia “o maior Congresso da ANPG da história”. “Isso é fruto do movimento feito nas universidades, da luta de cada APG”, disse.
Última oradora, Thaís Oliveira, coordenadora da APG UFMG, registrou a importância do Congresso para que os estudantes possam trocar experiências e debater temas importantes para a pós-graduação de um país continental, múltiplo e diverso como o Brasil. “Estamos século XXI, mas o Brasil apresenta desigualdades persistentes e que vão contra a sociedade que queremos. A pós-graduação de hoje é muito mais diversa do que anos atrás. O lugar das mulheres pretas, das pessoas LGBTQI, das pessoas com deficiência é na pós, sim! Nós chegamos aqui e não vamos retroceder”, finalizou.