ANPG – 36 anos: Por um país soberano

Ato que finalizou o Congresso da entidade ressaltou importância de uma unidade para uma nova etapa

Após três dia de encontro de pós-graduandos, presencialmente depois de quatro anos, o 28º Congresso da ANPG, chegou ao fim na tarde da segunda feira, (25), na UnB (Universidade de Brasília), que  está “respirando” ciência, já que sedia também ao longo dessa semana a 74ª Reunião da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência).

Nesse encerramento do evento, foi realizado um ato, reafirmando os compromissos para o próximo período e comemorando os 36 anos de história da entidade, que reuniu importantes nomes da educação e da pesquisa brasileira. O presidente eleito, Vinicius Soares abriu os trabalhos da última mesa:

“Reiteramos a urgência em nos colocar do lado democrático, lutar pelo resultado do processo eleitoral, legitimando a vontade popular. Os pós graduando irão se colocar nessa mobilização”, disse.

A presidente da ABC (Academia Brasileira de Ciências), Helena Nader,  foi homenageada pela ANPG,  e trouxe considerações importantes para os próximos passos para o desenvolvimento do país:

“Devemos ter investimento simultâneo em creches, ensino fundamental, universidades e pesquisa. O Brasil atravessa um período de janela demográfica, em que sua maioria populacional é economicamente ativa; em alguns anos, o país estará envelhecendo e não estamos nos preparando para colocá-lo em um processo de crescimento e desenvolvimento”.

Marcus Vinicius David, reitor da UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora) e presidente de ANDIFES (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior), criticou o “Teto de gastos”, que tem comprimido os investimentos na educação, na ciência e tecnologia e ainda fez um alerta.

“O governo não tem respeitado o Teto, já que vota emendas que chegam a R$ 160 bilhões acima desse limite orçamentário, portanto a redução dos recursos nessas áreas é parte de um projeto que não reconhece o seu papel estratégico. As universidades estão fechando com déficits que vão comprometer o futuro ”.

Soraya Smaili, presidente do  Instituto Sou Ciência, ressaltou uma questão de informação sobre os recursos do FNDTC: “Não é que deixou-se de investir, e sim foram retirados R$ 35 bilhões do fundo”.

A presidente e ex-reitora da Unifesp também alerta que para reconstruir a pós graduação no país será necessário rever as áreas que foram desmontadas, com a extinção de programas em humanidades e ciência sociais.

 Próximos passos

Robério Rodrigues Silva, Pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da UESB e Presidente do Forprop (Fórum Nacional de Pró-Reitores de pesquisa e pós Graduação), alertou sobre as dificuldades em traçar metas e objetivos, diante da conjuntura atual, já que as áreas de ciência não são prioridade do governo. “ Conseguimos montar uma comissão para o próximo Plano Nacional de Pós Graduação com dois anos de atraso; começamos esse novo ciclo sem elaboração e todo o processo de debate está sendo muito arrastado e difícil”.

Fabio Guedes, secretário-executivo do ICPT.Br (Iniciativa para a Ciência e Tecnologia no Parlamento  também ressaltou as dificuldades atuais, lembrando da trajetória da Ciência no país.

“Nos anos 90 tínhamos dificuldades com orçamento, mas não éramos tratados como inimigos, como hoje são consideradas as universidades e os pesquisadores. E é uma forma do governo de instaurar o caos como projeto estratégico e se manter nas estruturas de poder”.

Acesso à pós graduação

“Como se dedicar exclusivamente à pesquisa com um valor dessas bolsas. Nossa batalha é por um reajuste real”, disse Roberto Muniz, diretor presidente da Associação dos Servidores do CNPq – ASCON.

Muniz também acrescentou sobre a falta de empregabilidade para os pesquisadores do país. “Perdemos nossos cientistas porque o mercado brasileiro não tem interesse em autonomia”.

Andrey Lemos, presidente da UNA LGBT, fez uma fala defendendo a valorização e democratização da pós-graduação no país.

“Nossa luta será por uma ciência voltada para os interesses e desafios da população brasileira”

Entidades estudantis 

Também participaram do ato Leonel Pérez, presidente da OCLE, Bruna Brelaz, presidente da UNE e Jade Beatriz, presidente da UBES, compondo e fortalecendo as lutas para os próximos dois anos em conjunto com a ANPG.

 

Plenária Final

No último dia do Congresso também foi aprovada uma resolução com os próximos passos e direcionamentos da ANPG. 

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