Doutorado: entenda como funciona essa pós-graduação

O doutorado é uma titulação que exige mais do que outras pós-graduações como; mestrado, MBA ou especialização. No entanto, um curso de doutorado vai muito além da obtenção do diploma de doutor em determinada área. Vamos te explicar neste artigo como o doutorado funciona, em quais situações ele é uma pós vantajosa e também os benefícios que ele traz a quem o conclui.

Como o doutorado funciona?

O curso oferece um conhecimento extremamente aprofundado e ainda dá ferramentas para que o aluno desenvolva coisas novas. É nessa fase em que  o pesquisador se encontra mais maduro e apto para conduzir seus projetos com mais independência.

Ele é voltado para quem quer desenvolver conhecimento científico, inovação e tecnologia. Também para aqueles que desejam lecionar em universidades, sendo portanto, um intelectual altamente capacitado e especializado.

No mestrado, que normalmente foi feito anteriormente ao doutorado, o aluno teve contato com os caminhos teóricos e as principais produções intelectuais de sua área de pesquisa. No doutorado, por sua vez, o profissional deve apresentar conhecimentos inovadores adicionando mais conhecimento ao que será discutido na academia.

Quanto tempo dura um curso de doutorado?

O curso dura de 4 a 5 anos e possui uma carga horária bem reduzida nas salas de aula. Entretanto a maior parte do trabalho é feito em casa e isoladamente. Este consiste majoritariamente na leitura dos textos, pesquisa e dissertação da tese.

Como é o processo para entrar no doutorado?

Apesar de ser raro, alguns profissionais acabam entrando para o doutorado sem passar pelo mestrado. Mas são ocasiões mais isoladas, já que as próprias instituições não costumam aceitar.

Em parte isso acontece devido ao principal requisito. O aluno deve apresentar logo no começo uma tese original que será desenvolvida no doutoramento, além de contar também com um orientador. Isso pressupõe uma grande intimidade com a pesquisa acadêmica e maturidade para conduzir os estudos.

Entre os requisitos para o doutorado estão: ter um currículo exemplar mostrando claro interesse em seu objeto de pesquisa, além de comprovar ser um exímio pesquisador. Também é necessário comprovar proficiência em pelo menos dois idiomas fora sua língua mãe. Isso pode ser comprovado através de certificados ou provas aplicadas na instituição.

Como saber se o doutorado é indicado para você?

Não adianta fazer um doutorado apenas para ter o título de doutor. Esse é um curso muito aprofundado, complexo e que tomará grande parte do seu tempo, talvez até impedindo que você continue a trabalhar fora da pesquisa.

  • Determinação e foco

Essas são duas palavrinhas essenciais e que irão te acompanhar ao longo do curso. Afinal, você passará, no mínimo, quatro anos lendo sobre o mesmo assunto. Por isso é essencial que você realmente goste de sua pesquisa e tenha interesse em desenvolvê-la mais ainda pelos próximos anos.

  • Aptidão para a ciência

Se você logo no mestrado teve ideias originais sobre o tema e quer apresentá-las ao mundo, ou se quer lançar uma nova perspectiva sobre o seu objeto de pesquisa, então o doutorado é o curso certo para você.

  • Visa lecionar

Todas as universidades devem ter em sua maioria do corpo docente, professores doutores. Tendo a titulação, é mais fácil se destacar nos processos seletivos e conseguir a cadeira na faculdade pretendida

Como é o trabalho de conclusão?

O trabalho final que será avaliado é a tese. Ela é submetida a uma banca examinadora e deve conter um ponto de vista inédito, que também contribua para o avanço do conhecimento. O pós-graduando é submetido a uma sabatina por especialistas da banca. Se aprovado, o aluno recebe o título de doutor.

Por que fazer um doutorado?

Além das vantagens claras apresentadas anteriormente, algumas oportunidades são mais viáveis dentro de um doutorado, são elas:

  • Oportunidades de intercâmbio

Muitas universidades, sobretudo as públicas, oferece intercâmbios para que o pesquisador passe um tempo no exterior, são os chamados “bolsas sanduíches”. Além de morar alguns anos no exterior, você ainda irá receber uma ajuda de custo e poder ter novas vivências e entrar em contato com pessoas de outros países que estão desenvolvendo projetos semelhantes ao seu.

  • Aumento salarial

De acordo com o estudo Mestre e Doutores, realizado pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações e Comunicações (MCTIC) os doutores ganham em média, por mês, R$ 13.861,00 isso é bem mais que média daqueles que não possuem pós-graduação, que é de R$ 2.449,00.

  • Desenvolver o pensamento crítico

Todo estudo desenvolve a capacidade analítica e intelectual do ser humano, formando pessoas com uma compreensão de mundo mais apurada e ampla. Com o doutorado é a mesma coisa, ele abre a visão para novas perspectivas e ideias.

  • Melhorar o domínio em línguas estrangeiras

Ao entrar em contato com, no mínimo, 2 idiomas estrangeiros, o profissional tem a oportunidade de desenvolver cada vez mais o domínio no idioma. Isso é ainda mais relevante caso o doutorado inclua intercâmbio para fora do país.

O governo incentivava o doutoramento

Um estudo foi feito em 2010 pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), o chamado “Doutores 2010” e mostrou que existia no Brasil menos de dois doutores para cada mil habitantes. Essa proporção era muito baixa se comparada com países desenvolvidos, como Canadá (6,5), EUA (8,4), Alemanha (15,4) e Suíça (23).

Por esse motivo, uma meta do Plano Nacional de Pós-Graduação (PNPG) 2011-2020 era o de duplicar o número de doutores para que o Brasil viesse a exercer um papel de maior destaque na produção global do conhecimento científico e no desenvolvimento de tecnologia de ponta. Para aumentar esse índice foi distribuída mais bolsas de doutorado. Entretanto atualmente, no ano de 2019,  as bolsas tem sofrido vários ataques do governo atual e sido drasticamente cortadas, como vemos nos noticiários.