A Associação Nacional de Pós-Graduandos repete sua participação em mais uma edição do Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva, conhecido como Abrascão. Reconhecido como um dos mais importantes fóruns científicos no país e no mundo, o evento reuniu estudantes, pesquisadores, trabalhadores, gestores, militantes e entidades da sociedade civil na Fundação Oswaldo Cruz – Rio de Janeiro.
Os 30 anos da Constituição Cidadã de 1988 ecoaram nesta 12ª edição, assim como a defesa intransigente do Sistema Único de Saúde (SUS), a democracia brasileira e a luta por direitos sociais. A Abrascão contou com apresentação de trabalhos, mesas e diversas outras programações, com destaque à Grande Tenda Marielle Franco.
A ANPG ressaltou na reunião sobre o Grito dos Excluídos o quanto temos a avançar na democratização do ensino superior, com chamamento a entidades presentes pela participação. A associação ainda esteve presente no debate com os presidenciáveis e fez coro na defesa e fortalecimento do SUS no contexto do projeto de nação, no sentido de aglutinar forças políticas comprometidas com o controle social e avanços na política de saúde.
No lançamento da 16ª Conferência no Castelinho, a ANPG empunhou sua bandeira na construção da 8ª + 8, que também em 1986, aberta à sociedade, tinha entre como tema Democracia e Saúde, debatendo Saúde como direito, Financiamento e o SUS. “A realização da 16ª Conferência exige mobilização e participação, seja na divulgação, avaliação ou nas proposições entre suas etapas”, destacou Rogean Vinicius, representando a presidência da entidade a ser empossada brevemente. Yasmim Mello, residente em saúde coletiva em Pernambuco destacou a importância da ANPG integrar-se na difusão da Conferência na medida em que ela incide na formulação dos Planos dos governos eleitos.
“A Conferência é convocada num cenário de crise econômica e política, com destaque da profusão de propostas conservadoras e retirada de direitos sociais duramente conquistados, exigindo do Estado, dos governos e da sociedade a defesa da democracia e da cidadania. Neste compromisso situa-se a ANPG e seus braços de luta”, ressaltou Hercilia Melo, Conselheira Nacional de Saúde.
Caminhada de Oswaldo Cruz
A caminhada de Oswaldo Cruz que ocorreu durante o Abrascão simbolizou a caminhada coletiva no fazer saúde, na resposta às demandas do povo. “A construção da Conferência e a conquista do SUS também envidou muitos caminhos e mãos”, destacou Dalmare Anderson, membro da comissão técnica de assistência farmacêutica do CNS.
Como resultado, espera-se ampliar a representação dos sujeitos participantes; melhorar a organização e o formato das etapas deliberativas; reduzir e qualificar o número de deliberações. Para Manuelle Matias, vice-presidenta da ANPG, o Abrascão representa um espaço importante para organização dos pós-graduandos da área de saúde. Matias também participou do debate Formação em Saúde Coletiva: integração curricular e articulação entre a graduação e a pós-graduação.
“É importante retomar diálogo assíduo com a diretoria da ABRASCO e trabalhar na construção de seus fóruns, na medida em que os pós-graduandos de todo Brasil estão colaborando em suas pesquisas com resinificação de práticas, produtos e serviços no setor saúde, pensando a intersetorialidade, a interseccionalidade e demais desafios da saúde coletiva”, completou a presidenta da ANPG, Flávia Calé.
No último dia da Abrasco, os diretores da ANPG participaram de um debate organizado pela Associação de Pós-Graduandos da Fiocruz, intitulado “Pós-graduandos e a reforma sanitária no Brasil contemporâneo”.