Curadoria das mostras selecionaram um conjunto diverso e politizado

carteira de estudante

A espera acabou. Depois de milhares de trabalhos analisados, as curadorias das mostras selecionadas da 11º Bienal da UNE – Festival dos Estudantes divulgou nesta quarta-feira (22/1) os trabalhos das áreas de Artes Visuais, Audiovisual, Artes Cênicas, Literatura, Música, Extensão e Ciência e Tecnologia que vão se apresentar de 06 a 10 de fevereiro na Universidade Federal da Bahia.
A diretoria do Cuca da UNE atuou em conjunto com dezesseis curadores convidados. “Temos entre os curadores convidados desde secretários de Estado até artistas locais. A curadoria também é uma mostra da pluralidade que queremos para esta edição. E o bacana é que eles atuaram de forma colaborativa com a gente”, destacou a coordenadora do Cuca da UNE, Camila Ribeiro.
A escritora e professora da UFBA, Laura Castro atuou na mostra de Literatura.
Ela contou que o especial da mostra das letras é que os trabalhos foram selecionados para virarem um livro que será feito pelos próprios escritores e vai ganhar vida na Bienal.
“Tanto eu quanto Lívia Natália vamos nos debruçar sobre este material e entender que este material é esse. Temos textos muitos diferentes, grandes, pequenos, que são poemas bem estruturados, prosas poéticas, alguns contos, então será um material bem diverso”, destacou.
Ainda sobre a diversidade ela ressaltou que percebeu que alguns estudantes já trabalham com literatura dentro das suas muitas linguagens. “Tem uma diversidade das manifestações literárias e a seleção não se baseou em princípios técnicos e formais e sim feita em cima da força poética dos textos”.
Sobre a temática Laura afirmou que chama atenção sobre o que os estudantes estão falando sobre, muito sobre a situação política que estamos vivendo e que atravessa quase todos os textos, o que ela acredita ser um indicativo de uma necessidade de falar sobre isso.

SELEÇÃO CEGA

A crítica, curadora e professora da UFBA, Priscila Lolata participou na seleção da Mostra de Artes Visuais. Ela esclareceu que a comissão técnica de seleção garantiu o ocultamento do nome dos inscritos para garantir uma seleção cega, conhecida pelo termo ‘blind peer review’, para garantir maior isenção dos membros da seleção.
Priscila destacou os critérios mais importantes de seleção. “A clareza na proposta, às vezes o trabalho é incrível, mas não entendemos o que a pessoa quis mostrar, como seria montado, isso foi uma dificuldade. Outro quesito: a apresentação de acordo com o que a pessoa descreveu; depois a viabilidade técnica também teve peso, a montagem; e depois outros como a coerência com o tema da Bienal; a diversidade regional; a coerência do conceito com a obra; a diversidade de linguagem para garantir uma mostra ampla”.
Priscila é uma das fundadora do Cuca da UNE e organizadora da primeira Bienal da UNE que aconteceu em Salvador. “Fico muito feliz sabendo que plantamos a semente há 18 anos quando o Cuca nasceu e agora estou tomando pé do quanto se desenvolveu. E que a garotada agora até secundaristas estarem levando isso à frente.”. E complementou: “É muito interessante os estudantes que estão tendo seu primeiro contato com a militância pela Bienal entenderem que o movimento estudantil não é só brigar com o governo, ou fazer manifestação diretamente, e entender que esses eventos são resistência, são manifestações políticas com muita contundência que dá voz aos estudantes.”
Confira aqui a lista dos trabalhos escolhidos.  Em breve, os selecionados serão contatados pela equipe da Bienal