O Peru vive uma crise política grave e extremamente preocupante. O país passa por intensa disputa, tendo sido foi governado por 6 presidentes nos últimos 4 anos. A democracia liberal que rege a política peruana é profundamente frágil e produz, nos últimos anos, desestabilizações constantes e perpetua o poder da extrema direita fujimorista, inclusive de Keiko Fujimori.
No dia 6 de dezembro, o presidente eleito em 2021, Pedro Castillo, tentou uma manobra constitucional para evitar um golpe de Estado, mas foi retirado do poder. Em meio a cenário tão turbulento, a melhor saída seria a convocação de uma Constituinte sedimentada em um processo verdadeiramente popular, colocando um fim na atual Constituição promulgada pelo governo ditatorial de Alberto Fujimori.
É com muita apreensão que recebemos as notícias do verdadeiro golpe de Estado que está sendo sustentado pela então vice-presidente, Dina Boluarte. Diante da explosão popular pós-golpe, Dina mandou às ruas o exército para combater o povo peruano. Já são 56 mortos pelo Estado ditatorial, que recusa convocar eleições gerais imediatas, prometendo-as apenas em 2024, para que, assim, possa concluir o projeto de assalto às riquezas do povo do Peru.
Não satisfeitos, nas últimas semanas, assistimos a invasão policial de uma das mais tradicionais universidades públicas do país, a Universidad Nacional Mayor de San Marcos, quando mais de 200 manifestantes foram presos. O prédio se converteu em uma sede de resistência do povo, que marchou para Lima exigindo dignidade.
A Associação Nacional de Pós-Graduandos compreende que a democracia latino-americana está sob ataque e vimos por meio desta prestar toda a solidariedade internacionalista aos estudantes e ao povo do Peru. Denunciamos as graves violações aos Direitos Humanos que vêm acontecendo sob a ditadura de Dina Boluarte. É imprescindível que nós, latino-americanos, reafirmemos a necessidade da defesa dos movimentos populares, da democracia e das universidades peruanas! Pela chamada de novas eleições já!
