Nesta quarta-feira (28/7), diretores da Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG) participaram do encontro com a candidata Dilma Rousseff, promovido pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Após o encontro, a presidente da ANPG, Elisangela Lizardo, participou, em conjunto com outras entidades estudantis, de reunião em que entregou documento com suas resoluções congressuais à candidata do PT.
Em discurso bastante direcionado, a candidata do PT pautou temas caros à comunidade científica, como a ampliação de número de mestres e doutores a serem formados no Brasil, o financiamento de pesquisas em inovação,a ampliação dos investimentos em ciência, tecnologia e inovação, e o que chamou de “casamento entre educação, e políticas de ciência e tecnologia”, segundo ela, “uma das questões mais importantes para o nosso país dar um passo decisivo para ser desenvolvido, inclusivo e soberano de acordo com os nossos padrões, nossos critérios, nossos valores”.
Ciência na pauta
Marco Antonio Raupp (SBPC), Dilma Roussef e Jacob Palis (ABC). Foto:Roberto Stuckert Filho. |
Dilma assinou carta com propostas e reivindicações que recebeu da SBPC e da Academia Brasileira de Ciência (ABC), representadas pelos seus presidentes, Marco Antônio Raupp e Jacob Palis, respectivamente.
O auditório da reitoria da UFRN foi pequeno para a quantidade de participantes da 62ª Reunião Anual da SBPC que se mobilizaram para participar do encontro da sociedade científica com a candidata à presidência da república Dilma Rousseff. O encontro ocorreu nesta quarta-feira (28/7) como parte da programação oficial da Reunião, que ocorre em Natal até sexta-feira (30/7).
A diretoria da ANPG se fez presente no debate e, em conjunto com as demais entidades estudantis nacionais, apresentou-se com disposição no encontro, pautando bandeiras como a reserva de 50% do fundo social do pré-sal para a educação, ciência e tecnologia. Dilma Rousseff saudou os estudantes, disse que já fez parte da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) e repetiu algumas vezes a concepção de que não há dicotomia entre investimento em educação básica e investimento em educação superior: “fazemos política de educação da creche à pós-graduação”.
Elisangela Lizardo (ANPG) e Yann Evanovick (UBES), durante atividade com a candidata Dilma Rousseff na 62ª Reunião Anual da SBPC. Foto: Eleonora Rigotti. |
Após o encontro, a candidata Dilma Rousseff reuniu-se com a presidente da ANPG, Elisangela Lizardo, com o presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Augusto Chagas e com o presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), Yann Evanovick. Os estudantes apresentaram suas respectivas pautas. Elisangela entregou uma pasta com materiais da ANPG que continha o leque com 10 pautas distribuídas na reunião da SBPC e reforçou que entre os materiais seguia a cartilha com o conjunto das Resoluções do XXII Congresso da entidade.
Combate à desigualdade
Para a presidente da ANPG, Elisangela Lizardo, quem for eleito ou eleita à presidência deve ter como desafio central a “implementação de políticas ousadas, especialmente em educação e ciência, tecnologia e inovação, que efetivamente contribuam no avanço às desigualdades sociais, para a construção de uma sociedade justa”.
Entretanto, o grito “Olê, olê , olê, olá, Dilma, Dilma” veio quando a candidata disse que o governo Lula voltou a investir nas universidades federais. Em seguida, emendou: “podem ter certeza que eu vou expandir ainda mais”. Ainda sobre educação, Dilma pautou também a importância dos investimentos feitos em ensino técnico, sempre pautando a necessidade de expandir ainda mais e também a importância de integrar o ensino médio com o técnico.
Sobre a expansão das universidades, a petista destacou que, para que haja qualidade, é preciso mudar o status social do professor, o que se faz com “salário digno”.
Diretrizes e metas
Rousseff falou também das diretrizes para Ciência e Tecnologia do seu programa, quando destacou a importância da educação básica; o papel do Estado no estabelecimento dos objetivos prioritários da pesquisa; a difusão do conhecimento de forma equilibrada pelo Brasil; a transferência de tecnologia como contrapartida de empresas estrangeiras que entram no mercado brasileiro. Dilma estabeleceu ainda algumas metas que norteiam sua proposta, dentre as quais, ampliar os investimentos em políticas de desenvolvimento tecnológico e inovação para 1,8% a 2% do PIB (atualmente esta porcentagem está em 1,34%, segundo a própria Dilma) e a formação de 220 mil mestres e doutores por ano (a candidata informou que hoje o Brasil forma 50 mil por ano). Sobre o último ponto, Dilma destacou que tal meta exige o investimento em bolsas de pesquisa e também o envio de estudantes pesquisadores para intercâmbios no exterior.
No início do debate, estudantes da própria UFRN levantaram cartazes e gritaram palavras de ordem cobrando professores no curso de Medicina. Raupp passou a palavra ao reitor da universidade, professor José Ivonildo do Rêgo, que afirmou que a pendência é de dois professores e que o processo de seleção está em curso. O reitor garantiu que até o reinício das aulas, em 9 de agosto, a questão estará resolvida.
De Natal, Luana Bonone, Diretora de Comunicação da ANPG.