O Nobel de Química Martin Chalfie (2008) esteve no Complexo do Alemão na última segunda-feira (17). O cientista participou do lançamento do projeto pH do Planeta, que se realiza na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia 2011. ANPG aproveita a Semana para lançar ciclo de debates sobre o PNPG 2011-2020 e convoca APGs a realizarem a e a divulgarem suas atividades durante a Semana.
A Semana Nacional de Ciência e Tecnologia ocorre de 17 a 23 de outubro e conta com mais de 13 mil atividades realizadas por mais de 700 instituições distribuídas por 556 cidades brasileiras. A ANPG aproveita a Semana para lançar um Ciclo de Debates sobre o PNPG 2011-2020 (Plano Nacional de Pós-Graduação), nesta quinta-feira (20), às 17h, em parceria com a APG da Unifesp e com participação da professora Soraya Smaili – professora da instituição e ex-presidente da ANPG. O lançamento ocorrerá no anfiteatro do Infar (Instituto Nacional de farmacologia), no campus da Unifesp da Vila Clementino (São Paulo).
A entidade nacional convoca ainda as Associações de Pós-Graduandos (APGs) de todo o país a realizarem a e a divulgarem suas atividades durante a Semana.
Aproximar cientistas do povo
Segundo o coordenador nacional da Semana, professor Ildeu de Castro (MCTI), a proposta da atividade, que já está na sua terceira edição, é aproximar a comunidade científica da população em geral. “É a sociedade que sustenta a realização de pesquisa no país”, justifica Ildeu, defendendo ainda a importância de iniciativas que busquem fazer com que estudantes, professores e pesquisadores tenham maior contato com a sociedade e que, ao mesmo tempo, ajudem a fazer a população saber o que está sendo pesquisado no país.
“A Semana promove atividades em espaços onde a população está, como terminais rodoviários, praças públicas, shoppings populares, escolas, e também abre as universidades para que as pessoas tenham acesso. É preciso mostrar que a ciência é uma coisa bonita, por isso na Semana ocorrem atividades interativas, de experimentação, há muita criatividade, mostrando que o ensino de ciência pode ser mais dinâmico”, diz o coordenador Ildeu de Castro. Para ele, é necessário melhorar “drasticamente” o ensino de ciências nas escolas brasileiras.
O tema deste ano – Mudanças climáticas: Desastres naturais e prevenção de riscos – responde a esta preocupação de aproximar a comunidade científica do conjunto da sociedade: “incêndios, seca e outras mazelas comuns no Brasil são desastres naturais. Um dos objetivos da Semana é que esses temas sejam debatidos nas escolas, por exemplo”, explica Ildeu de Castro. Ele lembra ainda que países como Japão e Cuba já têm tradição anterior de medidas de prevenção diante de desastres naturais, mas o Brasil precisa fazer com que este debate seja feito e chegue à população.
Complexo do Alemão
Além do Nobel de Química, o lançamento da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia no Complexo do Alemão contou também com a presença do ministro em exercício da Ciência, Tecnologia e Inovação – pasta que organiza o evento. “O Poder Público tem que fazer isso, tem que entrar nessas comunidades. Além da pacificação, da presença da polícia, o Estado precisa também entrar para propor novas alternativas a essa juventude criativa, e a ciência é uma delas”, opina o coordenador da Semana, professor Ildeu de Castro (MCTI).
O projeto pH do Planeta, menina dos olhos da Semana de Ciência e Tecnologia, é parte do Experimento Global que se realiza em todo o mundo durante o Ano Internacional da Química (AIQ 2011). A iniciativa integra uma série de atividades e eventos propostos pela Unesco e pela União Internacional de Química Pura e Aplicada (IUPAC) para o AIQ 2011, cujo lema é “Química para um mundo melhor”.
Ciência na escola
Este experimento faz parte de um conjunto de ideias e ações destinadas à melhoria da educação e da pesquisa em química (e em ciências) no país e é uma maneira de se contribuir para uma conscientização coletiva sobre importância da qualidade da água e para a preservação do planeta Terra. Os alunos coletam, auxiliados pelo professor, uma amostra de água proveniente de uma fonte natural local. Eles irão medir o pH da amostra, através da utilização de soluções indicadoras coloridas. Os valores médios provenientes dos resultados da turma deverão ser lançados no Banco de Dados Nacional do Experimento Global (Global Experiment Database), juntamente com informações sobre a amostra e a escola participante, através de um portal nacional de recebimento dos dados (portal QNInt da Sociedade Brasileira de Química).
A SBQ e o MCTI estão distribuindo 30 mil kits deste experimento para as escolas públicas do país, que realizam o experimento intensamente durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, e também ao longo de todo o ano. Em São Paulo e Bahia, órgãos educacionais e instituições locais também estão produzindo kits para as escolas.
Da redação, com informações de www.inovacaotecnologica.com.br