Foi com um ato bastante representativo que as entidades científicas realizaram na última quarta-feira (16) mais pressão em Brasília pela destinação de 50% do Fundo Social do Pré-Sal para a Educação. Organizado pela Sociedade Brasileira pelo Progresso da Ciência (SBPC) e pela Academia Brasileira de Ciências (ABC) a atividade contou com a presença do Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antônio Raupp, do presidente do CNPq, Glaucius Oliva, de parlamentares como Newton Lima (PT), Carlos Zarattini (PT), Tiririca (PR), Eduardo Azeredo (PSDB), Jean Wilis (PSOL) e Sibá Machado (PT).
Várias entidades científicas como Associação Brasileira de Antropologia (ABA), Sociedade Brasileira de Zoologia (SBZ), Sociedade Brasileira de História da Ciência (SBHC) e Sociedade Brasileira de Pesquisa em Materiais (SBPMat) enviaram representantes. A ANPG, a UNE e a UBES, que desde a descoberta das reservas de petróleo na cama do pré-sal reivindicam parte dos recursos para educação, tiveram destaque na atividade.
Durante o ato a presidenta da SBPC, Helena Nader entregou ao deputado Carlos Zarattini uma Carta com a reivindicação de que 50% do Fundo Social sejam investidos em educação. Zarattini é o relator do Projeto de Lei 2.565/2011 que define a partilha do petróleo e o fundo social. Segundo o relator, “é necessário muita mobilização da sociedade civil para garantirmos no relatório que 50% do Fundo Social vá para educação e que os outros 50% vá para infraestrutura, ciência, tecnologia e inovação”. Zaratinni lembrou também que em breve entrará na agenda do Congresso Nacional o Fundo Social dos Minérios e que é necessária, também nesse fundo, a garantia de recursos para educação.
Em sua intervenção, representando a ANPG, o mestrando em Ciência Política na Universidade Federal Fluminense (UFF), Theófilo Rodrigues, lembrou que o Brasil ocupa a elogiosa sexta posição entre as economias do mundo, mas no que diz respeito à ciência, tecnologia e inovação ainda está muito aquém de suas possibilidades. “Acreditamos que tanto o ministro Raupp quanto o ministro Mercadante estão convencidos da necessidade do aumento dos recursos para estas áreas. Mas temos ainda que pressionar e convencer o restante do governo, em especial os ministros da fazenda e do planejamento”, afirmou Theófilo.
Ao finalizar o ato, a presidenta da SBPC lembrou que as entidades científicas batalham ainda para que o orçamento do MCTI chegue a pelo menos 1,8% do PIB até 2014. “Estamos longe de alcançar este resultado, por isso temos que continuar lutando”, finalizou Nader.