Os conselhos nacionais de Secretários Estaduais para Assuntos de CT&I (Consecti) e das Fundações de Amparo à Pesquisa (Confap) traçaram na semana passada as diretrizes de um plano estratégico para a Amazônia. A proposta é impulsionar a inovação, a partir de um maior e melhor aproveitamento da biodiversidade local, com princípios sustentáveis.
A reunião foi realizada em Brasília, na última quarta-feira (23), e contou com representantes dos estados da região. Participaram, ainda, o secretário executivo do MCTI, Luis Antonio Elias, o diretor do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), Antônio Carlos Galvão e a coordenadora de CT&I para o Brasil do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Vanderleia Radaelli.
O plano será de longo prazo e a proposta é envolver os governos locais e federal, academia e instituições científicas, além do setor empresarial. "A ideia é construir uma agenda de Estado que conduza a região a ingressar numa matriz de desenvolvimento baseada na economia verde do conhecimento, com foco em recursos renováveis", destacou o presidente do Consecti, Odenildo Sena, que também é secretário de Ciência e Tecnologia do Amazonas.
Entre as propostas apresentadas na reunião destaca-se a construção de parques tecnológicos especializados em determinados segmentos produtivos voltados ao aproveitamento da biodiversidade, atração de um maior número de doutores para a região e a consolidação de laboratórios de pesquisa, com tecnologias de última geração, voltados ao apoio de experimentos ligados às cadeias produtivas da biodiversidade.
"Não temos capacidade endógena para levar um projeto desta envergadura. Tem que ser um projeto nacional", alertou o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado do Pará, Alex Fiúza de Mello. Também foi sugerido o apoio a incubadoras de empresas de base tecnológica, com estímulos diferenciados a empreendimentos focados no aproveitamento inovador da biodiversidade.
Para nortear o plano estratégico, o CGEE irá apresentar até agosto um termo de referência, para ser encaminhado ao MCTI. Até lá, serão realizados workshops entre todos os estados da região. O objetivo é apontar as melhores soluções para impulsionar o desenvolvimento local, pautado no crescimento econômico, respeito ao meio ambiente e distribuição de renda.
"Precisamos pensar em alternativas porque não podemos ser vilões, mas também não podemos pensar na Amazônia como um santuário. Temos que crescer e desenvolver como todo o sistema nacional", ponderou a presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), Maria Olívia Simão.
O secretário executivo do MCTI garantiu que a pasta apoiará a proposta. No entanto, reforçou que o projeto deve contemplar uma forte articulação entre todos os atores envolvidos. "Se nós conseguirmos fazer o movimento de atrelar o conhecimento e trabalhar em rede mais articuladamente, teremos uma capacidade de empreender muito maior cujo impacto para região será muito melhor", afirmou.
Fonte: Agência CTI