FAPESP oferece oportunidades para cientistas de outros países fazerem pesquisa em São Paulo

carteira de estudante
Foto: Divulgação Fapesp 

O objetivo do encontro foi discutir oportunidades de cooperação científica entre pesquisadores do Estado de São Paulo com os de países das Américas do Sul, do Norte, Central e do Caribe, por intermédio das academias de ciências existentes nessas regiões.

Durante o evento, representantes da FAPESP e da Ianas anunciaram um conjunto de oportunidades que possibilitarão a pesquisadores indicados pelas academias nacionais de ciências filiadas à Ianas submeter à FAPESP propostas de financiamento de projetos.

As pesquisas poderão envolver qualquer área do conhecimento e deverão ser realizadas em universidades e instituições de pesquisa no Estado de São Paulo.
 
As propostas de projetos deverão ser submetidas pelos pesquisadores interessados à academia de ciências de seu país de origem, que as encaminharão para a Ianas.
 
Os projetos de pesquisa dos candidatos pré-selecionados pelas academias filiadas à Ianas serão submetidos ao processo de análise de propostas da FAPESP, que é baseado no mérito científico e utiliza revisores externos e pareceres de comitê científicos para embasar suas decisões.
 
As propostas aprovadas serão apoiadas pela FAPESP por meio da concessão de Bolsas de Pós-Doutorado, do Programa Jovens Pesquisadores em Centros Emergentes e Auxílio à Pesquisa – Pesquisador Visitante.
 
Bolsas de Pós-Doutorado são concedidas pela FAPESP a cientistas promissores em suas áreas de pesquisa, que obtiveram o título de doutor há menos de sete anos. O Programa Jovens Pesquisadores em Centros Emergentes oferece bolsa e o financiamento necessário para que o pesquisador desenvolva seu projeto.
 
Por sua vez, o Auxílio Pesquisador Visitante cobre as despesas da visita de pesquisadores experientes, vinculados a instituições de pesquisa do exterior ou do Brasil, a uma instituição de pesquisa no Estado de São Paulo, por um período de duas semanas a 12 meses.
 
Essa modalidade de Auxílio da FAPESP trouxe 240 cientistas estrangeiros para visitar universidades e instituições de pesquisa do Estado de São Paulo em 2011, resultando em uma média de quatro pesquisadores por semana. A meta é aumentar cada vez mais esse número nos próximos anos.
 
“A FAPESP tem se preocupado em desenvolver oportunidades de colaboração científica para que pesquisadores do Estado de São Paulo possam interagir com colegas de todos os países”, disse Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP.
 
“Não queremos tirar os cientistas de seus países, mas sim oferecer oportunidades para que eles tenham uma experiência de pesquisa no Estado de São Paulo, desenvolvam uma colaboração científica com pesquisadores daqui e depois voltem a seus países e continuem seus trabalhos”, disse Brito Cruz.
 
Brito Cruz contou que a FAPESP realiza em escala piloto e deve lançar nos próximos meses a criação de um novo programa, o São Paulo Excellence Chairs, que oferecerá a cientistas muito capacitados e de prestígio na ciência mundial a possibilidade de realizar pesquisas no Estado de São Paulo por até 12 semanas, que não precisam ser contínuas, durante o período de um ano.
 
Atualmente, dois pesquisadores participam do projeto: Andrea Dessen de Souza e Silva, do Instituto de Biologia Estrutural de Grenoble, França, que realiza pesquisa no Laboratório Nacional de Biociência (LNBio), em Campinas, e Victor Nussenzweig, professor do Departamento de Patologia da Universidade de Nova York que, a partir de outubro, deverá vir para a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) para desenvolver pesquisa sobre a malária por intermédio do programa.
 
“Nossa expectativa é trazer cientistas proeminentes, que já têm emprego fixo e que não vão abandoná-lo, mas que queiram ter um financiamento adicional para realizar mais uma atividade de pesquisa aqui no Estado de São Paulo”, disse Brito Cruz.
 
Em contrapartida às oportunidades oferecidas pela FAPESP para que cientistas do exterior possam vir realizar suas pesquisas em São Paulo, Brito Cruz destacou que a Fundação também possui modalidades de apoio para enviar pesquisadores do Estado de São Paulo para outros países.
 
“Em 2010, a FAPESP enviou 900 cientistas do Estado de São Paulo para realizar estágios de curta duração no exterior, e temos uma modalidade de auxílio que permite que todos os bolsistas possam solicitar recurso adicional para desenvolver pesquisa em bons laboratórios fora do Brasil por um período de quatro a 12 meses”, destacou.
 
Fortalecimento das academias de ciências
 
Na avaliação de Hernan Chaimovich, assessor especial da Diretoria Científica da FAPESP, o convênio entre a FAPESP e a Ianas possibilitará atingir diferentes objetivos, como o de fortalecer as academias de ciências nacionais das Américas do Sul, do Norte, Central e do Caribe, facilitar a descoberta de talentos científicos e aumentar a cooperação e integração científica nessas regiões.
 
“Existe uma falta muito grande de informações que permitam que os melhores jovens cientistas dos países da região venham para o Brasil realizar pesquisa”, disse Chaimovich à Agência FAPESP.
 
“Na medida em que as academias nacionais de ciência comecem a ter conhecimento das oportunidades de financiamento à pesquisa em sua própria região e participem do processo de indicação e seleção dos pesquisadores de seus países, elas se fortalecem e também ajudam a FAPESP a identificar os melhores cientistas, que não estão só nos Estados Unidos e na Europa”, avaliou.
 
Fonte: Agência Fapesp