A Associação Nacional de Pós-Graduandos esteve presente no encontro do ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação, Clelio Campolina, com dirigentes das principais sociedades científicas brasileiras na Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que ocorreu na semana passada (17/4). Essa foi a primeira vez que ministro visitou a SBPC, depois de assumir a pasta, há cerca de um mês.
O encontro, mediado pela presidenta da SBPC, Helena Nader, foi realizado no auditório da Universidade de São Paulo (USP), e reuniu cerca de 60 pessoas, entre representantes de sociedades científicas, cientistas e pesquisadores.
Durante o evento, os participantes ressaltaram vários problemas do setor para o ministro, dentre eles o financiamento de CT&I, a exclusão das áreas de ciências humanas no Ciências sem Fronteiras (CsF), a redução dos recursos destinados ao Fundo Nacional de programa Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) e da destinação de cerca de um terço do total desses recursos ao programa CsF, além das legislações que travam e burocratizam a importação de insumos para pesquisa.
A Presidenta da ANPG, Luana Bonone, apresentou ao ministro a pauta de valorização da ciência e dos pesquisadores, apontando para o fato da dicotomia entre a valorização da ciência básica e a formação de recursos humanos de um lado e a corrida pela inovação tecnológica de outro não ser algo tão positivo. Falou da importância da assistência estudantil para pós-graduandos, apresentou o nível de desvalorização das bolsas de pesquisa, ao que o ministro não respondeu, e defendeu o estabelecimento de um pacto pela Ciência e Tecnologia, convocando, inclusive, a SBPC para o pacto.
“O pacto defende a bandeira de 2% do PIB e os royalties do minério para financiar as políticas de ciência e tecnologia, a fim de estabelecer uma política articulada de valorização da ciência e desenvolvimento tecnológico, incluindo a área de ciências humanas, que foi um tema também pautado por algumas sociedades científicas presentes da reunião”, explica Luana.
Apesar de reconhecer as deficiências do setor, o ministro acredita em avanços. “Sou realista, mas ao mesmo tempo entusiasta. Sei que os diagnósticos são muitos, mas algumas soluções já estão em andamento. O que temos que fazer é um diagnóstico recorrente e aplicar incrementos”, disse.
A presidente da SBPC, Helena Nader, avaliou o encontro e disse que quem saiu ganhando foi a ciência. “O encontro foi muito importante porque o ministro ouviu as preocupações e os gargalos da sociedade científica, do escasso andamento dos financiamentos da ciência e de algumas legislações que estão atrapalhando o crescimento do País”, disse.
Da redação com informações da SBPC