A Associação Nacional de Pós-Graduandos manifesta seu profundo pesar pelo falecimento da ex-diretora da entidade Gisele Alba Natali, na noite de ontem em Novo Hamburgo (RS).
Gisele Natali era funcionária e estudante de Pedagogia na PUC-SP quando conheceu a UJS e o PCdoB. Foi à Marcha dos 100 mil, em agosto de 1999, em Brasília, e ali vendo a militância política de esquerda com grande ânimo, decidiu que aquilo faria parte da sua vida também.
Atuou nas disputas de seu Centro Acadêmico, das lutas gerais da universidade, do movimento estudantil e nas campanhas da Associação de Funcionários. Tinha grande estima do conjunto da comunidade pucquiana. Seu jeito risonho e doce sempre tocou a simpatia dos colegas em geral. Enquanto cursava o mestrado foi Diretora de Instituições Particulares da Associação Nacional de Pós Graduandos (ANPG).
Em 2008, Gisele deu início à organização do acervo iconográfico do então recém instituído Centro de Documentação e Memória (CDM) da Fundação Maurício Grabois. De suas mãos foram elaboradas as primeiras classificações de fotos da história do PC do Brasil.
Sua preocupação maior sempre foi a educação infantil. Dedicou-se ao estudo crítico do problema dos abrigos para órfãos. A partir de suas visitas, colecionava histórias das crianças, suas particularidades e resistências à vida difícil sem uma família. Abominava a ideia de privatização dos abrigos e sempre buscava as autoridades municipais das várias cidades onde morou para cobrar políticas públicas aos órfãos.
Nos últimos anos, Gisele se dedicou às artes plásticas e à poesia. Elaborava cenários, figurinos e tinha seu boneco ventríloquo Bacuri que fazia apresentações e levava para as crianças da escola que dava aula brincarem. Ultimamente, o que a deixava feliz era pintar quadros. Em seu ateliê em Araricá (RS) juntou dezenas deles e exibia-os com reverência e orgulho.
Através desta nota, a ANPG manifesta condolências à família de Gisele, aos seus amigos(as) e companheiros(as).
São Paulo, 26 de setembro de 2014