O dia 1º de dezembro se tornou Dia Mundial de Luta Contra a Aids por uma decisão da Assembleia Mundial de Saúde, em outubro de 1987, com apoio da Organização das Nações Unidas – ONU. A data serve para reforçar a solidariedade, a tolerância, a compaixão e a compreensão com as pessoas infectadas pelo HIV/aids. A escolha dessa data seguiu critérios próprios das Nações Unidas. No Brasil, a data passou a ser adotada, a partir de 1988, por uma portaria assinada pelo Ministério da Saúde.
A perspectiva é que em 2030 a epidemia de HIV/AIDS esteja controlada no mundo, até lá a prevenção é a melhor forma de combate à doença. Nos últimos anos, jovens gays são uma das únicas etárias que tem seu contágio aumentado, no imaginário coletivo isso se dá pela não vivência da crise dos anos 80, com vários amigos infectados e com morte prematura devido a inexistência dos medicamentos para o tratamento que temos hoje.
Ser portador do vírus HIV e ter desenvolvido a infecção AIDS são coisas completamente diferentes, o vírus pode nunca manifestar a infecção por mecanismos ainda desconhecidos. Contudo, a sobrevida de um paciente com AIDS hoje se aproxima de um paciente soronegativo (que não é portador do vírus). O diagnóstico precoce é o principal aliado para um maior tempo de vida com qualidade.
O maior desafio que o portador tem que enfrentar é o estigma que o coloca sempre como o “infectado”. Esta atitude do inconsciente coletivo dificulta a detecção precoce do vírus (por medo de fazer o exame e descobrir ser soropositivo), aumenta a possibilidade de transmissão da doença, por aumentar o número de sorointerrogativos (pessoas que se expuseram a algum risco de transmissão, mas não realizaram o teste de HIV), além de impor a solidão e até mesmo a depressão ao portador.
Parece mentira, mas os dados da pesquisa HTPN 052 mostram que soropositivos que se cuidam são parceiros mais seguros aos sorosdiscordantes (aquele que não são portadores) do que o restante da população. Isso por que grande parte dos sorosnegativos passam a ser sorointerrogativos, que são sem dúvida os maiores transmissores do mesmo. A redução do risco de transmissão do vírus por um soropositivo que se cuida é de 99,2%.
A ANPG reafirma hoje no Dia Mundial de Luta Contra a AIDS seu compromisso contra o estigma, seu apoio a campanhas como a Fique Sabendo (já que boa parte da base da entidade faz parte da faixa etária que teve aumento de contágio) e seu compromisso de lutar sempre por mais recursos para o desenvolvimento científico e tecnológico neste campo, para que um dia possamos sem dúvida torna o HIV apenas mais uma página na história da humanidade.
Dalmare Anderson Bezerra de Oliveira Sá – Famaceutico, residente na UFS e diretor de saúde da Associação Nacional de Pós-Graduandos
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