No dia 31 de abril pós-graduandos da UNICAMP se reuniram com os diretores da ANPG, Cristiano Junta e Luiz Fernando Ramos Lemos, para debater os cortes do orçamento e a campanha por mais direitos aos pós-graduandos.
Durante a reunião se avaliou que com os severos cortes no orçamento do governo estadual, que retirou mais de 200 milhões das universidades estaduais paulistas e os cortes já anunciados por Dilma no orçamento do governo federal, o atendimento das reivindicações dos pós-graduandos fica prejudicado, além de comprometer a qualidade geral do ensino e pesquisa no país.
Junta, vice-presidente da ANPG, afirmou “não é possível atender as reivindicações populares com esse ajuste brutal de 1,2% do PIB de superávit primário. Os pós-graduandos devem ter como objetivo se unificar na luta para derrotar o ajuste fiscal do Plano Levy, o ministro mãos de tesoura. Não foi para isso que o povo votou em Dilma, este é o programa que foi derrotado nas eleições de 26 de outubro.”
Luiz Fernando, diretor de Estaduais da ANPG, enfatizou a importância de se reforçar as organizações populares e, no caso da pós-graduação, as APGs e a ANPG. Na UNICAMP, os pós-graduandos tradicionalmente construíram APGs por programa de pós-graduação, entretanto, ainda há muitos programas que não contam com uma entidade.
O pós-graduando em Biologia, Thiago Seike, trouxe a ideia de que se criasse um mecanismo para cobrar dos programas de pós-graduação uma forma de coibir casos de abuso e assédio moral na categoria, com ouvidorias nas universidades para denunciar tais casos.
Marina Weyl Costa, pós-graduanda em Engenharia Mecânica da UNICAMP, disse que seria bom se em seu programa houvesse uma APG e, junto com outro estudante de seu programa, propôs fazer uma discussão com os pós-graduandos para construir a entidade.
Por fim, se encaminhou que a ANPG, em conjunto com as APGs da UNICAMP e pós-graduandos interessados, irá se empenhar no esforço de levar uma delegação representativa da UNICAMP na Caravana à Brasília nos dias 27, 28 e 29 de abril. Decidiu-se ainda fazer estudos sobre o impacto financeiro no orçamento da união para o atendimento das reivindicações dos pós-graduandos, como meio de demonstrar para o Governo Federal que é possível, sim, dar um reajuste nas bolsas e garantir mais direitos aos pós-graduandos.
Da Redação
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