Na quinta (28) estudantes e pesquisadores de todo o país manifestaram sua insatisfação com os cortes orçamentários que assolam a educação brasileira. Através de cartazes, panfletagem e atos nas universidades, os pós-graduandos deixaram claro não aceitar nenhum centavo a menos para a Educação, durante manifestações na UFG, UESC, UFLA, UnB, PUC RJ e outras.
A partir do ajuste fiscal, o corte de R$ 9 bilhões no orçamento da área afeta diretamente diversos programas sociais e fez com que as entidades estudantis convocassem estudantes de todo o país para os atos, já que tal atitude vai contra os avanços conseguidos pela educação, como a metade do fundo social do Pré-Sal sendo destinado à área. Além da educação, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) também sofreu um corte significativo, de cerca de 25% do orçamento previsto, somando R$7 bilhões a menos.
No mesmo dia, além dos atos, aconteceram debates na Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e na Universidade de São Paulo (USP). Na UFOP, o tema eram os direitos dos pós-graduandos. O pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Professor Fábio Faversani, respondeu alguns questionamentos dos estudantes do programa de Artes Cênicas acerca da distribuição de bolsas institucionais de mestrado pela UFOP. Faversani também falou sobre os incentivos que a IES tem destinado à pós-graduação.
O Diretor da ANPG, Phillipe Pessoa, discorreu sobre os direitos dos pós-graduandos e das pós-graduandas, apresentando as últimas ações, conquistas , histórico e próximas atividades da Associação, bem como a Campanha por Mais Direitos. Pessoa convocou os presentes a irem ao Congresso da SBPC, em julho, na cidade de São Carlos (SP). O Diretor também falou sobre o assédio moral na pós-graduação, especificamente o que a Universidade de São Paulo tem preparado sobre o assunto, além de pedir o apoio local para o fortalecimento da luta.
O estudante colombiano Niro Lopez, da Universidade Pedagógica e Tecnológica da Colômbia (UPTC) foi o outro palestrante do seminário. Sua fala abordou a luta das universidades pela autonomia na América Latina, com enfoque na importância do pensamento crítico no fortalecimento da autonomia universitária.
“Foi um debate bastante interessante. A administração da UFOP se mostrou bastante aberta ao diálogo e disponível para ajudar a APG e o movimento estudantil a conquistar as bandeiras principais. Também expressou esperar o apoio da ANPG dentro dos fóruns nacionais dos quais participa. O reitor da Universidade, Marcone Jamilson Freitas Souza, se mostrou bastante apoiador dos direitos dos pós-graduandos e afirmou que a luta é fundamental.”, diz Phillipe Pessoa, que também afirma que o Reitor anunciou a inclusão de um pós-graduando no Conselho das Moradias da UFOP, além de comunicar a concessão de 12 a 20 metros quadrados com instalações adequadas para a APG da IES. A fala do Reitor também abrangeu a inclusão da pós-graduação no PNAES.
Já na Universidade de São Paulo, A APG Helenira “Preta” Rezende – USP Capital, organizou um debate sobre a crise hídrica pela qual o Estado passa. Na ocasião, foram ouvidos representantes da SABESP, da Aliança pela Água e do Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental (PROCAM) da Instituição.
Ao fim do debate, que contribuiu para o acúmulos dos pesquisadores em torno do problema, a coordenadora geral da APG USP Capital, Mariana Moura, e o Diretor da ANPG, Marcelo Arias, falaram contra os cortes na educação e leram a nota conjunta das entidades estudantis sobre o Dia Nacional de Luta e o repúdio à diminuição de verbas da área.
#NenhumCentavoAMenosParaAEducação
Da Redação
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