*Por Laís Moreira
Até quando a distância entre a ciência e o pesquisador não poderá ser calculada? O incentivo em pesquisa nas suas mais diversas instancias tem sido reivindicado e necessário. Surge uma militância com características específicas que clama pela difusão da ciência, mais financiamento e democratização do acesso. Mostrando que a ciência não só é sem fronteiras como é sem idade e sem preconceito.
A luta pela valorização da ciência, tecnologia e inovação está mais conectada do que se pensa, viemos do senso comum de acreditar que a pesquisa não é para os normais. Neste momento sofremos os cortes nas verbas de pesquisa que em alguns casos chegam a 75%, o ataque a Petrobrás que representa diretamente menos investimentos na área além de um forte ataque à engenharia nacional, assédio moral, bolsas precisando ser reajustadas e até garantidas, mas em contrapartida e contrariando tudo isso, o povo quer ciência.
E vários tem sidos os sinais de que o nosso país precisa mudar sua forma de tratar a relação Ciência e Cientista para que tenhamos um resultado positivo nesta equação. A efervescência da ciência no mundo revela ótimas fotografias como a ciência, tecnologia e inovação servindo de estratégia para integrar os BRICS. Os chefes de estado dos dos cinco países ( Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), reconhecem a importância do pacto pela ciência, para avançar na luta contra as desigualdades sociais, melhorar a participação no cenário da economia mundial e inclusive valorizar o capital humano descoberto ou atraído por suas universidades.
A Ciência tem mostrado sua face popular e o desafio do Brasil é não só garantir sua utilização em favor do progresso do seu povo como é responsável por viabilizar o acesso à ciência e criar em todos uma mentalidade cientifica. A preocupação dos brasileiros com temas comuns como: desmatamento da Amazônia, mudanças climáticas, transgênicos, pesticidas e outros é uma prova do inicio dessa mudança cultural. Se preocupar, ser curioso, experimentar são pilares da ciência.
Enfim, as estatísticas são duras. Segundo pesquisa elaborada pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, 94% dos brasileiros não lembram o nome de nenhum cientista famoso, 87% não lembra o nome de nenhuma empresa que dedique a pesquisa cientifica no Brasil, apenas 29% dos brasileiros frequentaram uma biblioteca nos últimos 12 meses e 31 % tem vontade de frequentar um museu embora não exista em sua região.
Mas ainda assim 78,1% acreditam que deve haver mais investimentos em Ciência, tecnologia e inovação no Brasil e indicando suas prioridades que vão desde medicamentos até novas formas de energia. A verdade é que a ciência não tem pátria, mas o cientista sim. Tenhamos isso em mente e seremos cada dia mais brilhantes.
*Laís Moreira é bacharel em Educação Física e especialista em Psicopedagogia Clínica e Institucional
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