Evento com a presença do Ministro Aldo Rebelo foi essencial para trazer transparência e reflexões sobre o tema do financiamento em pesquisa no país
Na tarde dessa terça-feira (14), a Tenda da ANPG (Associação Nacional de Pós-Graduandos) do 4º Salão Nacional de Iniciação de Divulgação Científica, teve lotação máxima ao receber mais um importante atividade da programação. Dessa vez, uma conferência com tema “Desafios e Perspectivas para o Financiamento da Ciência, Tecnologia e Inovação no Brasil”, com a presença do Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação no Brasil, Aldo Rebelo.
Também participou do debate Ildeu de Castro Moreira, vice-presidente da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), convidado para promover reflexões sobre o tema e ampliar o debate. A conferência foi mediada por Tamara Naiz, presidenta da ANPG, e pelo vice-presidente da entidade, Cristiano Flecha.
“A iniciativa da ANPG em organizar essa conferência objetivou trazer transparência e um diálogo direto e franco com o Ministério. Para isso, comemoramos a presença de diversas entidades estudantis , para também obterem esclarecimentos e proporem políticas para a área”, comentou a presidenta na abertura.
O Ministro Rebelo reconheceu o papel da instituição no protagonismo na reivindicação dos direitos dos pós-graduandos e por mais investimentos em tecnologia, trabalhando junto com o ministério, e oferecendo espaço para debater as perspectivas de investimentos em Ciência e pesquisa. Também ressaltou o papel da área para obter soberania nacional.
“O Ministério tem em seu cronograma atenção e incentivos para programas estratégicos voltados para o aprimoramento da segurança digital, uma vez os pacotes utilizados atualmente no Brasil são importados, muito caros e não exclusivos, além de desenvolver satélites e a área de energia nuclear no país”.
Rebelo também falou sobre a necessidade de produzir pesquisas e inovação para sanar problemas da população para doenças como malária, esquissotomose e leishmaniose.
Sobre os investimentos para manutenção de quantidade e qualidade das pesquisas no Brasil, o ministro citou como estratégia a recuperação do FNDCT (Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), com os recursos do pré-sal destinados para a pesquisa e retirada de recursos de programas como “Ciência sem Fronteiras”, que são voltados para graduação.
Ilde de Castro, comemorou o plano apresentado e aproveitou para lembrar sobre outras formas de garantir aprimoramento na pesquisa brasileira: investimento proveniente de empresas privadas e taxação de grandes fortunas, com parte da arrecadação sendo voltada para Educação.
“Devemos lembrar que educação científica nas bases e formação de profissionais são tarefas do Ministério e por isso a necessidade de uma agenda exclusiva para a pesquisa. E, espaços como esse, promovidos pela ANPG, são essenciais para organizar ideias, cobrar ações objetivas dos parlamentares e do governo, assim alcançando os nossos objetivos para o progresso nessa área.”
Mais assistência e resistência
Durante o espaço voltado para as intervenções da plateia, foi constantemente mencionada a questão de mais direitos aos pós-graduandos e o vice-presidente da ANPG, Cristiano Flecha, solicitou apoio ao Ministério para as reivindicações.
“Lembramos que não há qualquer emenda ou portaria que assegure o direito à saúde para quem faz as pesquisas hoje no país, as pós-graduandas não possuem licença-maternidade e é necessário levar a reivindicação ao Ministério da Educação, que é o órgão que regulamenta o benefícios”, disse Flecha, que também reivindicou unidade na luta contra o projeto do Senado José Serra, que ameaça o regime de partilha dos recursos gerados pelo pré-sal, que uma vez aprovado, prejudicará investimentos em ciência e tecnologia no país.
Por Sara Puerta, de São Carlos