Nome: Marcela Stefanini Ferreira Tsuboy
Área: Medicina
Instituição: UFSCar, campus São Carlos, SP.
Formação: Graduação em Ciências Biológicas (UNESP, campus Assis, SP), Mestre em Genética e Biologia Molecular (UEL, Londrina, PR) e Doutora em Ciências Biológicas (ênfase em Biologia Celular e Molecular; UNESP, campus Rio Claro, SP). Pós- doutorado em andamento na UFSCar sob a supervisão da Profa. Dra. Heloísa Sobreiro Selistre de Araújo e Profa. Dra. Márcia Regina Cominetti.
Desde o final de minha graduação atuo em uma área da Genética chamada Mutagênese. Basicamente, a Mutagênese estuda os danos ao DNA induzidos por agentes químicos, físicos e biológicos e, portanto, está diretamente envolvida com o processo de envelhecimento e no desenvolvimento de doenças como o câncer; além de outras áreas onde a Mutagênese pode ser aplicada. No meu caso, eu uso a Mutagênese e a Biologia Celular/Molecular para estudar o efeito preventivo de plantas medicinais na indução de danos ao DNA e na busca por novas drogas antitumorais.
ANPG: Fale um pouco sobre o que é o projeto que você irá apresentar durante o Fórum.
Marcela Tsuboy: Meu atual projeto tem como objetivo investigar compostos que possam se ligar com uma proteína transmembrana chamada integrina αvβ3 (alfaV beta3). Essa proteína está envolvida nos processos de adesão e migração celular (importantes na progressão do câncer) e é alvo para o desenvolvimento de drogas anti-metastáticas e anti-angiogênicas. Foi feita uma triagem inicial (em colaboração com o Prof. Dr. Marcelo Andrade de Lima, UNIFESP) para investigar essa ligação/interação e um composto foi escolhido para dar continuidade aos testes. O composto chama-se [10]-gingerol e é isolado do gengibre. Este composto está sendo estudado em nosso laboratório há alguns anos e ele tem se mostrado bastante promissor em estudos in vitro e in vivo. Além dos ensaios biológicos de inibição de adesão e migração celular in vitro, estamos realizando, em colaboração com o Prof. Dr. Ronaldo Censi Faria e a Dra Carolina Venturini Uliana, um método para estudar a possível ligação/interação do [10]-gingerol com a integrina αvβ3. Essa técnica usa partículas magnéticas que são cobertas com a integrina αvβ3 e depois são incubadas com os compostos. Para ver se houve ou não a ligação/interação, mede-se o aumento da intensidade de corrente na região de oxidação do composto por voltametria cíclica.
O projeto é desenvolvido no Laboratório de Biologia do Envelhecimento (LABEN, depto de Gerontologia) e no Laboratório de Bioquímica e Biologia Molecular (LBBM; depto de Ciências Fisiológicas) da UFSCar, São Carlos, SP.
Título do projeto apresentado no fórum: “Effects of [10]-gingerol on the inhibition of breast tumor cell adhesion and its possible interaction with αvβ3 integrin to reduce metastasis”.
Colaboradores: Dr. Ronaldo Censi Faria e a Dra Carolina Venturini Uliana (Laboratório de Bioanalítica e Eletroanalítica, Departamento de Química, UFSCar, São Carlos, SP). Prof. Dr. Marcelo Andrade de Lima (Departamento de Bioquímica, UNIFESP, São Paulo, SP).
ANPG: Na sua opinião, qual a importância de cooperação científica entre os países dos BRICS e da União Eurosiática?
MT: A cooperação científica e a realização de pesquisa científica e tecnológica é um fator chave para obtenção de competitividade econômico-industrial de um país. Fortalecer essa cooperação e investir na educação científica e tecnológica ajuda na melhoria de padrão de vida social e econômico da população.
ANPG: Na sua opinião, qual a importância da iniciativa da ANPG de levar pesquisadores brasileiros para representar o país no Fórum?
MT: Para os pesquisadores brasileiros esta oportunidade é como um prêmio por toda a dedicação que cada um tem com sua pesquisa. Com certeza isso ajudará a dar maior visibilidade aos estudantes, no intuito de serem reconhecidos cada vez mais como profissionais da Ciência e Tecnologia, e não como meros estudantes de pós-graduação.
As possíveis colaborações que podem ser iniciadas no fórum com certeza trarão bons frutos às universidades onde trabalhamos. Além disso, o intercâmbio científico e cultural é também uma ótima oportunidade de crescimento pessoal, que ajuda a formar profissionais cada vez melhores em sua área de atuação.
Da redação